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O chamado de Dilma

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RODRIGO CONSTANTINO *
A presidente Dilma é como aquele marido traído, que descobre a esposa no sofá com o amante, e joga fora o sofá para acabar com o adultério. Este, aliás, tem sido um governo marcado pelo ataque aos sintomas, jamais às causas dos problemas. Não seria diferente na questão da saúde.
Faltam médicos no interior do país, pois as condições de trabalho são lamentáveis? Então o governo resolve importar “médicos cubanos”. Ainda assim faltarão médicos no “maravilhoso” SUS? Então os médicos não vão mais se formar após seis anos, e sim oito anos, pois terão que dedicar dois anos extras após o término da faculdade ao SUS para obter o diploma.
Isso é o governo praticando “altruísmo” com esforço alheio. Estender a já longa jornada de estudo e prática do médico para tampar um buraco criado por sua própria incompetência é injusto, absurdo e antiliberal. A presidente fala em um “chamado” aos médicos, mas não é nada disso: é uma imposição, das mais autoritárias.
Para um economista como eu, a escassez de um bem ou serviço é sinal de preço fora de lugar. Quando há fila em um restaurante e o outro está vazio, isso é sintoma de que o primeiro deve estar cobrando pouco, e o segundo muito. Normalmente, o setor privado reage justamente assim: aumenta a demanda, ele tenta expandir a oferta, e quando isso não é possível, ele ajusta o preço.
O governo, como sabemos, não faz nada disso, pois seus incentivos são inadequados. Quando há demanda demais na hora do rush no tráfego, ele cria racionamento de placas. E quando há médico de menos no interior, ele decreta mais dois anos de trabalho aos recém-formados para liberar o diploma. O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Nulvio Lermen Junior, criticou a nova medida do governo:
O governo tem que melhorar a infraestrutura, criar um plano de carreira adequado, oferecer condições de vida apropriadas para os profissionais e para a família e, claro, com salário condizente, que não precisa ser muito diferente das outras regiões. Não adianta atender a só um desses itens. Do contrário, a pessoa pode até ir se aventurar, mas acabar logo desistindo. Não há alguém que aguente viver por muito tempo sem esses fatores envolvidos.
Em outras palavras, a falta de médicos é um problema de mercado, eminentemente econômico. Quando envolve saúde, sabemos que a esquerda gosta de deixar as calculadoras de lado ainda mais do que o de praxe, mas não é com base em decretos autoritários, escravizando os médicos recém-formados, que iremos resolver a falta de médicos pelo interior.
A saúde pública no Brasil é uma porcaria, e o governo acaba optando por mais intervencionismo ainda, prejudicando todo o setor, inclusive o lado privado. Se a trajetória dos médicos terá mais um obstáculo agora, postergando o retorno de seu investimento pesado em tempo de estudo, pode estar certo de que isso vai encarecer o serviço para “nos otros”, que pagamos a fatura.
O “chamado” de Dilma mais parece aquele filme com o mesmo nome, onde o sujeito atende o telefone, e com isso sela seu destino, assinando seu atestado de óbito. Socorro!
* PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL

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