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O que é mais maléfico ao país: Covid ou política?

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A pandemia do novo coronavírus trouxe ao mundo o maior desafio dos últimos 100 anos. Digo isso pois já passamos pela gripe espanhola, que levou a óbito mais de 50 milhões de pessoas. No Brasil, não é diferente: com mais de 50 mil mortes, chegando a 1 milhão de casos em pouco mais de 90 dias, estamos no meio de uma crise sanitária histórica e, em tempos de crise, espera-se que os atores públicos em geral tenham capacidade de planejar, operacionalizar e liderar planos para tirar o país o mais rápido possível da crise, como está sendo feito ao redor do mundo.  No entanto, não é o que se vê no Brasil; pelo contrário, desde o início, a falta de sinergia entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário de todas as esferas, federal, estadual e municipal. Não conseguiram chegar a um consenso, tomando decisões individualizadas e em sua maioria sem base empírica. Vejo claramente uma disputa de ego e poder em meio à classe política, preocupada com as eleições do ano, utilizando-se da pandemia para autopromoção no intuito de arrecadar votos para a eleição.

A situação de calamidade tem sido aproveitada pelos políticos de todo o país, utilizando-se de medidas populistas, como  a  lei 11.144 da redução de mensalidades escolares no Espirito Santo, segundo a qual todas as instituições de ensino infantil, fundamental, médio e superior devem conceder 30% de desconto a todos os alunos, inclusive desconto retroativo em alguns meses. Outro exemplo claro: utilizando-se o discurso de “para o bem de todos”, “mas não no meu bolso”, propostas como a utilização compulsória dos leitos de hospitais privados mediante uma indenização supostamente justa tramitam na câmara.

Enquanto isso, a redução de salários, auxílios, dos mesmos políticos, não entra em pauta e muito menos é cogitada, com raríssimas exceções, o que mostra o compromisso para com os estados e a nação, já que quem paga a conta são os brasileiros. Uma outra iniciativa que me chamou a atenção para convergir com a falta de preparo e liderança dos agentes públicos foi o decreto da proibição de vendas de bebidas alcoólicas aos finais de semana, com objetivo de aumentar o isolamento social; no entanto, o que impede alguém de comprar em qualquer dia de semana a quantidade maior de bebida para o final de semana? A falta de fundamentação nas tomadas de decisão torna as mesmas inócuas quanto ao objetivo, acabando por danificar ainda mais a economia.

A mistura das faltas de preparo dos políticos em geral, compromisso com as contas públicas, lideranças bem preparadas e o aumento da intervenção do Estado no livre mercado, somado a medidas populistas, nos leva ao agravamento dos resultados da crise sanitária que nos atinge, caminhando para uma crise humanitária, em que a pobreza será ainda maior por conta do aumento do desemprego. Um Estado quase falido, caminhando para uma relação de dívida/PIB de quase 100%, que não terá condições de prover os direitos essenciais do indivíduo, e um sistema produtivo muito ruim, com a falência de muitas empresas. Temos solução? Assim como ainda não descobrimos a vacina para o coronavírus, os atores públicos ainda não descobriram a receita para amenizar a crise, mas um caminho seria, em primeiro lugar, a convergência dos poderes, no intuito de se criar um plano qualificado que angarie saúde e economia, além de decisões coerentes baseadas em dados específicos e particularidades de cada estado. Em segundo lugar, trazer de voltar o foco nas aprovações das reformas, as quais podem modificar o futuro do país, desburocratizando o Estado, organizando as contas públicas e diminuindo o peso nas costas dos empreendedores e empresários do país, para que consigam produzir riqueza e gerar empregos.

*Leonardo Dantas é associado I do Instituto Líderes do Amanhã.

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