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Sobre a desigualdade: os mega ricos e os pobres explorados

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tio patinhaspor CARLOS MARTINI*

Um dos argumentos pró-socialismo que mais fazem sucesso entre inocentes que não conseguem compreender a própria estrutura da realidade é aquele que diz que o Capitalismo (ou Livre Mercado) é ruim por ser a causa da desigualdade entre ricos e pobres.

O argumento é estúpido, primeiro, por repousar sobre um conceito bonitinho mas intelectualmente preguiçoso de “desigualdade” e, segundo, por não levar em conta o funcionamento do mercado e não vislumbrar que a fortuna dos ricos não é o motivo da miséria dos mais pobres (e nem faz sentido algum que alguém pense isso).

Outro dia, por exemplo, eu tive o desprazer de ler, em um post do Facebook:

“As desigualdades se acentuaram após a Revolução Industrial”

De certa forma isso está correto. Mas é ÓTIMO que seja assim. Calma, já explico.

Bom, como as pessoas viviam antes da Revolução Industrial? Eu respondo: a maior parte da população vivia do campo. Outros, com um pouco mais de sorte, viviam de prestar serviços para nobres abastados ou para ricos mercadores. As pessoas ricas, tal como hoje, eram uma pequena minoria.  E como a imensa maioria da população era composta de gente pobre, podia-se dizer que, estatisticamente falando, a igualdade era maior. Mas era uma IGUALDADE DE MISÉRIA.

Não, a desigualdade não é necessariamente ruimCom o advento da Revolução Industrial, surgiu uma classe de mega-ricos industriais, é verdade. Aumentaram as desigualdades? Sim, a partir do momento em que surgiram novas classes sociais — e vejam bem que, quando falo em CLASSES SOCIAIS, eu falo em grupos com diferentes níveis de renda  e não de classes estanques, tal como em um sistema de castas, no qual você não tem como sair da classe à qual pertence. E se sua classe é definida pela sua renda, então ainda que nascido em uma classe mais baixa, ao gerar riqueza você muda para classes superiores.

Hoje, mesmo pessoas de classes mais pobres tem acesso, muitas vezes, a produtos e serviços que jamais se poderia sonhar antes. Prova disso é que hoje vemos gente pobre com sua TV de LCD, LED ou Plasma na sala e com computador ou notebook com acesso à Internet. Os pobres de hoje não precisam comer restos estragados de suas hortas, eles compram produtos industrializados a preços mais acessíveis.

Sim, os ricos de hoje são muito, MUITO mais ricos do que os ricos daqueles tempos. Sim, a desigualdade aumentou, mas o padrão de vida da população como um todo ELEVOU-SE e a quantidade de miseráveis REDUZIU drasticamente. Hoje, uma pessoa de classe média baixa vive em condições de conforto, higiene e saúde superiores às de muitos ricos da Idade Média.

Assim, não se pode confundir os conceitos. O fato de a desigualdade hoje ser maior não significa que o PADRÃO DE VIDA da população caiu. Pelo contrário, o padrão aumentou muitíssimo — exponencialmente.

Não, a desigualdade não é necessariamente ruimPara dar uma ideia do salto, uso um exemplo pessoal: em meados da década de 1990 eu era autônomo e comprei uma estação de trabalho (PC, scanner e impressora). Lembro que o equipamento custou o equivalente a uns 8 ou 10 mil reais hoje. Precisei de uma linha de financiamento semelhante às que são usadas hoje para parcelar automóveis. Hoje, um equipamento semelhante custaria menos de 1.500 reais. Veja bem: estou dando como exemplo o quanto o mercado de tecnologia foi barateado ao longo de 20 anos. Imagine então todas as mudanças, em todo tipo de bens de consumo e serviços, de 200 anos para cá.

Explicado isso, eu pergunto: o que é melhor? Uma sociedade com apenas alguns poucos nobres e ricos, onde quase todos os outros são miseráveis, tendo que viver apenas do que produzem e praticamente sem nenhuma possibilidade de ascensão social por esforço próprio? Ou uma sociedade onde há sim os extremos (alguns miseráveis e algumas pessoas muito, mas MUITO ricas) mas a maioria da população não apenas tem um padrão de vida superior como tem a possibilidade de ascender socialmente pelo próprio trabalho na geração de riqueza (por exemplo, inventando algo legal que possa ser vendido)?

Ora, ninguém jamais disse que o Capitalismo (leia-se Livre Mercado) é perfeito. Mas ele é o único sistema que é capaz de melhorar as condições de vida da maior parte da população sem privá-la das suas liberdades, e ainda permite o livre trânsito entre as classes sociais, de acordo com os méritos de cada um.

Não, a desigualdade não é necessariamente ruimSobre os super/ultrarricos, para alguns o amaldiçoado fruto da desigualdade: entenda que praticamente nenhum desses mega ricos tem uma fortuna realmente líquida, ou seja, uma fortuna em dinheiro vivo, pronto para ser gasto à vontade. Eles não vivem dentro de uma caixa forte gigante, saltando e nadando em uma piscina de moedas como o Tio Patinhas nas revistinhas e desenhos animados da Disney. Muito pelo contrário. Por exemplo, os mais de 70 bilhões do Bill Gates estão, em sua maior parte, em ativos (ações, empresas, propriedades) que pertencem sim a ele, mas também beneficiam DEZENAS OU CENTENAS DE MILHARES de pessoas.

Veja: se eu não estiver mal informado, só a Microsoft tem mais de 90 mil funcionários. Além disso, há uma infinidade de fornecedores, empresas parceiras e até indivíduos que, de alguma forma, ganham alguma coisa em cima dos produtos e serviços da Microsoft. No total, literalmente milhões de pessoas vivem dos negócios, produtos, serviços e patentes da Microsoft ou lucram alguma coisa com eles.

Veja que a fortuna de um só homem movimenta uma máquina gigantesca que garante emprego e sustento para muitos milhares de pessoas em todo o planeta – e isso é MUITO diferente da idéia grotesca que muitas pessoas tem de que todo mega-rico é meramente um egoísta acumulador de dinheiro a ser usado exclusivamente para seu deleite, luxos e vaidades, sem beneficiar ninguém.

Note-se, também, que essa fortunas vem de produtos e/ou serviços que esses magnatas vendem, através de suas empresas. Eles não roubam esse dinheiro dos pobres. Quem tira dinheiro do povo cobrando 40% de tudo que ganhamos, aliás, É O GOVERNO e não os ricos. As fortunas desses mega-ricos vem das pessoas que compram seus produtos ou serviços — E ELAS COMPRAM PORQUE QUEREM. Eu, por exemplo, comprei um Kindle pouco tempo atrás. Pois é, eu ajudei o dono da Amazon a ficar mais rico, mas fiz isso PORQUE EU QUIS. Ninguém me obrigou, não foi um tipo de imposto, ninguém me forçou a comprar o treco com uma arma na minha cabeça. E você está aqui nesta rede social, fornecendo de bom grado dados importantes e valiosos para o dono dela sobre seus gostos e preferências. Sabe como esses dados são usados? Para venda de dados sobre seu perfil social/intelectual/ideológico que auxiliam empresas a direcionar melhor seus esforços de publicidade. Pois é, você ajuda a aumentar a fortuna do dono do Facebook SEM DAR NEM UM CENTAVO DO SEU BOLSO PARA ELE. E você faz isso voluntariamente, porque quer. Ninguém te obriga a acessar esta rede social.

É por isso que costumamos dizer que a Economia não é um jogo de soma zero. Ou: a riqueza do mundo não está definida e limitada a tal ponto que, para que alguém seja mais rico, outra pessoa precise ser mais pobre. É justamente o contrário: mais riqueza pode ser gerada e introduzida no sistema ilimitadamente, de modo que mais e mais pessoas sejam beneficiadas sem que, para isso, outras pessoas precisem ser prejudicadas.

Não, queridos: vocês entenderam tudo errado...

“Ah, mas o super rico é sempre o maior beneficiado de todos”, diz algum alguma voz de raciocínio mais lento. Não necessariamente. Ele tem sim os maiores ganhos, mas se ele é o maior beneficiado, pode ser que estejamos escapamos para uma discussão mais, digamos, mais filosófica. O que mais vemos por aí são astros ricos e famosos depressivos e suicidas, de forma que todo mundo sabe que, sozinho, o dinheiro não resolve todos os problemas. Sim, dá uma boa ajuda (geralmente é mais fácil resolver os problemas quando se tem dinheiro do que quando não se tem). Mas isso não é algo definitivo e inquestionável.

De qualquer forma, o criador de uma empresa merece, sim, ter os maiores ganhos. Afinal, ele desenvolveu o conceito, a ideia, os produtos, os serviços, ele criou o sistema, criou a empresa, deu forma a ela. Ela é dele! Nada mais justo e merecido que ele tire o proveito de todo esse trabalho.

Você também iria querer receber por algo que você criou, não iria? Ou você é uma freirinha carmelita descalça e iria doar tudo para os pobres? Nada contra as freiras – muito pelo contrário, uma freira sozinha vale mais, moralmente falando, do que um milhão de marxistas.

Funciona sim, Marx. Pena que você foi burro demais para perceber.

Enfim, essa é a essência do Livre Mercado (ou Capitalismo): pessoas geram riqueza com produtos ou serviços que vendem. Outras pessoas acham que vale trocar o dinheiro que tem em mãos por esses produtou serviços e, VOLUNTARIAMENTE, fazem isso. E há, ainda, as outras pessoas que não pagam nada, não recebem nada, mas ainda assim ajudam a produzir riqueza. E todos são livres para correrem atrás dos seus sonhos e do seu destino.

Que assim seja.

*Carlos Mendes Martini é gestor da Tecnologia da Informação pelo Centro Universitário Newton Paiva, estudante de Filosofia e gerente financeiro em uma empresa de varejo de madeiras e produtos relacionados. Comanda o blog Eu, Coxinha.

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4 comentários em “Sobre a desigualdade: os mega ricos e os pobres explorados

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    23/07/2015 em 1:34 pm
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    eu fico pensando, quem denfende os super ricos?, eles nao precisam mesmo de quem os defenda, as vezes nem eles mesmo sao liberais, como algumas pessoas defendem a fortuna dos outros?, eu realmente nao entendo…

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      04/08/2015 em 4:16 pm
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      Não penso que alguém esteja defendendo a fortuna de A ou B, mas, sim defendendo o direito de propriedade. Direito este que deve ser igualmente defendido se tratando de super ricos ou de um pobre que tem como única propriedade o próprio corpo.

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        04/08/2015 em 8:13 pm
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        Se tomarem seu corpo você morre; como assim direito a propriedade(corpo)?? Todos nós somos escravos do sistema, nós pensamos em ser livre, será que realmente somos livres?? Nós não temos nada, nem brasileiros, nem americanos, nem Suíços e etc… Sabe por que quando alguém da superclasse dominante quer algo, ele vai ter, mesmo que isso signifique a morte a miséria de uma maioria, pq os governos se vendem pelo dinheiro, só por isso. Assim é os EUA que invadiram militarmente quase todo o mundo (países), e só não invadem eles próprios pq não arranjaram uma desculpa ainda, quando se valoriza o ter meu amigo agente vai de mal a pior, mundo está em crise pq o acumulo é um mau cronico, a África é do jeito que é por quer? colonização, invasão para extrair o que der mais dinheiro, a historia éé marcada pela ganancia, por isso acredito que devemos parar de querer ter coisas, e vamos buscar mais ser não para os outros mais para se liberta pela consciência autônoma, ai nós poderemos buscar e saber e o q, o pq, estamos buscando?? valew amigo…

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    18/07/2015 em 4:39 pm
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    “Eu, Coxinha”
    Você assumiu a alcunha comunista de “coxinha” como os industrialistas do mundo inteiro assumiram a alcunha de “capitalista”, termo de que o Mensaleiro-mor se apropriou no livro “Le Travel du France”, dos idos de 1790, no qual os termos aparecem pela primeira vez.
    O termo “capitalista” foi apropriado pelo Mensaleiro-mor para justificar uma “teoria” para a qual o sociopata – Marx – não dispunha de elementos que comprovasse a existência física ou as grandezas físicas que pudessem dar fundamento científico às ideias que propunha para fundamentar um sistema político e econômico, que, ao final, se provaria ser impossível ser construído.
    Note-se que o termo “capitalista” é anterior aos fundamentos do comunismo que o sociopata propunha.
    Segundo o sociopata Marx, o “capital” seria o resultado da acumulação da “mais-valia”, por sua vez, outro conceito que não repousa em uma grandeza física, não sendo, por isto, possível de ser monitorizada, ou seja, é impossível medir valores ao longo do tempo, e o que não pode ser medido em uma grandeza física, não existe.
    Qual a mais-valia de um diamante de 500 quilates e de um pão de 1kg?
    Isto é, o termo “capital” é de antes de 1800, e a teoria do sociopata, baseada na acumulação de mais-valia – o capital – é de depois de 1800. O sociopata Marx teria criado o conceito de capital pela acumulação de algo que viria depois do. …. Capital.
    Como os termos “capital” e “capitalismo” não são criados pelo sociopata Marx, e são a base da “teoria científica” dele, e antecedem os conceitos dos termos que lhe serviriam de base “científica”, pode-se depreender que o sociopata tinha um objetivo – destruir o industrialismo – o sociopata não viu o “capitalismo” nascer, viu o INDUSTRIALISMO, um sistema econômico, e social, baseado na produtividade econômica inserida na sociedade pós-medieval.
    Para atingir esse objetivo – destruir o industrialismo – o sociopata se apropriou – e falseou – conceitos da Teoria da Evolução, de livre Comércio – prática de comércio baseada nos DIREITOS INDIVIDUAIS e na liberdade de opção de pessoas ofertarem e tomate produtos e serviços na Praça – o Mercado.

    Assim, pode-se entender que os termos “capital” e “capitalismo”, quando falamos de economia, são marxistas – e que não foram criados pelo sociopata.

    Então, sempre lembrando que o sociopata copiou de outrem, o “capitalismo” É parte da “teoria” marxista.

    Logo, você só é “capitalista” se você adere aos conceitos marxistas e aceita a “teoria” marxista como sendo certa.

    Se “capitalista” já é uma mentira ofensiva, não vejo razão para aceitar qualquer outra alcunha do sociopata.

    Um sistema econômico baseado nos princípios dos DIREITOS INDIVIDUAIS, um sistema jurídico baseado nos princípios dos DIREITOS INDIVIDUAIS e um sistema político baseado nos DIREITOS INDIVIDUAIS seriam o tripé de uma nação proposta pela elite política LIBERAL, que tem sua vida pautada nos princípios liberais de respeito aos DIREITOS INDIVIDUAIS, de LIVRE INICIATIVA e da PROPRIEDADE PRIVADA.

    Restariam ao Estado apenas as funções policiais de manutenção da efetividade e garantia dos DIREITOS INDIVIDUAIS, isto é, o respeito, pelo Estado ao DIREITO DAS PESSOAS SEREM DEIXADAS LIVRES.

    Ao Estado não cabe dar ou conferir a liberdade, me tão somente garantir que as pessoas sejam deixadas livres, as verdadeiras, e únicas, fontes da liberdade.

    A isto se Denomina de SOBERANIA.

    A SOBERANIA é do INDIVÍDUO, nunca do Estado.

    Por isto um Rei é Soberano. E por isto um cidadão é SOBERANO, E ESCOLHE outro cidadão SOBERANO para representá-lo, dentro de regras pré-estabelecidas.

    Na impossibilidade de propor normas de regulação que respeitem os DIREITOS INDIVIDUAIS, os comunistas et caterva se infiltram nas instituições sociais com o objetivo de destruir a sociedade liberal, onde não encontrariam lugar por méritos próprios.

Fechado para comentários.

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