Sites chapa-branca
RODRIGO CONSTANTINO *
Aquilo que todos já sabiam agora tem comprovação numérica: o governo privilegia os sites “progressistas” na hora de soltar a verba. Ou seja, o critério não é audiência, como diz o governo, mas sim alinhamento ideológico, proselitismo, propaganda estatal, “jornalismo” chapa-branca. Diz a reportagem:
Mas um critério político parece também desequilibrar a balança com o dinheiro estatal. Páginas com viés ideológico de esquerda, como Carta Maior, Conversa Afiada e Ópera Mundi (este, parceiro de conteúdo do UOL), foram agraciadas com um dinheiro público que não corresponde a quantidade de pessoas que passam por seu conteúdo.
A Carta Maior, por exemplo, recebeu mais verba publicitária que a Folha, que tem 157 vezes mais páginas visitadas por mês. Já blog Conversa Afiada, que faz parte da autodenominada “blogosfera progressista”, ganhou mais em propaganda estatal que o portal da Abril, que tem 62 vezes mais audiência que a página comandada pelo jornalista Paulo Henrique Amorim.
A reportagem do UOL questionou a Secom sobre o assunto e recebeu a seguinte resposta:
“A audiência é, sim, o principal critério norteador da programação publicitária para qualquer veículo de comunicação, incluindo sites e blogs, por parte do governo federal, administração direta, indireta e estatais. A relação dos veículos do meio internet com os maiores valores planejados para as ações publicitárias em 2012 segue este critério. Porém, esta lista pode também ser influenciada pelas especificidades e necessidades de comunicação de cada órgão do governo federal e do volume de recurso de cada órgão destinado às ações de publicidade do meio internet, o que interfere no ranking final. Não se espera de uma campanha destinada a estimular o aleitamento materno, por exemplo, o mesmo perfil de veiculação de uma campanha de estatal destinada a promover um tipo de óleo lubrificante.
Cabe esclarecer que a Secom, desde 2008, torna disponíveis em seu site todos os dados globais do planejamento dos investimentos de mídia publicitária (Fonte IAP) do governo federal, por meio e por órgão da administração direta. A partir da implantação da Lei do Acesso à Informação esse processo de divulgação vem sendo aprofundado e detalhado. Devido à grande quantidade de veículos e à necessidade de checagem e consolidação de dados, esse trabalho de divulgação vem sendo feito gradativamente.”