Ocasionalmente, leio algo que diz assim: “não é preciso fazer nada para se criar a pobreza, porque pobreza é o estado natural do homem”.

Falso. O estado natural do homem é agir para criar valor. A natureza provê todos os elementos para o homem criar riqueza, inclusive e principalmente seu intelecto.

Sim, é preciso fazer nada para se manter na pobreza vivendo na escassez, porque, se alguém fizer algo, a pobreza diminui, e, se o ato de fazer for racional, constante e crescente, a abundância predominará e a riqueza virá naturalmente.

O fazer algo de forma racional, constante e crescente só é possível onde existe o entendimento de que, dada a natureza do homem, é preciso que a sociedade aceite e proteja o direito individual à vida, à liberdade e à propriedade, sem o que se torna inviável a realização de propósitos, causa indispensável para que a busca da felicidade que todo ser humano deseja se torne possível.

Criar e usufruir daquilo que criou é a origem e destino da caminhada do ser humano na Terra. A pobreza é criação daqueles que violam direitos e impedem os indivíduos de exercerem sua liberdade para criar e usufruir daquilo que sua mente projetou e sua engenhosidade materializou.

Muitos filósofos e economistas atribuem à Revolução Industrial o enorme desenvolvimento econômico que a humanidade vem experimentando nos últimos 200 anos. A Revolução Industrial é um fenômeno, mas não é a causa, é consequência. A causa foi a institucionalização da propriedade intelectual, que protege o direito dos homens criativos e engenhosos de usufruírem do valor de seus inventos ou descobertas.

O progresso vem da inovação, verdade, mas a inovação não surge no vácuo. O ser humano só prospera se sua objetividade serve a seu próprio ser, satisfazendo a seu autointeresse de forma racional através da cooperação para a criação de valor e de trocas livres, espontâneas e voluntárias.

O vácuo significa uma terra sem princípios morais, sem leis, sem governo a proteger direitos emanados da nossa condição natural. A riqueza é nossa condição natural, nosso destino quando somos livres, o que não elimina a necessidade existencial do ser humano de criá-la.