Entre os teóricos do liberalismo e da educação brasileira, Roque Spencer destacou-se tanto por suas pesquisas e escritos quanto pela defesa intransigente do liberalismo, pelo combate ao totalitarismo e pela defesa da escola pública na segunda metade da década de 50. Sua obra é extensa, circunscrevendo-se basicamente em torno do liberalismo. Mesmo quando trata do totalitarismo e da educação, o faz desde a perspectiva do liberalismo.

Sua vida e obra foram dedicadas à defesa da educação pública sob a ótica liberal, transformando suas classes na USP em um laboratório da perspectiva liberal de sua visão pessoal. Além disso, tornou-se articulista do jornal O Estado de São Paulo, que usava como plataforma para propagar suas ideias e educar seus leitores para compreender os benefícios do liberalismo. Os artigos de Roque Spencer versavam principalmente sobre Filosofia, Filosofia da Educação e Filosofia Política (liberalismo). Além disso, escreveu ensaios, organizou e publicou diversos livros.

O pensador foi um dos poucos de sua geração, ao lado do ex-diplomata José Meira Penna, a se identificar com o liberalismo desde o começo de sua vida. Sempre destinou sua obra a solucionar os problemas do país a partir dessa perspectiva.

Além da atividade educativa, foi um estudioso incansável, pesquisando a história da cultura desde a antiguidade até nossos dias, principalmente a filosofia, a educação, as questões ligadas ao liberalismo, ao totalitarismo, à ética, à religião, à mitologia, ao romantismo e ao positivismo. Sua preocupação pedagógica ultrapassava a universidade; através dos jornais e dos livros, propunha-se a educar toda a sociedade.

Infelizmente, a força intelectual de Roque não seria páreo ao infarto fulminante em 8 de maio de 1999, deixando uma extensa obra que jamais pode ser esquecida no liberalismo. É reverenciado no livro História do Liberalismo Brasileiro, escrito pelo também genial Antônio Paim.