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“Paixão por vencer”, de Jack Welch e Suzy Welch

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Paixão por Vencer foi originalmente publicado em 2005 nos Estados Unidos sob o nome Winning e foi escrito por Jack Welch, com a coautoria de sua esposa, Suzy Welch. Jack foi um dos executivos mais conhecidos mundialmente, principalmente pelo seu papel atuando como CEO da General Eletric (GE) por 20 anos, período em que a empresa saltou de um valor de mercado de 12 bilhões de dólares para mais de 500 bilhões de dólares.

O livro é dividido em quatro grandes blocos, sendo que no primeiro o autor apresenta uma base geral de alinhamento sobre aspectos de gestão, cultura, missão, valores, estratégia e comportamentos. Jack defende que empresas de sucesso têm uma missão e um conjunto de valores – ou comportamentos – claros, objetivos, concretos, bem estruturados e conectados. Para o autor, franqueza é um dos segredos para vencer. Tal comportamento é raro e subestimado pela maior parte das empresas. Apesar de não ser da natureza humana, ser franco pode economizar tempo, energia e recursos, tornando a companhia mais valiosa.

Na visão de Jack, diferenciação na forma de tratar pessoas e negócios deve fazer parte do dia a dia do líder. Apesar de parecer a priori cruel, cultivar a diferenciação é na verdade a forma mais justa de tratar as pessoas e as linhas de negócio da empresa, e não passa da tarefa mais básica de uma liderança – a alocação eficiente de recursos. Valorizar os melhores e vencedores e penalizar a má performance é fundamental para manter a chama da empresa acesa. No fim da parte um, Welch esclarece que todas as pessoas do mundo desejam e merecem voz e dignidade. Por voz, refere-se ao desejo das pessoas de falar o que pensam. Por dignidade, descreve que as pessoas desejam ser respeitadas por seu trabalho, esforço e individualidade. Com isso, é papel do líder criar o ambiente para que isso ocorra e as pessoas se sintam valorizadas para continuar fazendo um bom trabalho.

No segundo bloco, o autor foca em empresas, falando de liderança, contratações, gestão de pessoas, demissões, mudanças e gestão de crises. Jack deixa claro o papel da liderança logo no começo: “Antes de você ser um líder, sucesso é sobre crescer a si mesmo. Depois de se tornar uma liderança, sucesso é sobre crescer outras pessoas”. Ainda nessa parte, descreve 8 regras de um líder, deixando ainda mais claro seu papel em uma empresa. Quando se fala em contratação, Welch acredita que devem ser testadas a integridade, inteligência e maturidade das pessoas.

Depois, descreve o framework 4-E (e 1-P) que ele criou para auxiliar em suas contratações. Energia positiva, energizar outros, coragem, execução e paixão são os traços que Jack acredita que devem ser mais valorizados em uma pessoa no momento da contratação. Do ponto de vista de gestão de pessoas, descreve as principais iniciativas que ele acredita serem essenciais para gerir bem o time: dar poder ao RH na companhia, utilizar sistemas de avaliação rigorosos, criar mecanismos de incentivo (dinheiro, reconhecimento e treinamento), gastar energia na gestão das pessoas certas e desenhar o organograma da empresa o mais horizontal possível. Sobre demissões, existem normalmente três motivos para ocorrerem: por violação da integridade, por corte de custos em épocas difíceis e por mau desempenho. Na visão do autor, demissões devem ser tratadas como um dos principais papeis do líder e não devem ser delegadas para o RH. O processo precisa ser guiado por dois princípios: sem surpresas e o mínimo de humilhação.

A respeito de mudanças, Welch acredita que quatro práticas devem ser internalizadas: ligar cada iniciativa de mudança com um propósito ou meta (não mudar só por mudar), contratar e promover somente pessoas otimistas e que fazem acontecer, livrar-se de resistências, mesmo se suas performances são satisfatórias, e ficar atento às grandes oportunidades. No final do bloco dois, Jack fala sobre gestão de crises. Para lidar com situações adversas, ele aconselha trabalhar com cinco premissas: o problema é pior que parece; não existem segredos no mundo e todo mundo eventualmente vai saber de tudo; como você e sua empresa lidam com a crise será retratado da pior maneira possível; haverá mudanças nos processo e pessoas; e acreditar que a organização vai sobreviver e sair mais forte que antes.

No terceiro bloco, Jack Welch fala sobre seus competidores, discursando sobre estratégia, orçamento, crescimento orgânico e inorgânico e Seis Sigma. Para Jack, os processos longos e demorados de estratégia devem ser evitados. Estratégia é algo vivo e dinâmico, e deve ser tratado da forma mais simples possível. Estratégia é deixar claras as escolhas da empresa sobre como você compete. Também significa colocar as pessoas certas no lugar certo. Para Welch, orçamento também deve refletir a estratégia e responder perguntas do tipo: como superamos a performance do ano passado? O que nossa competição está fazendo e como os vencemos? Assim, o processo orçamentário passa de algo burocrático para algo objetivo que afetará diretamente a estratégia da companhia. Para expansões orgânicas, Jack deixa claro que devem colocar-se as melhores pessoas à frente dos novos projetos. Além disso, criar uma áurea exagerada sobre o potencial das novas iniciativas é essencial. Por final, deve-se ter em mente que é melhor errar dando liberdade demais ao novo projeto do que liberdade de menos. Falando de fusões e aquisições, o autor apresenta os principais erros cometidos em movimentos do tipo e descreve como lidar com cada um deles, quais seus impactos e como evitar que aconteçam. Do ponto de vista de Jack, Six Sigma é uma das maiores inovações do século e extremamente poderosa para aumentar a competividade da empresa. O segredo é tratar com simplicidade e encontrar boas pessoas capacitadas para lidar e implementar esse tipo de processo.

No último e quarto bloco, Jack fala sobre carreira: como encontrar o trabalho certo, como ser promovido, como lidar com situações difíceis e equilíbrio vida-trabalho. Para Welch, encontrar o trabalho ideal é uma questão de tentativa e erro, mas existem formas de aumentar suas chances. O autor descreve um framework que nos ajuda a pensar na hora de tomar uma decisão sobre um novo trabalho, que engloba: as pessoas, oportunidades, opções de crescimento, sentimento de dono e conteúdo do trabalho. Para ser promovido, não tem segredo nem atalhos. É necessário entregar alta performance, muito acima das expectativas, e em cada oportunidade expandir as fronteiras do seu trabalho oficial. Não fazer seu chefe utilizar o capital político em função de te beneficiar também é importante. Sobre equilíbrio vida-trabalho, Jack deixa claro que sempre existirá um tradeoff. Todas as vezes que você escolhe alguma coisa, você está abrindo mão de outra. Ou seja, se você for muito ambicioso profissionalmente, é claro que será impossível trabalhar poucas horas no dia. As coisas devem estar conectadas com seus objetivos de vida e profissionais.

Na parte final, o autor se preocupa em responder perguntas diversas que não se encaixaram em nenhum outro momento. O livro é, sem dúvida, um dos melhores livros sobre gestão e negócios. Qualquer pessoa que tem o objetivo de se tornar uma liderança relevante deveria ler o livro de Jack Welch. Os principais adjetivos que descrevem o livro, na minha opinião, são simplicidade e bom senso. Com linguagem clara e ações simples, Jack não deixa margem de dúvida sobre como reagir diante de inúmeras situações.

*Bernardo Fusato é associado trainee do Instituto Líderes do Amanhã. 

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