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Salário mínimo leva a corte de benefícios e desemprego

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NCPA*

carteira_de_dinheiroApesar de muita gente ser a favor do aumento do salário mínimo, Iain Murray, vice-presidente do Competitive Enterprise Institute, explica por que essa lei pode prejudicar as pessoas que supostamente pretende ajudar.

Setenta e nove por cento dos economistas concordam que o salário mínimo aumenta o desemprego para os jovens e para os trabalhadores não qualificados, e numerosos estudos sobre o efeito do salário confirmam esta visão. Por exemplo:

  • Um estudo de 2007, feito pelos economistas David Neumark e William Wascher, analisou 100 estudos sobre o salário mínimo, descobrindo que dois terços dos estudos mostraram efeitos negativos do salário sobre o emprego. O maior dano era aos trabalhadores de baixa qualificação e aos jovens. Apenas um oitavo dos estudos acharam efeitos positivos.
  • Um estudo do professor Aspen Gorry mostrou como o salário mínimo impacta a juventude porque afeta a possibilidade de um trabalhador ganhar experiência no trabalho. Ele descobriu que o aumento do salário mínimo de 2007 provocou um aumento no desemprego da ordem de 0,8 por cento, mas na faixa dos 15 aos 24 anos de idade foi de cerca de 3 por cento.
  • A França tem um salário mínimo de 12 dólares por hora e uma taxa de desemprego entre os jovens de 24 por cento – o dobro da taxa dos Estados Unidos. De acordo com Gorry, a diferença se deve inteiramente ao valor do salário na França.

Como é que o salário mínimo continua tão popular se tem esses efeitos negativos? Murray diz que a maioria das pessoas só vê que os contracheques têm aumento, enquanto poucas veem os efeitos negativos consequentes: perda de emprego, corte de horas, aumento da automação e uma perda dos benefícios extras. Além disso, muitos trabalhadores – quase sempre os jovens e os mais desqualificados – simplesmente não são contratados em primeiro lugar em razão dos aumentos de salário mínimo.

A perda de benefícios extras foi um dos itens analisados por Richard McKenzie, pesquisador sênior do NCPA, em recente estudo. Ele explica que, apesar de muitos defensores do salário mínimo alegarem que há relativamente poucas perdas de emprego com os aumentos do salário mínimo, esses aumentos têm efeitos em outras áreas: os benefícios extras não monetários que os empregadores oferecem a seus empregados. De fato, segundo Murray, a perda de benefícios é exatamente o que aconteceu em SeaTac, em Washington, que recentemente aumentou seu salário mínimo para 15 dólares por hora:

  • O jornal Northwest Asian Weekly[1] relata o que uma faxineira de um hotel em SeaTac disse a respeito do salário: “Parece bom, mas não é bom.” Desde o aumento, ela perdeu seu plano de aposentadoria[2], o seguro-saúde do empregador, feriados e férias pagas. Antes, seu empregador pagava sua alimentação e os gastos com estacionamento; agora ela é responsável pelas duas despesas.

Os consumidores também são atingidos pelo aumento no salário, como no caso, por exemplo, dos restaurantes fast food que irão repassar o aumento dos custos trabalhistas para seus clientes.

Murray cita uma pesquisa interessante realizada pela Bloomberg News[3] de março de 2014. Quando ela perguntou aos entrevistados se eles apoiavam o aumento do salário mínimo para 10,10 dólares por hora, 69 por cento disseram que sim, enquanto 28 por cento eram contra. Mas depois a pesquisa mudou o modo de perguntar, explicando aos entrevistados que um estudo do CBO[4] mostrava que o aumento do salário aumentaria a renda de 16,5 milhões de americanos, mas destruiria 500 mil empregos. Quando perguntados se essa compensação era ou não aceitável, apenas 34 por cento acharam aceitável.

* NATIONAL CENTER FOR POLICY ANALYSIS

Artigo na íntegra: Iain Murray, “Minimum wage, maximum damage,” Washington Examiner, October 27, 2014.

Tradução / adaptação: Ligia Filgueiras

Links: exceto o segundo na sequência, os demais foram acrescidos pela Editoria / Fonte da imagem: Wikipédia 

[1] Único semanário com edição em inglês que serve à comunidade asiática de Washington. (N. da T.)

[2] Patrocinado pelo empregador. (N. da T.)

[3] Agência de notícias sediada em Nova York. (N. da T.)

[4] Congressional Budget Office, equivalente à Comissão de Orçamento do Congresso (americano). (N. da T.)

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Ligia Filgueiras

Ligia Filgueiras

Jornalista, Bacharel em Publicidade e Propaganda (UFRJ). Colaboradora do IL desde 1991, atuando em fundraising, marketing, edição de newsletters, do primeiro site e primeiros blogs do IL. Tradutora do IL.

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