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Troca voluntária: um direito de todos

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Você já parou para pensar como as mercadorias chegam às prateleiras dos mercados ou como seu carro é produzido? Todos os dias utilizamos inúmeros bens e serviços – para comer, nos vestir, transitar, morar ou apenas para desfrutar a vida. Para isso, contamos com a disposição desses itens ao nosso alcance, sempre que queremos adquiri-los, seja na loja da esquina, nos grandes centros comerciais ou na internet. Quem está no controle dessas demandas, emitindo ordens de produção e vendas?

A resposta para essa pergunta é muito simples: o consumidor. É natural que algumas pessoas imaginem que há “alguém” ou o Estado orquestrando ordens para que os produtos sejam produzidos na quantidade certa e fiquem disponíveis ao acesso da população, com o objetivo de gerar o bem-estar de todos. Esse artifício até existe na economia de Estado, na qual o governo decide pelo indivíduo o que deve ser produzido, a qualidade do produto e o que é melhor para o cidadão. Contudo, essa não é a regra que rege uma economia de mercado, cujo fundamento básico é o desejo individual da pessoa.  É o interesse voluntário, livre e individual que “puxa” o processo de produção e faz com que a economia aconteça.

Milton Friedman, na obra Livres para escolher, consegue exemplificar na produção de um lápis como funciona a economia de mercado e como a troca voluntária induz centenas de pessoas a cooperarem entre si em prol de um bem ou serviço. O lápis é um item básico para promover a escrita; ele não é encontrado pronto na natureza e é concebido através de uma cadeira produtiva.

No início da cadeia de produção, a madeira é extraída de árvores pelos produtores, que se utilizam de maquinários e ferramentas, que são produzidos por terceiros. Após a extração, a madeira é transportada até a unidade fabril através de caminhões, que são fabricados nas montadoras de veículos e que empregam metais, equipamentos e muitos outros itens em sua fabricação. Para preencher o núcleo do lápis, utiliza-se o grafite que é resultado do processo de extração mineral, que depende de muitos equipamentos, ferramentas e processos complexos para a transformação do material até o produto. Somente após todas essas interfaces e trocas entre os envolvidos é que o lápis é produzido.

A grande maioria dos envolvidos no processo não tinha como objetivo-fim a produção do lápis, mas viu em seu trabalho a oportunidade de obter benefícios através da troca voluntária. Segundo Friedman, toda vez que adquirimos um lápis, estamos, na verdade, trocando uma pequena parcela dos nossos serviços por uma quantidade ínfima de serviços de cada um dos indivíduos envolvidos em toda a cadeia produtiva, direta e indireta. O mais relevante é que ninguém, nem mesmo o Estado, emitiu uma ordem a todas essas pessoas para agirem assim. Todas elas, por livre iniciativa, vislumbraram benefícios na troca voluntária com os demais envolvidos.

Como podemos observar, não é necessário um órgão central ditando as necessidades da população, controlando os estoques e regulando o que deve, ou não, ser produzido, atentando contra o direito de escolha e liberdade. O simples “querer”, peculiar a cada indivíduo, é a força motriz que “gira” a roda da economia. Ademais, como afirma Adam Smith em A Riqueza das Nações, se uma troca entre duas partes em transação é voluntária, só ocorrerá se ambas julgarem usufruir benefício mútuo – o que contrapõe a falácia de soma zero, explicada por Tomas Sowell na obra Fatos e Falácias da Economia, em que apenas uma das partes se beneficia às custas da outra. O ganho mútuo é possível e é a base das relações na economia de mercado. Logo, a liberdade econômica é um direito de todos, pois favorece a liberdade individual e a autonomia, sem interferências e imposições de outrem.

*Rachel Campagnaro Carminati é associada II do Instituto Líderes do Amanhã. 

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