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Quantas ideias deixam de ser expostas pelo medo do cancelamento?

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Ideias, e somente ideias, podem iluminar a escuridão. Mas elas devem vir às claras para isso. A partir do momento que sancionamos os pensamentos, é natural que eles fiquem mais escassos, empobrecendo os debates sobre os temas importantes, que são, em sua maioria, polêmicos.

As perdas geradas a partir do sufocamento das opiniões são imensuráveis, ou seja, sequer podem ser medidas, pois não conhecemos o que deixou de ser exposto. Quantos pensadores deixam de gerar conteúdo pelo receio da penalização caso se expresse mal em algum momento? Quantos profissionais brilhantes não se privam da exposição em qualquer mídia em virtude da aversão de colocar em risco sua própria carreira?

Quem perde é o ouvinte, o leitor, o expectador… E os próprios canceladores, que, por puro capricho, preferem tampar os ouvidos e reprimir o interlocutor, ao invés de lançar mão da dialética e pontuar suas posições, a fim de enriquecer a argumentação. A famosa frase “discordo do que você diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo”, comumente atribuída a Voltaire, expressa o completo oposto do comportamento visto nos episódios de cancelamentos e linchamentos virtuais.

A pena para quem erra também é imensurável. É a prisão perpétua virtual, decidida com júri popular, mas sem a presença do magistrado. Quem define é a massa, gerada por um efeito manada, no qual a maioria sequer está disposta a ouvir os argumentos, e define por um recorte, que aquele argumento não foi feliz e, por isso, merece as punições mais severas do meio virtual: o linchamento e o banimento.

A questão constitucional, citada sob forma do artigo 5º, que impetra o direito à liberdade de expressão, não será abordada aqui, por não ser o fórum deste artigo. Chamo atenção para o tribunal virtual, para a ditadura popular, a massa que não usa como base nossos direitos fundamentais para que seu julgamento seja proferido.

Ouvir argumentos divergentes é parte fundamental para a construção de uma opinião bem embasada. O debate é muito enriquecedor e deve ser fomentado, ao invés de abafado.

A quem se expressa, cabe sempre o respeito a um valor primordial aos defensores da liberdade: a responsabilidade individual. E, ao ouvinte, a consideração pelo tempo despendido pelo comunicador.

Silvia Magda Baratella Santos  Associada Trainee do Instituto Líderes do Amanhã.

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