O governo e o teto de gastos
Tudo muito bom, tudo muito bem. Mas realmente…
O que precisamos saber é que, no dicionário dos políticos, sempre que se fala de gastos, teto significa piso.
Tudo muito bom, tudo muito bem. Mas realmente…
O que precisamos saber também é que o teto está indexado à inflação. Ora, quem cria inflação é o próprio governo quando expande a oferta de moeda ao imprimir mais dinheiro ou ao ampliar o crédito, fazendo com que os agentes econômicos, com o tempo, elevem os preços, o que faz com que os índices a eles vinculados aumentem, corrigindo tudo o que estiver a eles atrelado, inclusive o teto dos gastos do governo.
Isso faz com que o governo se safe de dois problemas ao mesmo tempo: burlando qualquer limitação no processo arrecadatório via tributos, pois, ao imprimir dinheiro, o governo aumenta seu poder aquisitivo à custa do poder aquisitivo da população, que passa a dispor de uma moeda com poder de compra menor; o outro, é o teto do gasto, uma vez que ele é corrigido pela inflação e esta é aumentada pelo governo – este pode literalmente estabelecer que o céu é o limite.
É óbvio que é melhor existir um limite, mas é obvio também que seria muita ingenuidade imaginar que, com o poder de coerção que possui, o governo se autolimitasse para proteger o poder de compra da sociedade civil à custa do seu próprio poder de compra.
No dia em que isso ocorrer, vamos nos beliscar uns aos outros – é bem possível que estejamos vivendo um sonho.