Quem com ferro fere
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
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O PT e as Centrais sindicais sempre estiveram, aberta ou veladamente, à frente das greves do setor público. Tiveram sucesso, apesar do absurdo que representa termos greves de funcionários do Estado, no Executivo e no Judiciário.
São grupamentos de gente que não pode ser demitida ou ter redução de salário, qualquer que seja o volume da arrecadação de impostos.
Constitui-se em verdadeira façanha a demissão de funcionário público que não seja por roubo devidamente qualificado. Eficiência e eficácia não são cobradas a funcionários públicos, e o mérito não é razão de promoção, exceto para os servidores militares. A greve, portanto, desse estamento da sociedade é, antes de tudo, um abuso.
A maior parte dos servidores, na verdade, não pleiteia reposição de perdas de salários causadas por inflação. O que os servidores públicos querem é aumento real de salário, como se se tratasse de uma “distribuição de lucros” de uma empresa privada.
A par da extravagância de uma greve de quem é estável, estamos vivendo um período onde existe uma clara tendência a redução das atividades produtivas e, consequentemente, do volume de tributos extorquidos da sociedade.
Hoje, no Brasil, os salários pagos pelo Estado aos funcionários são superiores ao equivalente no setor privado. Sem contar a estabilidade e a aposentadoria. O PT, que sempre apoiou quaisquer reivindicações salariais, agora instalado no governo vê que quem com ferro fere com ferro será ferido.