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Sobre o aborto da menina de dez anos e o valor da vida

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Antes de qualquer outra consideração, quero deixar bem claros alguns pontos:

1. Este comentário não é sobre os grupos de fanáticos – prós e contras – que foram para a frente do hospital levantar bandeiras políticas e ideológicas em cima do sofrimento alheio. Quem faz isso é idiota, para dizer o mínimo – e só prejudica a causa que pretende defender

2. Este comentário também não é sobre a legalidade da decisão judicial que autorizou o aborto. A questão que tratarei aqui é exclusivamente moral.

3. Este comentário se baseia na informação de que não havia risco iminente de vida para a menina que tornasse obrigatório o aborto.

Até onde pude verificar, tratou-se do caso de uma menina de dez anos, que vinha sendo violentada pelo tio desde os seis, que deu entrada no hospital com dores abdominais e descobriu-se uma gravidez de 22/23 semanas (5 meses e meio).

Existe pelo menos um caso de feto com 23 semanas que sobreviveu fora do útero materno. Também se sabe que, a partir da 25ª semana de gestação, com as tecnologias disponíveis, as chances de sobrevivência do bebê prematuro são muito grandes.

Não se discute a inviabilidade de aquela menina criar o filho, seja por questões materiais ou psicológicas; mas nada impediria que um bebê nascido vivo fosse dado à adoção. A meu juízo, portanto, a decisão moral mais adequada seria tentar levar a gestação por mais duas ou três semanas e que se antecipasse o parto, na tentativa de salvar uma vida humana.

Da forma como foi feito, ficou parecendo que se procurou atenuar o sofrimento da menina e punir o criminoso penalizando o bebê. Esqueceram-se de que ele também era uma vítima da barbaridade cometida pelo progenitor.

Há os que alegam que, psicologicamente, para a menina, o aborto era a melhor medida. Será mesmo? Será que, daqui a 10 anos, quando ela souber o que significa a maternidade, souber que havia uma alternativa para poupar a vida da criança, com um sacrifício de apenas mais duas semanas, sua decisão seria a mesma?

Abaixo, a fotografia de uma menina que nasceu com 23 semanas de gestação e sobreviveu, para que se possa ter uma ideia de quão bem formado já estaria o bebê abortado ontem. Ao olhar para esta imagem, você também não acha que produziram uma segunda vítima (neste caso fatal) do estuprador, quando poderíamos ter apenas uma?

PS: Peço que me poupem daquela perguntinha idiota: “E se fosse a sua filha?” Se fosse minha filha, meu pensamento seria exatamente o mesmo em relação ao bebê inocente. Já em relação ao único criminoso da história, se tivesse uma chance, talvez eu me tornasse um assassino.

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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