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Por que alguns educadores estão dizendo que a Matemática é racista?

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Em 2017, organizações americanas de matemáticos concluíram que “o ensino da matemática é injusto e baseado em um legado de discriminação institucional”. Em uma nota oficial conjunta, a TODOS: Mathematics for All e a National Council of Supervisors of Mathematics (NCSM) declararam que “a justiça social é crucial para o acesso, o engajamento e o desenvolvimento no aprendizado de matemática da juventude”.

Afirmaram ainda que “a matemática ajudou a perpetuar a segregação racial, pelo fato de que o desempenho na matéria é normalmente medido por meio de testes padronizados que acabam por selecionar os estudantes em função de sua raça, classe social e gênero, desde a escola elementar”.

Lamentam também os referidos social justice warriors “a noção generalizada entre os profissionais da área de que é essencial que os alunos aprendam os elementos básicos antes de abordar problemas mais complexos”. Por fim, alegam que “predominam entre os professores de matemática brancos de classe média, o que destoa da diversidade racial de seus alunos“.

Eis aí mais um capítulo da saga coletivista: a desigualdade de notas oprime os alunos com menor rendimento em determinada disciplina. Na maioria dos campos de estudo, todavia, é perfeitamente possível que um professor relativize o conhecimento demonstrado em provas e trabalhos escolares e nivele (por baixo) a performance de todos.

Porém, a matemática, como ciência exata que é, admite pouca ou nenhuma margem de manobra. Consciência social e senso crítico não se prestam a resolver cálculos e solucionar equações.

Isso, obviamente, é um grave entrave para o avanço da mentalidade socialista revolucionária, que vê na disparidade de mérito pessoal (habilidades naturais + esforço + legado cultural herdado), inerente a qualquer grupo de indivíduos, um pecado mortal. A miséria (intelectual, no caso) adora companhia, por certo.

Flertam eles até mesmo com o conceito de “progressão continuada” implementado no Brasil sob influência de Paulo Freire, o idealizador da “pedagogia do oprimido”, método este intrinsecamente ligado à queda acentuada de QI registrada em nosso país nas últimas décadas. É exatamente isso o que propõem eles quando dizem que seria descabido exigir a comprovação da assimilação dos conceitos básicos antes de passar para temas mais aprofundados.

O intento destes institutos constitui um verdadeiro crime contra a humanidade, na medida em que a matemática é a base da engenharia e da tecnologia da informação, duas atividades que permitiram o notável avanço dos índices de desenvolvimento humano registrado por todo o globo nos últimos dois séculos.

A evolução dos meios de transporte e de comunicação, bem como o incremento da produtividade das indústrias (que possibilitaram o acesso das massas a bens antes restritos a pessoas ricas), seriam feitos impensáveis sem a figura do nerd que fatura a olimpíada de matemática – independentemente de sua cor, credo e origem.

O aparente racismo destes “educadores” pode, destarte, nos fazer retroceder no tempo e causar a degradação da qualidade de vida sem precedentes por todos usufruída nos dias atuais.

A verdadeira meta destes acadêmicos tão indignados com a matemática vai bem além de meros muxoxos corporativistas, como de praxe se observa na rede pública brasileira de ensino. É consenso entre os esquerdistas que a realidade é sua principal inimiga no processo de submissão da sociedade ao Estado – e aos bilionários a ele conectados. Alguns minutos de observação honesta dos fatos e do mundo que nos cerca são suficientes para jogar por terra slogans marxistas. Entre a utopia igualitarista e os fatos, pior para os fatos, por assim dizer.

Convencer as pessoas de que uma parede azul é vermelha faz parte, portanto, da empreitada de doutrinação levada a cabo por aqueles premiados com a audiência cativa diária de nossos filhos. Como convencer alguém que Che era um sujeito humanitário sem distorcer a própria História? Como persuadir pessoas minimamente dotadas de inteligência de que o caos na Venezuela é culpa dos capitalistas gananciosos e dos imperialistas ianques sem adulterar aquilo que está diante de seus olhos?

O histórico do socialismo é, pois, péssimo para sua propaganda e disseminação, e então é preciso transformar, no imaginário popular, fome e genocídio em igualdade e harmonia, adulterando os sentidos do indivíduo e deturpando seu senso comum.

Boa parte do conteúdo programático da matemática, entretanto, não pode ser refutada sem que a própria realidade seja desafiada. São de fácil observação, e até mesmo experimentação em nosso cotidiano, as operações matemáticas em geral. Seja trabalhando, fazendo compras ou viajando, a validade dos preceitos matemáticos pode ser aferida a cada momento em que precisamos fazer contas, desde a divisão da despesa do churrasco até a realização de investimentos na bolsa de valores.

A soma 1 + 1 = qualquer resultado que não ofenda minorias e contribua para uma sociedade mais “justa e igual”? Não: a resposta é 2. E viva com isso. Às favas com o relativismo moral, que não tem vez aqui.

Aí está a característica desta ciência, exata por natureza, que tanto desagrada os “progressistas”. Contestar a matemática é tão complicado quanto negar que a liberdade econômica tirou de condições de vida deploráveis bilhões de habitantes deste planeta. A tal ponto que chegará o dia em que o professor, revoltado com a situação, precisará indagar aos seus alunos, com as veias do pescoço saltando: “vocês preferem acreditar em mim ou nos seus olhos?”, exatamente como descrito no vídeo Modern Education, produzido em 2015.

Idiotizar a todos, rebaixando a burros de carga alienados, desestimulados ao aprendizado e repetidores de mantras desconexos da vida real pessoas que poderiam, na idade adulta, vir a criar riqueza e melhorar as condições de vivência de seus concidadãos ao longo do processo: este o verdadeiro objetivo oculto desses agentes da revolução (alguns voluntários conscientes de sua missão, outros idiotas úteis). A frieza dos números é um empecilho em seu caminho. Quem sabe uma boa e velha “ação afirmativa” não possa dar um jeito nisso…

*Artigo publicado originalmente em 25 de agosto de 2017 no site do Instituto Liberal. 

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Ricardo Bordin

Atua como Auditor-Fiscal do Trabalho, e no exercício da profissão constatou que, ao contrário do que poderia imaginar o senso comum, os verdadeiros exploradores da população humilde NÃO são os empreendedores. Formado na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) como Profissional do Tráfego Aéreo e Bacharel em Letras Português/Inglês pela UFPR.

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