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O homem livre é incancelável

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A discussão em torno do cancelamento e da liberdade de expressão tem sido um tema central nas conversas contemporâneas. A máxima “O homem livre é incancelável” invoca uma perspectiva liberal que enfatiza a importância da liberdade individual, da responsabilidade pessoal e do Estado de Direito. Nesse sentido, é importante explorar como esses valores se entrelaçam para formar a base desse princípio.

A liberdade individual é um dos pilares fundamentais das sociedades liberais. Desde John Stuart Mill, que proclamou, em sua obra “Sobre a Liberdade”, que a única justificativa aceitável para a restrição da liberdade é evitar danos a outros, até Isaiah Berlin, que distinguiu a liberdade positiva da liberdade negativa, os pensadores liberais têm enfatizado a autonomia e o direito de cada indivíduo de perseguir suas próprias escolhas e crenças. Segundo Berlin, a liberdade negativa – a ausência de coerção externa – é essencial para garantir que os indivíduos não sejam tolhidos em suas ações.

Entretanto, a liberdade não deve ser vista de forma isolada, mas em conjunto com a responsabilidade individual. Friedrich Hayek, um proeminente economista e filósofo liberal, afirmou que a liberdade não é um estado de anarquia, mas sim um sistema em que as regras e os limites são estabelecidos para permitir que as pessoas convivam harmoniosamente.

No mesmo sentido, o Estado de Direito, que visa garantir a justiça e a igualdade perante a lei, complementa essa visão. O liberalismo clássico valoriza a ideia de que ninguém está acima da lei, independentemente de seu status social ou opiniões. Autores como Montesquieu, com sua teoria da separação dos poderes, e John Locke, que discutiu a limitação do poder governamental em “Dois Tratados sobre o Governo”, destacaram a necessidade de um sistema legal que proteja os direitos individuais e impeça abusos de poder.

A expressão “O homem livre é incancelável” ressoa com a convicção de que a verdadeira liberdade transcende as opiniões alheias e as consequências efêmeras do cancelamento. Sob essa perspectiva, o indivíduo emancipado não vê sua vida afetada de maneira significativa mesmo quando submetido à pressão do cancelamento, pois sua valia não depende da aprovação externa.

Assim, tal visão desafia a concepção convencional de consequências do cancelamento, em que a coerção social não resulta em perdas relevantes para a vida de um indivíduo. Isso é ancorado em um entendimento de que a liberdade autêntica não requer a validação constante dos outros, mas é nutrida pela confiança em si mesmo e na sua contribuição para o mundo. Sob essa ótica, a liberdade, a responsabilidade pessoal e o Estado de Direito convergem para criar um ambiente em que a capacidade de forjar seu próprio caminho permaneça inabalável, mesmo diante de desafios sociais.

Em conclusão, a máxima “O homem livre é incancelável” transcende a visão convencional de liberdade e responsabilidade. Ela não apenas destaca a independência das opiniões alheias, como também lembra de que a verdadeira liberdade se manifesta quando a valia de um indivíduo não é definida por visões externas. Autores como Mill, Berlin e Hayek contribuíram para o panorama dessas ideias, reforçando uma visão que coloca o poder de ser “incancelável” no cerne dos princípios liberais. Assim, a liberdade é vivenciada com autenticidade, a responsabilidade é exercida com consciência e o direito é defendido com a igualdade que ressoa na essência da liberdade inabalável.

*Leonard Batista – Associado III do Instituto Líderes do Amanhã.

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