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O controlador inconfiável

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por NEY CARVALHO

dinheiro para o buracoUltimamente tem surgido na imprensa diversas notas a respeito de eventuais aberturas minoritárias de capital da Caixa Econômica Federal e da BR Distribuidora, braço varejista da Petrobrás. Seria uma forma de captação de recursos na atual fase magra da economia brasileira.

O controlador de ambas as empresas é o Governo Federal. E a crônica recente desse acionista majoritário de companhias, abertas ou não, é simplesmente deletéria.

A Petrobrás foi levada ao maior prejuízo de sua história, por conta da contenção artificial dos preços de seus produtos, imposta pelo controlador, além do mais notório e espantoso caso de corrupção já constatado na vida do país.

A Eletrobrás e suas subsidiárias estão à míngua, conduzidas pela redução de tarifas imposta em atentado violento à racionalidade econômica. E, semana passada, a CVM impôs multa máxima à União Federal, por ter atuado contra os interesses da companhia e seus acionistas naquele episódio.

O Banco do Brasil foi vítima de casos estranhos. Em primeiro lugar o ex-marido da favorita Rose Noronha, sem qualquer qualificação explícita, foi guindado ao Conselho da Brasil Seguridade, seu braço securitário. Por outro lado, o ex-presidente se envolveu em um caso de apadrinhamento a uma socialite mequetrefe, cujo cadastro era negativo, na concessão de crédito para a compra de alguns caminhões. O dito executivo foi guindado, em seguida, a presidente da Petrobrás.

A empresa de Correios, anotava O Globo de 31 de maio, é vítima do mais solerte aparelhamento, apresenta péssimos resultados e sua eficiência se deteriora visivelmente a cada ano.

Essas quatro empresas são submetidas ao mesmo controlador, tanto quanto a Caixa Econômica e a BR Distribuidora. Será que, depois de tantos desmandos, o mercado continuará dando crédito àquele acionista majoritário e adquirindo parcelas do capital de suas controladas?

Não parece lógico. Os investidores institucionais estrangeiros, que constituíram o principal canal de recursos nos IPO’s brasileiros dos últimos anos, certamente se retrairão. A Petrobrás é processada por muitos deles no exterior, em vista dos prejuízos auferidos com suas políticas e escândalos.

As pessoas físicas nacionais caíram na mesma armadilha, patrocinada pelas aquisições de ações com recursos do FGTS.

Resta o sistema bancário brasileiro, gestor de grandes fundos de investimento, e entidade com larga dependência do Governo Federal. Pode ser que daí saia alguma seiva para os lançamentos que se estão programando.

No entanto, é possível presumir um razoável insucesso nessas novas aberturas de capital de empresas governamentais. Ninguém quer ser sócio de um controlador inconfiável.

 

 

 

 

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