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Por que você deveria ler “A Mentalidade Anticapitalista”?

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As pessoas nunca viveram tão bem como após a “invenção” do capitalismo. Sabemos que nenhum modelo econômico é perfeito, contudo, não há como negar que a qualidade e a expectativa de vida, disponibilidade de alimentos e o acesso à saúde são, comparativamente, muito melhores no período capitalista do que ao longo de toda a história.

Mesmo outros sistemas contemporâneos, como o socialismo, se mostraram absolutamente incapazes de trazer resultados econômicos e sociais minimamente comparáveis ao obtido por países tidos como capitalistas.

Friedrich Hayek, famoso economista e filósofo austríaco, chegou a afirmar: “se os socialistas entendessem de economia, não seriam socialistas”. Então, por que até hoje, numa era em que a informação está, literalmente, na palma de nossas mãos, o capitalismo continua a ser visto como o grande nêmesis da história? Por que é tão odiado e porque continua sendo tão atacado nos espaços públicos?

É a essa pergunta que o economista e filósofo Ludwig von Mises busca responder na sua obra A Mentalidade Anticapitalista, por meio de uma exposição clara e objetiva. Mesmo passados quase cinquenta anos da morte daquele que, sem dúvidas, figura entre os mais importantes economistas e filósofos do século XX, cujas lições, tantas décadas depois, continuam extremamente atuais, especialmente neste momento de transição de governo e de política econômica.

A obra é dividida em cinco pequenos capítulos, que procuram, através do estudo das ideias contrárias, expor como pensam os críticos do capitalismo, demonstrando ainda os equívocos cometidos pela sua linha de pensamento.

No seu primeiro capítulo, denominado “As Características Sociais do Capitalismo e as Causas Psicológicas de seu Descrédito”, Mises procura, em nove tópicos, contextualizar como o sistema capitalista funciona na sociedade moderna e quais as causas por trás da reação negativa de determinados grupos.

Ele começa trazendo o conceito do “consumidor soberano”, característica essencial do capitalismo moderno. Esse conceito é importante para fixar a ideia central do capítulo, que é justamente estabelecer que, no sistema capitalista, o que vale é aquilo que o homem, o povo, na sua acepção mais básica, valoriza.

A mudança, a mobilidade social é uma constante no capitalismo, e não o status, e como essa resposta nem sempre agrada alguns grupos, nasce o sentimento de inveja, que rodeia o argumento anticapitalista.

Podemos ilustrar essa questão a partir do que Mises nos traz quando fala sobre o ressentimento dos intelectuais, que tecem críticas ao capitalismo pelo fato de o sistema, muitas vezes, parecer “beneficiar” pessoas que não estão no “mesmo nível intelectual” que eles. É o muito conhecido caso do jogador de futebol versus professores, que vemos diariamente nas redes sociais e na mídia.

O ponto que a obra busca demonstrar é que, no sistema capitalista, não é o status de uma pessoa que importará, mas sim se ela consegue atender ao mais soberano dos soberanos, que é o consumidor.

Já o segundo capítulo da obra, denominado “A Filosofia do Homem Comum”, busca demonstrar que, muitas vezes, o senso comum experimenta o desenvolvimento tecnológico como uma consequência fatal e natural do progresso das ciências naturais, desmerecendo a contribuição do capitalismo.

Esse fato faz com que o homem comum ignore fatos como os descritos no início deste texto e tenha mais propensão a se voltar para os argumentos moralistas invocados, muitas vezes, por líderes populistas e até mesmo por ditadores.

Não à toa, pode-se observar uma relação direta entre o desconhecimento, por parte da população, sobre os motivos que levaram os países que apresentam os mais altos índices de desenvolvimento humano (que são todos capitalistas) a desfrutarem de seu sucesso e a propensão de um povo a se voltar para ditaduras, o que, além de afetar economicamente os respectivos países, propaga maior subdesenvolvimento e estanca o constante processo de geração de riquezas do sistema vigente.

No seu terceiro capítulo, “A Literatura sob o Capitalismo”, Mises aborda como a literatura e a classe artística tratam o capitalismo, demonstrando que muito do ódio que se verifica contra o sistema vem de concepções caricatas advindas desses meios.

Ele explica essa imagem em uma rápida passagem, quando trata dos autores socialistas, que normalmente não se contentam em descrever as condições das “vítimas” do capitalismo, mas também fazem questão de destacar aqueles que eles consideram como inseridos no arquétipo do vilão, que é o empresário, o burguês.

Não é difícil trazer essa concepção para a nossa realidade. Quem nunca reparou como o empresário é retratado nas novelas e filmes exibidos na televisão aberta?

Mesmo sendo o responsável por criar empregos e gerar oportunidades, normalmente, o empresário é o vilão da história, visto como cruel, calculista e explorador. Alguém que só pensa no lucro e, muitas vezes, só tenta atrapalhar a vida do protagonista. Esse viés preconceituoso e tendencioso acaba por repercutir na população, o que explica muitos dos ataques irracionais ao capitalismo, que negam suas benesses.

O quarto capítulo da obra, denominado “As Objeções não Econômicas ao Capitalismo”, busca demonstrar que, na falta de argumentos técnicos e fatos, a objeção ao capitalismo acaba se fundando em conceitos vagos, não ligados à economia, baseados exclusivamente em uma “moral superior”, como o argumento da felicidade, o materialismo e o “preconceito burguês” de liberdade.

Vimos muito disso nesta última campanha eleitoral e estamos vendo hoje já sendo colocado em prática pelo novo governo. O estudo da ciência econômica e a análise dos fatos são colocados de lado em prol de decisões baseadas em conceitos morais.

Na falta de argumentos e soluções lógicas para lidar com complexos problemas econômicos, lideranças populistas buscam culpar o modelo capitalista pela sua “falta de compaixão” e se utilizam da adjetivação para impor suas próprias políticas econômicas.

A obra é encerrada no capítulo cinco, denominado “Anticomunismo Versus Capitalismo”, na qual consolida as lições anteriores, reforçando que a mentalidade anticapitalista precisa ser combatida, mas que o seu combate não é fácil, de tão fortemente enraizada que está em nossa sociedade.

Um passo fundamental para isso é conhecer por dentro como pensa o anticapitalista, pois não devemos esquecer que esse conjunto de ideias não é aleatório e muito menos irracional. Há bases sólidas que, apesar de fundadas sobre falácias e premissas equivocadas, são muito fortes e só podem ser combatidas por aqueles que também as entendam em sua profundidade.

Trata-se, acima de tudo, de respeitar e compreender a ciência econômica – é essa a principal lição do livro. Uma pena que alguns políticos, que se dizem defensores da ciência, continuam em estado de negação para com a ciência econômica, ignorando as importantes lições desta magnifica obra.

*Matheus Gonçalves Amorim – Associado II do Instituto Líderes do Amanhã.

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