Viva a liberdade, Argentina!

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Em um envolvente pronunciamento no Fórum Econômico Mundial de 2024, o presidente da Argentina, Javier Milei, defendeu ferrenhamente o capitalismo, enquanto criticou com o mesmo empenho todas as formas de coletivismo. Recheadas de contextos históricos e insights econômicos, as palavras de Milei proporcionam lições cruciais sobre economia. Lamentavelmente, essas lições têm sido sistematicamente negligenciadas por políticos – tanto de direita quanto de esquerda – ao redor do mundo.

Ao lançar mão da própria história argentina, Milei relembrou que a então prosperidade do país sul-americano no início do século XX sofreu um golpe fatal com o abandono dos princípios do livre mercado e a transição em direção ao coletivismo, cujos resultados puderam ser percebidos pela estagnação econômica e pelo aumento da pobreza ao longo das décadas.

Exatamente nesse ponto, o presidente argentino destacou que não importa quão ínclitas sejam as intenções por trás de políticas coletivistas na busca por justiça social, melhoria da segurança ou redistribuição de renda – tampouco se tais políticas sejam promovidas por comunistas, fascistas ou progressistas. Fato é que seu emprego prejudica exatamente as pessoas que se espera beneficiar.

Embora muitos brasileiros pensem que a fala de Milei tenha sido absurda e que a realidade do Brasil esteja muito distante da argentina, a própria economia brasileira se sujeita a um regime regulatório bastante oneroso e intrusivo. Com o mote de melhorar a vida do cidadão, os políticos, em grande medida, acreditam que eles, mais do que um mercado livre, sabem quais setores da indústria, por exemplo, devem prosperar e quais devem ruir.

Diferentemente de um ambiente autorregulado pela oferta e pela demanda – em que as trocas são livres e voluntárias, subsídios não são tolerados e não há espaço para favores especiais –, o Brasil é palco de distribuição de privilégios que, em última instância, beneficia uma máquina pública que trabalha para seu próprio benefício, retroalimentando o poder do Estado por meio de políticas que raramente atendem às reais demandas dos indivíduos.

Zombar do presidente da Argentina sob o subterfúgio dos seus cabelos despenteados ou da suposta ingenuidade (alguns apelam para a infantilidade) dos princípios libertários por ele sustentados não altera a realidade. Ao fazer um apanhado da história econômica global, Milei lembrou a todos os efeitos do capitalismo e da Revolução Industrial. A transição de um cenário com crescimento quase nulo para uma expansão econômica acelerada não apenas evidenciou a eficácia do livre mercado, mas também sua capacidade de melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas em uma escala massiva. Precisamente por ainda existir pobreza é que a fala de Milei se torna ainda mais oportuna, isto é, o caminho a ser seguido não está no abandono do capitalismo, mas na otimização do seu potencial.

Na contramão de uma tendência global de maior intervenção estatal, a perspectiva de Milei advoga por menos intervenção, cenário em que a liberdade econômica, a propriedade privada e a economia de mercado são os verdadeiros alicerces. Essa visão serve como um lembrete de que o caminho para a prosperidade é pavimentado por políticas que valorizam tanto indivíduos quanto empresas, o que propicia um ambiente para a inovação, para o empreendedorismo e para a geração de oportunidades em diversos setores da economia. Ainda é cedo para dizer se os ideais defendidos por Milei conseguirão ser colocados plenamente em prática, mas quem defende a liberdade nunca torceu tanto pela Argentina. “¡Viva la libertad, carajo!”

*Juliana Bravo é associada do Instituto Líderes do Amanhã. 

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