Sexo, drogas e perdão de dívidas africanas
BERNARDO SANTORO*
Segundo relata o Globo, o governo brasileiro está em vias de perdoar a dívida de vários países africanos, a maioria absoluta deles com graves problemas humanitários e nenhum respeito aos direitos naturais de seus cidadãos.
Nas últimas três décadas, os países africanos compraram quase R$ 2 bilhões em produtos financiados pelo governo brasileiro e não pagaram. Agora quem vai pagar é você, caro leitor.
Vamos ao fatos: o Brasil está cada vez mais agressivo no cenário da política internacional, tomando a presidência da OMC (Organização Mundial do Comércio) com votos maciços de países africanos. Além disso, o governo brasileiro tem profundo interesse nas riquezas minerais africanas e é hoje um dos maiores investidores no continente, a ponto do New York Times ter feito uma reportagem sobre o tema no ano passado, reproduzido aqui pelo UOL. É evidente que tanto a eleição da OMC quanto os interesses econômicos do Brasil na África influenciaram a decisão de se perdoar essa dívida com o nosso dinheiro.
Enquanto isso, os ditadores estrangeiros e sua família usam nosso dinheiro para abuso de drogas e divertimento com garotas de programa, inclusive no próprio Brasil, como também noticiado pelo Globo.
Se realmente queremos ajudar os países africanos, temos que interromper imediatamente toda a ajuda internacional direcionada a governos, pois esse dinheiro vai para as elites locais, nunca para a população miserável, que sofre cada vez mais com guerras civis, estupros e carnificina. Como o grande Ron Paul disse em sua campanha a presidente do EUA em 2011, ajuda externa é transferir dinheiro de pessoas pobres em países ricos para pessoas ricas em países pobres. Imagina então no caso brasileiro, já que nem país rico nós somos?
A verdadeira salvação da África passa pelo respeito aos direitos humanos e estabelecimento de direitos de propriedade e livre-comércio. Mas como buscar livre-comércio para pobres africanos se o governo brasileiro, que ocupa a Organização Mundial do Comércio, é o primeiro a financiar as ditaduras lá?
*DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL