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O politicamente correto faz mais uma vítima: o Washington Redskins

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redskinsA onda politicamente correta não para nos Estados Unidos. O órgão americano de registro de marcas e patentes (o equivalente deles ao nosso INPI) cancelou hoje todas as marcas e patentes ligadas ao Washington Redskins, tradicional time de futebol americano da NFL, dono de uma das maiores torcidas dos EUA, sob a alegação de que seu nome “Redskins”, ou “pele vermelha”, seria ofensivo à comunidade indígena americana. Anteriormente, já havia uma grande pressão de políticos, principalmente ligados ao Partido Democrata, para que o time mudasse o nome.

Sim, “pele vermelha”, para os padrões politicamente corretos atuais, é uma expressão racista. É evidente, contudo, que o nome do time é, na verdade, uma homenagem ao povo indígena americano, e não um insulto. Adiciona-se a isso o fato do time ser ultrapopular e vitorioso, e temos na verdade uma fórmula de exaltação à memória do povo indígena americano.

Não vou entrar aqui na discussão sobre marcas e patentes, mas é evidente que o cancelamento da marca sob o argumento dele ser racista simplesmente não procede. E abre um perigosíssimo precedente: agora o Governo Federal americano passa a ter poder de declarar que tipo de linguagem pode ou não ser considerada saudável para a sociedade a partir de critérios próprios. Esse é o último passo antes do Governo ter o poder de dizer o que é ou não saudável para o indivíduo PENSAR.

A pergunta que fica agora é: essa regra vai se aplicar a outros times? Porque, se for assim, na própria NFL, antes mesmo de se chegar ao Redskins, tem times muito mais politicamente incorretos. O Vikings, de Minnesota, tem o nome de um povo bárbaro que matava, saqueava e estuprava tudo o que via pela frente. Raiders, de Oakland, e Buccaneers, de Tampa Bay, são times com nomes de piratas que faziam o mesmo que os Vikings. O Chiefs, de Kansas City, também tem relação com os índios, e o pior de todos, o Browns, de Cleveland, são os “marrons”, podendo ofender a população negra americana.

Na NBA, o Bullets, de Washington também, já sofreu o baque politicamente correto, virando Wizards por causa da referência a armas de fogo. O time mais vezes campeão da NBA, o Celtics, de Boston, faz referência à comunidade irlandesa e ainda tem um gnomo como símbolo. Na MLB, temos outros dois times com referências indígenas, o Cleveland Indias e o Atlanta Braves. TEmos ainda o Pittsburgh Pirates politicamente incorreto. Nos esportes universitários, o time mais popular dos EUA é o Notre Dame Fighting Irish, ou “irlandeses lutadores”.

Essa discussão ainda vai longe mas deixo aqui minha solidariedade à toda a diretoria do Redskins, que possa vencer essa inglória luta contra o poder central de Washington, tal como os índios americanos um dia fizeram.

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Bernardo Santoro

Bernardo Santoro

Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

4 comentários em “O politicamente correto faz mais uma vítima: o Washington Redskins

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    19/06/2014 em 8:29 pm
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    “Dizer que uma pessoa que tem pele vermelha tem pele vermelha é ofensivo”

    Pois é. Vou processar todo mundo que me chamar de reassa hhhehe

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    19/06/2014 em 3:00 pm
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    Por essa ordem de ideias também o New Orleans Saints é ofensivo para os protestantes, o New Jersey Devils é ofensivo para os cristãos, o Kansas City Chiefs é ofensivo para os trabalhadores, o New York Yankees é ofensivo para os sulistas, o Minessota Vikings é ofensivo para quem não é nordico etc……. A luta contra o politicamente correto é hoje em dia uma das maiores batalhas que os defensores da liberdade devem trabalhar.

    PS: Sou português e sou muito admirador do IL e de toda a direita brasileira incluindo o Bernardo Santoro e o Rodrigo Constantino. O que a direita brasileira perde em quantidade, ganha em qualidade. Espero que o PT saia do poder. Saudações.

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    19/06/2014 em 10:23 am
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    Nem tudo que parece, é. A primeira vista parece ser uma luta desesperada entre o politicamente correto e seu contrário, o tradicional. Mas tudo parece mas não é. O que é na verdade, é o exercício do poder do Estado. Quem o tem, no caso a minoria privilegiada, empurra goela a baixo dos outros seu julgamento de valor. Isto tem uma historia ou um começo. Se quisermos procurar um culpado é bom lança-lo sobre os pais fundadores da nação Americana, pois foram eles que colocaram na constituição americana que o Estado tem o direito de regular a economia e de quebra lançar e cobrar impostos. Se eles tivessem omitido e até negassem que o Estado não tem estes direitos e que por natureza deveria permanecer apenas na função da segurança não teriam criado este monstro que deixa todo mundo irado. As pessoas se acostumaram a desviar a vista do Estado, da função que deveria exercer, e atacam coisas que só tem a força que tem porque estão apoiados na sua força. No fundo é uma questão de como se concebe qual deve ser a função do Estado. Certamente não deve ser para isso, ou seja, se imiscuir nos negócios dos outros e de quebra contar com o dinheiro de impostos que cobra aleatoriamente com qual vai comparar grupos de apoio para a sua causa. A função do Estado é a da segurança e não outra.

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    18/06/2014 em 5:55 pm
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    Agora dizer a verdade é um insulto. Dizer que uma pessoa que tem pele vermelha tem pele vermelha é ofensivo. Dessa forma também não se pode mais chamar asiáticos de amarelos, nem brancos de brancos e muito menos negros de negros

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