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Ser humano feito besta

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decadenteÉ surpreendente a decadência dos anos recentes. Aqui se trata não só do empobrecimento da arte, do culto à miséria ou da sexualização da cultura. Mais que isso, parece que a vida humana se tornou mais simples, e seu sentido mais claro: o hedonismo, o prazer como um fim em si mesmo, a procura por satisfações efêmeras que, por o serem, é insaciável. O enigma da esfinge e o dilema dos nossos vícios chegam à mesma questão: ou os deciframos, ou somos devorador por eles.

Parece que hoje, não sentindo fome, sede ou dor, o jovem (entendido aqui de maneira ampla, e mais psicológica do que cronológica) logo agarra uma viola e se põe a dançar. Aliás, o processo é mais complexo e caro: são as roupas de grife, relógios exquisitos, festas excêntricas, tudo na busca de aprovação social. O álcool e o sexo, ao que tudo indica, são os deuses do novo milênio.

Porém, o jovem de hoje, quando se frustra, não se satisfaz com a própria superficialidade: logo se põe a atacar tudo e todos. Se falta para ele dinheiro para festas ou um emprego, não pensa duas vezes e diz: nesse mundo, ou se tem dinheiro, ou se é feliz. Essa frase expõe a mentalidade de nossa era. A busca dos prazeres e virtudes duradouros, talvez possamos chamá-los de vitorianos, está morta. Aquele que se torna satisfeito consigo mesmo através do estudo, da leitura, do sucesso profissional e do cultivo cuidadoso de amizades é uma peça do passado, digna de um antiquário. A clássica virtude da poupança, então, tornou-se vício. Em uma cultura de “ostentação” e consumismo, a ideia de postergar o consumo presente para ter segurança financeira no futuro é um mal, e novamente, só quem “não aproveita a vida” pode se dar ao luxo de abster-se do luxo.

Essas atitudes não seriam prejuduciais, não fossem infecciosas. A pressão dos jovens uns sobre os outros pela aceitação social é justamente o que torna a irresponsabilidade individual em um mal coletivo. As soluções são “chatas” e “atrasadas”: leitura, reflexão e amor. Os dois primeiros são uma iniciativa que parte do interesse do próprio indivíduo de se conhecer melhor e saber o que é bom para si. A última parte daquela instituição tão odiada, a família, pois o primeiro passo para procurar refúgio na destruição da própria mente e corpo é não encontrar um porto seguro ao chegar em casa.

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Guilherme Dalla Costa

Guilherme Dalla Costa

Acadêmico de Ciências Econômicas pela UNIFRA (Centro Universitário Franciscano), Coordenador Estadual da Rede Estudantes Pela Liberdade (Rio Grande do Sul) e Conselheiro Executivo do Clube Farroupilha.

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