por MAX PASKIN*

Ao longo do curso de suas vidas, as pessoas se encontram em constante transformação e crescimento. Então, é natural que tenham o desejo de criar, inovar e produzir, fator que no contexto de um sistema capitalista aberto, motiva o crescimento econômico naturalmente.

De acordo com Schumpeter, o crescimento decorre do esforço produtivo empregado pela capacidade individual na atividade de inovar, tornando produtos do passado obsoletos; substituindo o antigo pelo novo e estimulando, com isso, o consumo e a atividade industrial.

Se a economia não está crescendo, algo está errado e não são só o cenário internacional, ou a crise do petróleo ou a alta do dólar (subterfúgio para mascarar más políticas econômicas) que devem ser jogados aos porcos como bodes expiatórios.

O peso desta subprodução deve ser carregado sobre os ombros da falta de diversificação da base econômica e do estímulo que o país deve oferecer a seus cidadãos para enriquecerem individualmente.

Com isso, quero dizer que o foco de um país que preza pela liberdade não deve ser o de enriquecer a si próprio, mas sim, o enriquecimento individual de cada cidadão e empresa que o integra.

A história mostra que em um cenário econômico de pouco ou nenhum crescimento, os fatores responsáveis pelo déficit são relacionados à opressão política e excesso de intervencionismo estatal.

Estes anos de profundo sofrimento que estamos atravessando decorrem de más escolhas políticas do ramo executivo do poder tomadas na última década, na maior parte pautadas em critérios não científicos.

O atual sofrimento seria perfeitamente evitável, caso tivesse sido conferido ao mercado um pouco mais de confiança na capacidade de se auto-regular e caso houvesse um pouco menos de apego ao capital político imediato que advém de escolhas populistas. Afinal, como dizia o capitalista que levou seu capital para um país vizinho quando o socialista entrou no poder, “um dia, o lago também seca para o Jacaré!”

O Governo, ao invés de estar buscando metas econômicas próprias ou aumentando a carga tributária, ou ainda desvalorizando a moeda para atingir metas paliativas de competitividade internacional, deveria estar se concentrando em tirar obstáculos do caminho dos particulares que desejam produzir e ganhar dinheiro.

Houvesse essa mudança de foco de atuação, seja por reformulação, reforma ou mesmo uma dose maior de laissez faire, laissez passer, certamente não estaríamos vendo o fechamento de frigoríficos, indústrias e fábricas, decorrentes de anos de subsídios indevidos para mascarar custos, com o desemprego gradativamente aumentando.

Com uma menor dose de hipocrisia esquerdista e um pouco mais de liberdade e individualismo, permitindo ao ser humano espaço para crescer e ser dono majoritário de seu lucro, o crescimento econômico viria com naturalidade, assim como uma melhor proteção ao meio ambiente, uma maior taxa de emprego e um elevado senso de solidariedade substancial.

Na atual conjuntura, resta à maioria de nós “esfriar” os nossos investimentos como reação ao excesso de intervencionismo, na esperança de que haja mudanças políticas antes que se esgotem as reservas que temos para aguentar a tempestade.

Afinal, quem em sã consciência gosta de dividir 40% dos lucros dos seus esforços com um governo que pouco contribui para o processo criativo e que tira a sua parcela independentemente de saldo líquido suficiente a ser rateado no final?

Como diria Thatcher, o socialismo só é bom enquanto tiver dinheiro dos outros em caixa.

*Max Paskin Neto é juiz de Direito, escritor e palestrante.