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Síria: entre as libras esterlinas e a cautela americana

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LIGIA FILGUEIRAS*

Reino Unido promete 100 milhões de Libras em ajuda para a Síria

Deu na BBC: O Reino Unido vai doar mais 100 milhões de libras para a Síria para ajudar a combater a crise humanitária no país devastado pela guerra.

O vice-primeiro-ministro Nick Clegg disse que a promessa – que eleva o total em ajuda do governo britânico para 500 milhões de libras esterlinas – mostra que o Reino Unido está liderando a missão de ajudar o país em guerra.

Em Nova York, Clegg disse: “Não podemos desviar os olhos do povo sírio, especialmente as crianças. Os 100 milhões de libras irão para agências que fornecem alimentos, água potável e abrigo para quatro milhões de pessoas deslocadas pelos combates.” Clegg, que falava em um encontro secundário na Assembleia Geral da ONU, explicou: “A necessidade deste financiamento é clara. Milhões de pessoas se encontram em uma situação humanitária absolutamente terrível, não por culpa própria. O Reino Unido vem conduzindo a missão de aliviar o sofrimento através dos apelos das Nações Unidas para a Síria. Mas há uma enorme defasagem do que é necessário. Tenho pressionado outros países na Assembleia Geral da ONU para ajudar a cobrir o déficit.”

A Secretária para o Desenvolvimento Internacional, Justine Greening, disse que a resposta humanitária da Grã-Bretanha para a crise síria foi a maior de todos os tempos porque, “infelizmente, reflete a escala, o desespero e a brutalidade do que está acontecendo”. [fonte: Platform for Global Challenges]

O papel dos EUA no conflito

Depois que o presidente russo, Vladimir Putin, entrou explicitamente em cena para intermediar um acordo de paz na Síria, e publicou artigo no New York Times dirigindo-se diretamente ao cidadão americano expondo sua visão sobre uma intervenção militar dos EUA, (“uma grave violação do direito internacional“) o cidadão americano ficou se perguntando se Putin não estaria fazendo Obama parecer um fraco em todo o episódio.

Em artigo que analisa a questão, Gene Healy, vice-presidente do Cato Institute, autor de The Cult of the Presidency, mostra as razões da cautela de Obama.

Basicamente, o que está servindo de fundamento para a não intervenção é o passado vexaminoso de outras intervenções e, em especial, a mais recente, na Líbia. Uma das consequências deletérias da ação militar na Líbia, entre outras tantas, foi suscitar na oposição síria a esperança de também contar com o apoio militar dos EUA e da OTAN para derrubar o regime de Assad.

No artigo, Healy cita o cientista político Alan J. Kuperman: “‘Quando a OTAN começou a bombardear as forças líbias em março de 2011, o levante na Síria era, no geral, não violento e a resposta do governo – ainda que criminosamente desproporcional – era relativamente circunscrita. Mas depois da queda de Gadhafi, ‘no verão de 2011, o levante sírio tornou-se violento’, com um aumento de 15 vezes na taxa de morte’ em 2013.”

Apesar disso, para o colunista do New York Times, Nick Kristof, a atuação americana em 2011 na Líbia foi um dos “melhores momentos do Presidente Obama em política externa.”

Se este é um modelo de intervenção, comenta Kuperman, ‘então, é um modelo de fracasso’. A intervenção da OTAN “aumentou a duração da guerra civil da Líbia em cerca de seis vezes e sua taxa de mortes em pelo menos sete vezes, além de exacerbar os abusos contra os direitos humanos, o sofrimento humano, o radicalismo islâmico e a proliferação de armas na Líbia e em seus vizinhos.”

Gene Healy não acha que Obama tenha aprendido a lição, mas também acha que um fracasso no estilo da intervenção na Líbia é pouco provável que se repita proximamente.

*JORNALISTA

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