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Palanque para os golpistas: vamos permitir?

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O ministro do STF Ricardo Lewandowski autorizou no último dia 28 que o presidiário Luiz Inácio Lula da Silva concedesse entrevista à Folha, abordando os rumos políticos e, naturalmente, fazendo campanha em favor de seu representante direto nas eleições, o petista Fernando Haddad. Seu colega Luiz Fux acolheu o pedido do Partido Novo e impediu a entrevista. No momento em que estas linhas são escritas, Lewandowski está “bancando” sua decisão e desafiando Fux.

Não cabe aqui entrar em maiores detalhes sobre o mais novo e flagrante capítulo de insegurança jurídica e conflito dentro do STF. Fato é que, para Lewandowski, a decisão de Fux “censurou um dos mais importantes veículos de comunicação do Brasil, impedindo que este veículo fizesse uma entrevista com um ex-presidente da República”. É como se tal qualificativo funcionasse para Lula, um criminoso na cadeia, como uma espécie de título honorífico.

A condição de Lula já determina restrições ao exercício de sua liberdade, não se aplicando aqui a defesa irrestrita do pensamento liberal à liberdade de expressão. Não há nesse caso qualquer tirania; fosse assim e o simples ato de prender os meliantes, segregá-los para segurança dos cidadãos de bem e cumprimento de suas penas, já o seria, e toda a comunidade política estaria dissolvida, mergulhada no caos.

O presidiário, que já comanda a campanha petista diretamente da prisão, quer encontrar na Folha um espaço vil para esbravejar suas mentiras e incensar ainda mais os incautos que se permitiram seduzir. Um dos principais veículos de imprensa do país se ofereceu para a função de palanque para o líder do PT e sua trupe de golpistas. Precisamente, trupe de golpistas! A parte da delação de Palocci que foi liberada hoje dá contornos mais precisos ao que já estava escancarado para quem tivesse olhos de ver – e disposição para tal.

Os golpistas do PT insistiram em veicular Lula como ícone desta campanha eleitoral, como a referência, como se permanecesse, contra todas as determinações judiciais, sendo o candidato. “Haddad é Lula”, enfatizam (o que, lamentavelmente, não deixa de ser verdade). Conseguiram, por tempo além do minimamente tolerável em um país sério, desobedecer às decisões da Justiça e esbanjar a desprezível figura do rei dos picaretas em seu material de campanha.

Como a repressão policial decidiu agir, os golpistas do PT, que querem “tomar o poder” – frise-se: mais do que ganhar meramente uma eleição – novamente e de uma vez por todas, encontraram um subterfúgio para atingir seu intento. A notícia que acabamos de receber é de que o STF também autorizou uma entrevista da Rede Minas, ligada ao governo do (golpista do PT) Fernando Pimentel, na própria sede da Polícia Federal em Curitiba.

Se os golpistas não podem colocar seu chefe mafioso nos “santinhos” – não podem, mas continuam a fazê-lo -, é por essa via que eles pretendem escapar daquela que deveria ser a mão forte da justiça, com ajudinha privilegiada daqueles que deveriam ser os guardiões da nossa malfadada Constituição. Onde estão os poderes constituídos para detê-los em sua sanha criminosa? Onde estão as consequências devidas a seu atrevimento?

Tudo isso acontece ao mesmo tempo em que detalhes da delação de Palocci chegam ao conhecimento público, definindo novos contornos para o atentado às estatais, às instituições e à democracia brasileira que foi perpetrado durante o regime lulopetista. A delação registra que ao menos cerca de 900 das 1000 medidas provisórias emitidas durante aqueles governos contiveram emendas exóticas aprovadas com pagamento de propina.

Um número estarrecedor que, agregado a toda a trama já conhecida do mensalão, faz transparecerem aqueles fatos como o que realmente foram: muito mais do que banais venalidades ou pecadilhos provincianos, perfizeram uma autêntica desfiguração, um verdadeiro ataque à democracia, próprio da aliança de golpistas capitaneada então pelo Partido dos Trabalhadores.

Palocci diz que Lula simulava indignação com práticas de corrupção autorizadas por ele próprio, do mesmo modo por que o PT em geral encena seu horror pela corrupção alheia, de que geralmente não vinha sendo menos que o mentor e coordenador. Apontou a desonestidade reinante em toda a estrutura do PT e entre todas as suas lideranças. Pontuou que havia recursos ilegais em todas as campanhas eleitorais de Dilma Rousseff.

Não obstante, o pior assalto do PT foi às consciências; diante de tudo isso, diante da objetividade dos fatos, do apoio espúrio ao regime ditatorial venezuelano, da farra com dinheiro brasileiro para subvencionar tiranias mundo afora, das promessas de perpetuação no poder e de exploração dos recursos pátrios como propriedade do partido, ainda assim, muitos recebem manchetes como essa com naturalidade e dão ao PT lugar de destaque nas pesquisas de intenção de votos, a uma semana de amanhecermos com a definição desse pleito decisivo.

Parafraseio Carlos Lacerda pela enésima vez ao enfatizar que não estamos lutando contra um segmento diferente de opinião, mas contra outra concepção “de vida, do Estado, da sociedade, da nação”; uma quadrilha corrupta e totalitária que tem seus cúmplices vendidos no Jornalismo e na instância máxima do Judiciário.

Não devemos aceitar como natural que Lewandowski lhes presenteie com um palanque para que produzam seu espetáculo de quinta categoria. Ao mesmo tempo, nos devemos perguntar: vamos devolver-lhes o poder para fazerem do país posse sua, coisa sua? Vamos devolver-lhes a chave do cofre? Permitiremos que o Brasil seja comandado da prisão?

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

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