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O que queremos em 2014?

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MP ADVISORS*

“O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: o da inexperiência.”

Nélson Rodrigues

Uma das coisas boas de se completar mais um ano é adicionar um pouco mais de experiência à nossa existência.  Em alguns casos, isso significa reduzir (um pouco) a nossa vasta ignorância sobre a vida.  Nesta carta mensal, trataremos das perguntas em aberto para 2014.  Perguntas que não necessariamente tem respostas, mas que, ao nos fazer pensar, podem nos guiar no processo de escolher nossos investimentos no ano que entra.

Devemos esperar alguma mudança na condução da economia brasileira em 2014?

Provavelmente,não. O desmonte to tripé que vinha sustentando nossa economia durante o governo FHC (superávit primário – câmbio flutuante – meta de inflação) parece não ter sido acidental. Portanto, deve haver pequenos ajustes do tipo ‘cobertor curto’ para impedir que a inflação passe o teto da meta, aumentos de impostos para impedir um rebaixamento por parte das agências classificadoras de risco e mais indução de consumo (via crédito/gastos públicos) para não deixar a economia entrar em recessão em pleno ano eleitoral. De fundamental, nada deve mudar no ano novo.

Então será mais um ano de bolsa sofrendo e dólar para cima?

Não temos bola de cristal, mas a tendência é exatamente esta. No ambiente de bolsa,as empresas apresentam margens declinantes em suas atividades, a carga tributária cresce a cada ano e, no caso das estatais,há o acionista majoritário claramente praticando a política de destruição do patrimônio público.  No caso do dólar, os fundamentos da balança de pagamentos são horríveis, os investimentos diretos já começam a buscar outras paragens (como os Estados Unidos) e os investimentos financeiros perseguirão maiores taxas de crescimento (países desenvolvidos). Tudo aponta na direção de um real mais fraco.  Em 2013 o dólar se valorizou 15% mesmo com o Banco Central ofertando USD 100 bilhões em proteção cambial ao mercado. E isso por que r o grosso do fluxo ainda não começou a ser revertido na direção dos EUA.  Quanto mais o nosso BC terá de gastar?   Essas tendências podem ser revertidas (bolsa em alta e dólar estável frente ao Real) com uma mudança do nosso cenário político, no caso, eleições.  Isso é possível?

E nas eleições de 2014, a Dilma emplacará o quarto governo consecutivo do PT?

Tudo indica que sim. Afinal, como dizia Nélson Rodrigues (um dos maiores pensadores brasileiros), o ‘dinheiro compra até amor verdadeiro’.  Se compra até amor não pode ‘comprar um simples voto’? O PT entende como ninguém a alma do brasileiro e não brinca em serviço. Existem 16 milhões de brasileiros entre 15 e 30 anos que não trabalham, nem estudam. Vivem de que? Uma boa parte vive do cartãozinho amarelo do bolsa-família. O programa Minha Casa, Minha Vida  inundará os eleitores com moradias populares ao longo de 2014. Seu subsídio é de mãe para filho, paga-se apenas 5% do valor da residência. O programa também está sendo expandido para a classe média, essa eterna insatisfeita. Os protestos em 2013 evidenciaram o conhecimento político bem peculiar do brasileiro. As pessoas foram às ruas reclamar da incompetência do estado, pedindo mais estado. Doido, não? O mais provável é que essa insatisfação toda não dê em nada. Afinal, parecemos mesmo o povo que se origina do cruzamento de Macunaíma com Marx. Gostamos de utopias, mas trabalhar no cotidiano que é bom, dá um trabalho danado. Houve pequenos avanços em 2013, A mídia social, seguida pelos grandes jornais, abriu espaço para pensadores liberais e de direita.  No entanto, ainda é muito pouco para se deter a hegemonia socialista que aos poucos toma conta do país. Até o Chile, a joia da América do Sul, elegeu uma Bachelet com um discurso ainda mais voltado à esquerda do que no seu primeiro governo.

E os Estados Unidos, para onde vão?

Para cima. A economia americana engatou uma marcha de crescimento econômico e já se fala em  3% de crescimento do PIB no ano que vem.  O banco central americano já começou a redução gradual dos estímulos e  deve continuar em 2014. Ainda não se vê aumento de taxa de juros até 2015 (ou quem sabe 2016), mas os mercados já começam a precificar juros maiores de longo prazo (a taxa de 10 anos já está perto dos 3% aa).  As ações americanas, que não estão propriamente baratas, devem continuar tendo bom desempenho (com uma maior moderação).   No campo energético, a tão falada autossuficiência americana parece que virá mais cedo do que o imaginado, e isso terá implicações na valorização do dólar. Afinal uma parte do déficit comercial é justamente por conta da importação de petróleo. Na parte fiscal os EUA fizeram um belo ajuste, saindo de um déficit de 10% no pós-crise, e já rumam para civilizados 3%.  A foto está bonita, assim como o filme, dos americanos.

E os outros desenvolvidos, irão acordar?

Sim, pela primeira vez desde 2010 teremos todos eles crescendo de forma sincronizada. Europa sairá do negativo para crescer por volta de 1,2%. O Japão dá mostras de começar a vencer a deflação com um crescimento esperado de 1,5% e até a chuvosa ilha de Sua Majestade espera entregar um crescimento de 2,3% para 2014.  A China também não deve estragar a festa e fala-se em  7,2% de crescimento.  Viveremos meses onde praticamente todas as moças da festa parecerão bonitas frente ao Brasil e aos seus vizinhos bolivarianos. Neste momento, ações das principais empresas europeias nos parecem uma alocação interessante. Também acreditamos em desvalorização adicional para a moeda japonesa. Em termos relativos, a injeção de liquidez na economia japonesa está sendo quatro vezes o que foi nos Estados Unidos.  Não se deve desprezar, e muito menos brigar contra isso.

A crise na Europa está resolvida?

O problema europeu é de arquitetura e ainda está longe de ser resolvido por completo. Mas os passos na direção correta tem sido dados e a situação hoje é melhor do que em 2008. O sistema bancário passou por um disciplinado processo de capitalização e hoje a maioria dos bancos europeus já alcançou o patamar mínimo de 8% de capital próprio. A tendência é que esses números continuem a subir. Apenas como comparação, na média essa indicador quase dobrou de 2007 para cá. O sistema financeiro europeu está mais sólido hoje do que antes da crise. Na parte fiscal, os ajustes estão sendo feitos e a maioria dos países hoje tem menores déficits do que no passado. O custo social disso foi enorme, mas a recompensa já está a caminho, na forma de maior confiança e menores taxas de juros por parte dos investidores.  Não é exagero dizer que o pior ficou para trás em termos de Europa.

Quem ganhará a Copa do Mundo?

Boa pergunta. As casas de apostas de Londres indicam o Brasil (seguido daquele país que produz alfajores) como o maior favorito, com cada dólar pagando 3 dólares em caso de acerto. A Espanha e Alemanha, por exemplo, pagam entre 5/6 para 1.  Esperamps uma Copa civilizada, com infraestrutura que não nos envergonhe.  No mais, que vença o melhor.

Em resumo: a grande figura do mundo em 2014 é um Brasil / América do Sul descendo a ladeira, com outros países na contramão, na subida. Leve isso em conta.  Desejamos a todos nossos clientes, leitores e amigos um 2014 com saúde, paz de espírito e o sentimento da batalha bem lutada no coração.

*CARTA MENSAL AOS CLIENTES E AMIGOS DE DEZEMBRO DE 2013

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