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Os dilemas da política brasileira

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Quando Paulo Guedes pede que a população brasileira entenda que o presidente Bolsonaro se encontra perante um dilema – respeitar os mais básicos princípios de economia ou prover o que seria necessário para atender às demandas de dezessete milhões de famílias – ele está retirando a responsabilidade fiscal das costas do próprio governo e repassando a culpa pela fome para a sociedade, inclusive os próprios esfomeados.

Romper o teto de gastos em vez de comprimir os gastos do estado, esse é o verdadeiro dilema do presidente e seu ministro. Ora, se as instituições que protegem a sociedade podem ser rompidas sem pudor, por que não romper com os privilégios adquiridos pelos políticos, burocratas, juízes, assessores e todos os privilegiados que comem, muito bem obrigado, o pedaço do bolo para o qual não contribuíram?

Os sessenta milhões de votos dados ao Bolsonaro para levar um liberal renomado para enquadrar a política econômica sob a égide da racionalidade, austeridade, lógica matemática e moralidade baseada na natureza racional do ser humano, deveriam fazê-lo enfrentar o que fosse.

Por que não enfrenta o establishment? Porque não apenas falta a tal racionalidade como, entre suas escolhas, essa de enfrentar com vigor e rigor os consumidores de impostos parece não fazer parte.

Populistas demagogos se cercam de pessoas capazes e as manipulam enquanto servem a seus propósitos. A opção descarada por medidas usadas em governos ditos socialistas deveria envergonhar Paulo Guedes. Ouvimos do seguidor de Milton Friedman, de Friedrich Hayek, as palavras semelhantes às proferidas por Karl Marx: “de cada um de acordo com sua capacidade para cada um de acordo com sua necessidade.”

Desde a reforma da previdência, quando abandonou o plano da poupança individualizada gerida por instituições privadas, aproveitando-se do fenômeno da capitalização e do investimento produtivo, até o aumento do imposto de renda sobre dividendos, o “socialismo brasileiro” segue intacto.

Ora, sabe-se que é necessário negociar com o Congresso; então, para que serviram os 60 milhões de votos? Por que não fazer chantagem emocional com os privilegiados em vez de fazê-la com os pagadores de impostos?

Não dá para votar num presidente e ficar sem cobrá-lo pelo serviço solicitado e prometido na hora de depositar o voto na urna. O presidente gosta de criar polêmica. Chega. Abrir os mercados, vender estatais e imóveis, transferir infraestrutura para a iniciativa privada, reduzir ainda mais a máquina estatal. Tem gordura de sobra para queimar e transferir energia de volta para a sociedade, afinal, foi dali que todos os recursos, contabilizados aos trilhões de reais, foram tirados com o uso da força.

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Roberto Rachewsky

Roberto Rachewsky

Empresário e articulista.

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