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Quem possui as verdadeiras mentes fechadas? (segunda parte)

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Esta é a segunda parte do artigo, para ler a primeira clique aqui

Fora das cidadelas das universidades – e seus fortes e castelos aliados, como as colunas famosas de jornal, os ambientes e as produções artísticas legadas à universidade –, fora do círculo da elite intelectual, nada pode ser danoso; caso contrário, já estará no erro, mas não qualquer erro: estarão sendo censores, monstros, os senhores das mordaças.

Se você atacar o universo da crítica social artística, você estará atacando as causas, produzidas nas universidades, que tais artistas defendem. Ataque às causas e, mais uma vez, será o monstro – escolham a categoria: racista, homofóbico, machista, sexista, burguês, classicista, transfóbico, amante da ditadura, fascista… e não é impossível que te imputem todos essas acusações ao mesmo tempo.

E essas cidadelas de pensamento, fechadas devido à estrutura que lhes é inerente, somado ao fato de que seus pensamentos não admitem uma crítica adequada, possuem outra característica: elas produzem a elite intelectual do país, são elas que se veem representadas nas novelas, nos talkshows, nas colunas de jornal, nos documentários famosos nos horários de pico, domingo à noite… mesmo sendo totalmente alienígenas para o grosso da sociedade.

Parece ser um absurdo que os meios de comunicação e as expressões artísticas da atualidade estejam tão deslocados de seus públicos, mas, infelizmente, esta é a realidade dos fatos. Mesmo em épocas onde as faculdades tinham, de fato, um isolamento característico do mundo acadêmico, como no medievo, os homens que faziam as altas discussões e debates que ocorriam no mundo universitário tinham laços extremamente estreitos com o restante da sociedade; com a religião, seus ritos, liturgias e trejeitos aqueles que estudavam no medievo poderiam espelhar, com maestria, o que ocorria no campo, na cidade, nos ermos e nos locais mais povoados – possuindo eles centros de estudos ou não. O monge e o padre universitários, por mais distantes que possam estar, estarão rezando o mesmo credo que o povo em geral, estarão com o imaginário identificável com o da população, as estruturas mitológicas e os valores vão estar muito mais aproximados, mesmo que ninguém do povão medieval vá discutir o princípio de individuação, ou vai debater a validade do argumento de Sto. Anselmo, discutir a filosofia islâmica, tratar do debate entre realistas, conceitualistas e nominalistas… mas o clero universitário estará infinitamente próximo ao povo do que a elite intelectual atual.

Mais uma vez (é necessário repetir, infelizmente): o corpo universitário, artístico e jornalístico da atualidade não está totalmente desvinculado da sociedade em geral. Tal descolamento da sociedade é impossível, mesmo se alguém, ou algum grupo, tentar se separar fisicamente da sociedade. Herdamos muito de nossos antepassados e sabemos nos comunicar apenas dentro de culturas. O artista, o jornalista, o docente da faculdade, estes podem muito bem fazer trabalhos de caridade, conviver com o povo, conhecer certas virtudes e mazelas da população em geral, porém algo é nítido: eles se distanciam das crenças, valores e cosmovisões populares.

Quando a dona Regina, no Encontro com Fátima Bernardes, calou e enraiveceu todos aqueles que achavam normal o fato de crianças participarem, ativamente, de performances “artísticas” onde era necessário o toque no corpo de um homem nu; ela era a imagem e a voz que raramente vemos e ouvimos na mídia, que raramente é representada por artistas (se é que podemos chamar algumas dessas pessoas de “artistas”), que não aparece verdadeiramente dentro das lutas por “causas sociais” dentro do meio universitário que cria e influencia a classe artística: ela era um fragmento legítimo do povo, e o povo é conservador.

A maioria da população brasileira não se identifica com a causa LGBT, não se identifica com as bandeiras da negritude, não dá valor (de fato, tem asco) para a ideologia de gênero, não possui os mesmos discursos, visões e valores que um Derrida e um Foucault transmitem em seus escritos. A sociedade não crê em mudanças de gênero, nem em vários gêneros distintos. Sabem o que a sociedade de fato é? Ela é cristã. Ela presta bastante atenção e dá bastante valor quando os pastores protestantes, em seus cultos, advertem para as famílias o mal que as ideologias progressistas fazem, no homossexualismo como pecado descrito na Bíblia; as famílias brasileiras dão valor para o que o padre fala nas homilias, para as histórias e feitos dos grandes santos católicos, que guiam a moral de seus fiéis, acreditam nos milagres de Deus, nas palavras da Bíblia e na autoridade que a voz do Papa possui – e, claro, crê nos dogmas, crê muito mais na família tradicional cristã, pois a sociedade é majoritariamente feita de famílias cristãs, acredita e tem como modelo a família una, tradicional e saudável, mesmo quando essa já se encontra destruída ou despedaçada por um divórcio; ou exista por causa de um filho antes do casamento.

Quando os artistas, achando que o resto do mundo é igual as suas cidadelas doentias, decidem não só exportar, mas enfiar goela a baixo mudanças sociais totalmente dicotômicas e agressivas para com a cultura popular de fato, quando dizem que o que todos são valor, amor e importância é, na verdade, o mal no mundo; quando humilham, vilipendiam, desconstroem e corroem os símbolos e valores cristãos do Brasil, literalmente pintando isso em quadros e compondo performances para tal, o Brasil reage.

Mas os artistas engajados não gostam da reação. Ou se está com eles, ou você é um monstro. Ou, no mínimo, fazemos vista-grossa para as barbaridades e crimes feitos e propostos por essa elite intelectual, ou nós é que seremos os bárbaros criminosos. Suas mentes só trabalham e agem como se vivessem no microcosmo onde foram grosseiramente lapidadas para crerem nessas idiotices canalhas. Fora da caixinha, ficam mais perdidos do que mosquitos em uma ventania, e caso o mundo não seja a caixinha de suas mentes, o mundo que deverá mudar, não eles.

Quer ver uma mente fechada? Esqueça a sua mãe, tia, avó, bisavó… olhe para uma universidade, para um curso de humanas; olhe para a classe artística, olhe para a Rede Globo.

Irão ver caixas bem grossas e grosseiras de aço cobrindo a cabeça de vários sujeitos que querem mudar o mundo.

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Hiago Rebello

Hiago Rebello

Graduado e Mestrando em História pela Universidade Federal Fluminense.

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