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Uma breve biografia de Adam Smith

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Adam Smith é, sem dúvidas, um dos economistas mais importantes da história, e suas contribuições não se resumem à Economia, tendo, também, implicações singulares para o liberalismo político. Entretanto, embora o nome “Adam Smith” seja muito conhecido, a maioria das pessoas desconhece sua história, como, também, suas principais realizações. No presente artigo, buscaremos apresentar uma breve biografia de Adam Smith.

Smith nasceu no dia 5 de junho do ano de 1723, em Kirkcaldy, Escócia; o escocês era o filho único de seu pai, que também se chamava Adam Smith, e de sua mãe, Margaret (OTTESON, 2019). O referido autor nasceu em uma época de grande desenvolvimento intelectual — este período ficou conhecido como Iluminismo Escocês.

Em 1737, com apenas 14 anos de idade, o jovem Smith se matricularia na University of Glasgow. Em 1740, cerca de três anos depois, com menos de 18 anos, ele ganharia uma bolsa para estudar Teologia em uma prestigiada universidade no Reino Unido, a University of Oxford. Curiosamente, a renomada instituição — conhecida por ser uma instituição tradicional e de excelência de ensino — decepcionou o escocês pela sua “baixa” qualidade de ensino (OTTESON, 2019).

No ano de 1759, Smith publicou sua primeira obra de impacto, The Theory of Moral Sentiments (Teoria dos Sentimentos Morais), obra de grande importância para a Filosofia. A obra filosófica do referido autor chamou a atenção de grandes pensadores, como, por exemplo: Adam Ferguson (1723-1816), Charles Darwin (1802-1882), David Hume (1711-1776) e Immanuel Kant (1724-1804) (OTTESON, 2019).

No ano de 1763, o filósofo se tornou tutor pessoal do Terceiro Duque de Buccleuch, Henry Scott (1746-1812), com quem Smith viajou por 18 meses pela Europa. Na companhia de seu jovem pupilo, conheceram alguns pensadores que mudariam a visão de Smith. Entre esses intelectuais, se destacam: Voltaire (1694-1778) e os fisiocratas François Quesnay (1694-1774) e Anne Robert Jacques Turgot (1727-1781). Os fisiocratas franceses — em sua maioria — defendiam uma política econômica laissez-faire (DROUIN, 2008)

Smith recebeu uma pensão generosa do Duque de Buccleuch, o que lhe permitiu dedicar um período considerável de sua vida a uma investigação que o filósofo estava realizando. Segundo Otteson (2019), o referido trabalho gerou considerável expectativa entre os intelectuais da época, afinal, o autor da já reconhecida obra Teoria dos Sentimentos Morais estava próximo de publicar uma obra que prometia ser ainda mais impactante.

No dia 9 de março de 1776, Smith publicou o primeiro volume de sua Magnum Opus, que pode ter seu título livremente traduzido para o português como Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações. O objetivo do autor era o de realizar uma investigação sobre o que era riqueza e quais eram os motivos pelos quais algumas nações eram ricas e outras não. Neste estudo — extenso e detalhado —, o autor explica e populariza conceitos como: Mão Invisível, Divisão do Trabalho, dentre outros (SMITH, 1996).

Para Thomas Sowell (2018), o próprio título da obra de Adam Smith já demonstrava qual seria a principal questão a ser respondida pela obra do escocês:

“O próprio título de seu livro — A Riqueza das Nações — levantou a questão essencial do que consiste a riqueza. Smith argumentou que a riqueza consistia nos produtos e serviços que determinam o padrão de vida das pessoas como um todo, que para Smith constituíam a nação” (SOWELL, 2018, p. 264).

O trabalho de Smith sobre Economia (A Riqueza das Nações) conseguiu o feito de ser ainda mais impactante do que seu já relevante trabalho sobre Filosofia (Teoria dos Sentimentos Morais). A Riqueza das Nações influenciou uma vasta gama de importantes pensadores, como Thomas Jefferson (1743-1826) — terceiro presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Thomas Malthus (1766-1834), Milton Friedman (1912-2006), Friedrich August von Hayek (1899-1992), James McGill Buchanan Jr (1919-2013), Vernon Lomax Smith (n. 1927), dentre muitos outros.

A obra de Smith não foi o primeiro tratado sobre economia existente. Ainda na década de 1730, Richard Cantillon (1680-1734), escreveu Essai sur la Nature du Commerce en Général, obra que já apresentava uma análise econômica sofisticada (SOWELL, 2018). Porém, A Riqueza das Nações teve um impacto muito maior que o também importantíssimo trabalho de Cantillon. A obra de Smith serviu como base para diversas obras fundamentais para o desenvolvimento das Ciências Econômicas. Sua influência está presente principalmente nos trabalhos dos outros economistas que formam o que ficou conhecido como “Escola Clássica de Economia” (SOWELL, 2018). Podemos destacar as obras: Tratado de Economia Política de J.B. Say (1767-1832) e Princípios de Economia Política e Tributação de David Ricardo (1772-1823).

O sucesso da investigação de Adam Smith o colocou no posto de um dos mais importantes pensadores da história, sendo considerado pela maioria dos estudiosos — com algumas exceções como, por exemplo, Rothbard (2022) — o pai da disciplina que hoje conhecemos pelo nome de Economia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DROUIN, J. Os grandes economistas. Tradução de Denise Bottmann. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

OTTESON, J. Os fundamentos do capitalismo: O essencial de Adam Smith. Tradução de Matheus Pacini. 1. ed. São Paulo: Faro Editorial, 2019.

ROTHBARD, M. História do Pensamento Econômico: Uma Perspectiva Austríaca — Antes de Adam Smith. 1. Ed. Brasil: Editora Konkin, 2022.

SMITH, A. A Riqueza das Nações: Investigação Sobre sua Natureza e suas Causas. Tradução de Luiz João Baraúna. Vol I. São Paulo: Editora Nova Cultural Ltda, 1996.

SOWELL, T. Economia Básica: Um guia voltado ao senso comum. Tradução de Carlos Bacci. 5. Ed. Vol 2. Rio de Janeiro: Alta Books, 2018.

*Gabriel Almeida Braga é Bacharel em Administração de Empresas e fundador da iniciativa Economia para Iniciantes.

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