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O que fazer com a Petrobrás? Um panorama da petrolífera

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Pelo segundo ano consecutivo, a Petrobrás operou no vermelho. Em 2014 já havia registrado perdas de mais de R$ 21 bilhões[1], agora anunciou que em 2015 teve prejuízo de quase R$ 35 bilhões[2].

petros

A companhia outrora avaliada em R$ 510,3 bilhões em maio de 2008 teve uma deterioração de mais de 85% de seu valor, sendo recentemente avaliada em R$ 73,7 bilhões[3].

As dívidas da companhia saltaram de R$ 100 bilhões em 2010 para meio trilhão de reais ao final de 2015[4]. Se “o Petróleo é nosso”, essa dívida significa 2 mil reais de dívida para cada brasileiro.

Os motivos do caos: rebaixamento do rating (que aumentou o Risco Brasil), aumento da cotação do dólar, a queda do preço do petróleo no mercado internacional, a má gestão da companhia, sua usurpação política e os notórios escândalos revelados pela Operação Lava Jato, na qual, até onde se investigou até o momento, 21 bilhões de reais foram desviados da empresa.

Esses dados significam que apenas no último ano a petrolífera teve um déficit correspondente à metade de seu valor de mercado; e que mesmo se ela fosse atualmente vendida por este preço, a transação não seria suficiente para pagar nem um sexto de sua dívida.

A insolvência da companhia pode gerar danos graves ao mercado brasileiro, vale ressaltar, como a falência de diversas empresas que fizeram negócios jurídicos com a sociedade anônima.

Nesse sentido, vários especialistas argumentam que se a empresa não tivesse a União como principal acionista, já estaria falida, em recuperação judicial ou, na melhor das hipóteses, teria sido comprada por outra companhia[5].

Diante de tudo isso, restam quatro opções a petrolífera: a União dar aporte financeiro a empresa para capitalizá-la; a renegociação das dívidas; aumentar o preço dos combustíveis a fim de buscar compensações financeiras para o rombo; ser privatizada.

No entanto, nenhuma delas é viável ou tangível dentro da quadro atual: o governo sequer consegue fechar suas contas no azul; eventuais renegociações derrubariam ainda mais as ações da empresa;  mesmo aumentando substanciamente o preço dos combustíveis, isso não solucionaria o problema crítico de caixa da companhia, além de causar aumento das já altas pressões inflacionárias do país; por último, com a maioria dos brasileiros contra[6], sonhar com Privatização com o PT no poder….

A verdade é que, diante de tudo isso, temos um governo inerte, negligente e aparentemente despreocupado com o grave panorama da Petrobrás, haja vista que suas atenções estão todas voltadas para se defender do processo de impeachment da presidente Dilma.

Por fim, obviamente não se trata de uma conspiração de multinacionais energéticas[7]. O caos atual vivido pela Petrobrás é apenas o mercado buscando eliminar players com reiteradas decisões e investimentos equivocados, o que apenas deve se aprofundar com a inércia de sua principal acionista, a União.

[1] http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2015/04/prejuizo-da-petrobras-e-o-maior-desde-1986-entre-empresas-de-capital-aberto.html

[2] http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2016/03/petrobras-registra-prejuizo-de-r-34836-bilhoes-em-2015.html

[3] http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2016/01/19/petrobras-perde-r-4366-bi-em-valor-de-mercado-desde-2008-diz-consultoria.htm

[4] http://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/dolar-sobe-e-divida-da-petrobras-chega-r-522-bi-projeta-analista-acoes-caem-forte.html

[5]http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/economia/2015/10/14/internas_economia,603578/divida-da-petrobras-passa-de-meio-trilhao-de-reais.shtml

[6] http://datafolha.folha.uol.com.br/opiniaopublica/2015/03/1606896-maioria-dos-brasileiros-e-contra-privatizacao-da-petrobras.shtml

[7] http://noticias.r7.com/blogs/andre-forastieri/2015/03/18/quem-ganha-com-a-privatizacao-da-petrobras/

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Luan Sperandio

Luan Sperandio

Analista político, colunista de Folha Business. Foi eleito Top Global Leader do Students for Liberty em 2017 e é associado do Instituto Líderes do Amanhã. É ainda Diretor de Operações da Rede Liberdade, Conselheiro da Ranking dos Políticos e Conselheiro Consultivo do Instituto Liberal.

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