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Qual a perspectiva para a economia global em 2022?

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O Fundo Monetário Internacional publicou agora em abril sua perspectiva para a economia global e há notícias positivas. A mais importante, claro, são os sinais fortes de recuperação: espera-se um crescimento de 6% em 2021 e 4.4% em 2022 – a previsão para o Brasil é de 3,7% e 2,6%, respectivamente. Porém, apesar das boas-novas, o relatório também traz dois motivos para cautela. O primeiro é que dois dos principais combustíveis do crescimento econômico são o gasto governamental e o aumento da dívida pública. O segundo é que a recuperação do emprego está se dando de maneira muito mais lenta do que nos ciclos anteriores.

O desemprego na zona do Euro não deve voltar aos padrões de 2019 pelo menos até 2022 – inclusive tende a aumentar de 7,9% para 8,3% no ano da Copa do Catar. Apenas a Alemanha tem uma perspectiva positiva neste quesito, com possível redução para 2,7% no curto prazo. Por outro lado, a Espanha tem um cenário negativo para o FMI: 15,8% da população economicamente ativa estará sem trabalho em 2022 (atualmente está em 15.8%), o que significa que o país terá em 2022 a maior taxa de desemprego do mundo.

Já os EUA, o grande motor da economia mundial, terão uma recuperação do emprego melhor do que seus pares europeus. Se atualmente o desemprego no país está em 6%, o FMI acredita que cairá para 4,2% em 2022 – contudo, ainda distante dos níveis pré-pandemia. Já os países da Ásia em geral – e a China em particular – terão melhora gradativa no mercado de trabalho, devendo chegar às baixas históricas em 2022.

Até o momento o grande perdedor dessa crise foi a classe média. Se, em 2018, comemoramos que a maioria da população mundial tinha se “mudado” da pobreza para a classe média, de acordo com a Bloomberg, hoje isso deve ser visto com cautela (para dizer o mínimo). Pela primeira vez em quase três décadas, houve uma redução de quem ficava no “meio”, tendo tal classe social perdido cerca de 150 milhões de pessoas em razão da pandemia.

Por que ela sofreu maior impacto? A classe média foi a mais afetada negativamente pela perda de empregos. Para piorar, suas poupanças e salários reais foram corroídos pela inflação causada por Bancos Centrais, que injetaram trilhões na dívida do governo, criando uma espiral perversa de aumento de preços, quando a renda real disponível caiu drasticamente.

De acordo com a Revista Fortune, a humanidade gastou 20 trilhões de dólares vindos através de aumento de dívida pública e impressão de moeda para tentar fazer a economia “pegar no tranco”. Para o economista Daniel Lacalle, professor da IE Business School e colunista do The Wall Street Journal, não é necessariamente ruim a intervenção dos Bancos Centrais nem um aumento pontual do gasto público em situações como no ano passado, mas não há evidências de que era necessário ser tão gigantesca.

Depois de o planeta gastar mais de 10 vezes o PIB do Brasil, creio que qualquer pessoa esperaria que os números do desemprego estivessem bem melhores do que estão no momento. Como está bastante claro olhando os números do FMI que tal quantidade não foi suficiente para trazer os níveis de empregabilidade a patamares pré-pandemia, há um risco de tal remédio continuar a ser ministrado pelos Bancos Centrais nos próximos anos. Desnecessário dizer que haverá consequências (compre Bitcoin).

Os dados do FMI mostram que a crise causada pela COVID-19 deixará milhões de trabalhadores para trás e será especialmente negativa na Zona do Euro, formada por países com orgulho em suas redes de proteção social e alto gasto público. Como bem disse Lacalle, se podemos tirar alguma conclusão desta crise, é que ser rico e ter elevado gasto público não ajudou a gerenciar nem a crise econômica, nem a pandemia de maneira mais eficiente.

*Artigo publicado originalmente por Conrado Abreu na noite página Liberalismo Brazuca no Facebook. 

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