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A propriedade privada no cativeiro

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Nas últimas décadas, têm-se testemunhado um aumento na influência de movimentos coletivistas nas ações, produtos, e até mesmo soluções oferecidos por empresas privadas. Tais mudanças podem ser entendidas como uma tentativa de coerção destas corporações, em muitos momentos através do cancelamento. Tal tendência é preocupante, visto a consequente redução da liberdade econômica e da propriedade privada, esta última considerada um direito inalienável do ser humano.

O conceito de propriedade privada tem sido discutido e desenvolvido por vários filósofos e teóricos ao longo da história. John Locke, em sua obra “Segundo Tratado sobre o Governo Civil”, argumenta que os indivíduos têm direito à propriedade privada baseada em seu trabalho e esforço pessoal. Locke sustenta que a apropriação de recursos naturais por meio do trabalho confere propriedade legítima ao indivíduo.

No mesmo sentido, Adam Smith, em sua obra “A Riqueza das Nações”, argumenta que a propriedade privada é um direito fundamental que permite a liberdade individual e o funcionamento eficiente do mercado. Segundo o autor, a propriedade privada é um incentivo para a iniciativa e a produtividade econômica.

Nesse sentido, é natural a visão de que a propriedade privada é um direito inalienável dos indivíduos, como uma extensão da vida do ser humano, na qual o trabalho e a criação de valor são realizados em troca de benefícios mútuos. Essa visão se alinha com o entendimento de que as empresas existem para criar valor por meio de seus produtos e serviços, beneficiando a todos que possam ter interesse, e não para criar soluções que atendam às expectativas ideológicas de quaisquer grupos que possam deter o poder do cancelamento e a manipulação das massas.

Contudo, movimentos coletivistas têm emergido, muitas vezes associados a grupos marxistas e suas ideologias, buscando manipular os meios de comunicação, e os indivíduos para direcionar as empresas de acordo com seus interesses. Tais grupos têm coagido grandes corporações, desviando-as de sua missão original de criação de valor por meio de trocas voluntárias, fenômeno este descrito no presente artigo como “a propriedade privada em cativeiro”, no qual o marxismo sequestra o controle de companhias e passa a usá-lo para interesse de seus grupos de pressão.

Na mesma linha, o fenômeno do “cancelamento” tem se tornado uma realidade cada vez mais presente no mundo empresarial. Grupos de pressão, alinhados a ideologias coletivistas, têm se aproveitado da influência das mídias sociais e da cultura do cancelamento para exercer pressão sobre as empresas. A ameaça de boicotes, difamação pública e perda de reputação tem se tornado uma poderosa ferramenta nas mãos desses grupos, levando as empresas a adotarem ações que vão contra seus próprios interesses.

Essa dinâmica tem ocorrido porque as empresas, especialmente as de grande porte, dependem de uma imagem positiva junto ao público e de um bom relacionamento com seus consumidores. É importante lembrar que, de forma recente na história, as redes sociais amplificaram a voz dos consumidores e tornaram o poder de influência desses grupos de pressão ainda mais significativo. Por isso, diante do risco de serem rotuladas como insensíveis, antiéticas ou prejudiciais aos interesses de alguns grupos de pressão, as empresas têm cedido às demandas destes, mesmo que isso vá contra seus princípios e objetivos comerciais.

Essa influência dos grupos de pressão sobre as empresas é problemática, pois resulta em uma deturpação dos interesses do livre mercado. Ao agir em prol de interesses coletivistas, as empresas abrem mão de sua autonomia e acabam adotando práticas que não são necessariamente benéficas para sua própria sustentabilidade e seu crescimento. Dessa maneira, fica sob cativeiro não somente a propriedade privada, mas também o poder gerado pelo livre mercado, o que impede as empresas de alcançar sua missão original de criação de valor e trocas voluntárias.

O cenário exposto possui inúmeras semelhanças ao romance “A Revolta de Atlas”, de Ayn Rand. A história de Hank Rearden mostra como uma companhia de sucesso pode tornar-se alvo de coletivistas, e os efeitos no controle e restrição de suas atividades em nome do “bem-estar coletivo”. Assim como Rearden, Dagny Taggart e Francisco D’Anconia, os defensores do livre mercado devem agir para interromper o movimento de sequestro da propriedade privada e preservar a liberdade econômica e a capacidade dos indivíduos de buscar seus próprios interesses e trocas voluntárias.

No mesmo sentido, assim como John Galt simboliza na mesma obra, os empresários devem lutar pela prosperidade e pelo progresso humano, e permanecer alertas para que seu talento e criatividade não sejam colocados à serviço do sistema coletivista.

A defesa dos princípios da liberdade individual, da propriedade privada e do livre mercado se passa pelo destaque da importância da autonomia individual, da responsabilidade pessoal e da liberdade de escolha. Ao promoverem a liberdade econômica e a iniciativa empreendedora, o liberalismo oferece um contraponto aos movimentos coletivistas, protegendo os direitos individuais e incentivando a criação de valor por meio de trocas voluntárias.

Em um mundo em que movimentos coletivistas têm se fortalecido, é crucial enaltecer os princípios fundamentais que sustentam a liberdade econômica e a defesa da propriedade privada. A ameaça de boicotes e a difamação pública distorce os princípios do livre mercado e compromete a capacidade das empresas de prosperarem e melhorarem as condições de vida dos indivíduos. Neste cenário, o liberalismo, muitas vezes ancorado pelo objetivismo de Ayn Rand, deve atuar como alicerce na defesa da liberdade econômica contra o avanço do coletivismo.

Leonard Batista – Associado III do Instituto Líderes do Amanhã.

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