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O caminho para a ruína

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A aurora do indivíduo

O homo sapiens é um ser vivo único neste planeta. Por mais que tenham existido outros humanoides em diferentes períodos do amadurecimento do planeta Terra – caso tenham realmente existido –, o que se sabe é que, mesmo dentre estes, o homo sapiens se sobressaiu através de suas características peculiares.

Todos os seres vivos funcionam através de um sistema de eleição de valores. Esse sistema de eleição de valores para diferentes situações tem íntima relação com a necessidade de sobrevivência comum a todos os seres. Um hipotético ser vivo imortal não precisaria escolher valor algum nas situações adversas que se seguiriam em sua vida por nenhuma delas ser capaz de resultar em sua morte[1] (se é que se poderia falar em adversidades sem a existência da dicotomia vida-morte).

Diferente de todos os outros seres, o homo sapiens não nasceu programado a uma escolha de valores pré-definida. Enquanto outros animais possuem um nível de consciência limitado às suas sensações, o ser humano possui a capacidade única de escolher valores não através das sensações, mas através de um mecanismo intitulado percepção. Esse mecanismo único dá ao homo sapiens a capacidade de escolher seus valores não através de ou tendo como fim suas sensações (como prazer, fome, sono, etc), mas sim através de sua escolha arbitrária, baseada única e exclusivamente em sua vontade. Em aspectos sociais, pode-se intitular esta capacidade de liberdade[2].

Essa liberdade na escolha de valores é, no entanto, uma via de mão dupla. Ao mesmo tempo em que aumenta as possibilidades humanas no alcance de suas ações, ela o torna frágil a curto prazo. Enquanto outros seres possuem uma pré-definida “ordem” a cada ação, o ser humano, a cada situação, deve acessar sua consciência e escolher dentre os conceitos que conhece, aplicando-os à sua escolha de valores, num processo conhecido como reflexão[3].

A liberdade que possui o ser humano sobre seu processo de reflexão e a falibilidade deste tornam-no responsável pela sua escolha de valores. Então, como qualquer erro pode ser fatal, o ser humano deve fazer uso da razão para uma correta ligação entre conceitos, aproximando da realidade objetiva seu processo de reflexão e, consequentemente, a escolha de seus valores[4].

Essa fragilidade momentânea, bem como a responsabilidade que tem por seus próprios atos, presenteou o homo sapiens com outro traço distintivo em relação a todos os outros organismos vivos deste planeta: a inteligência dos conceitos de eu, passado e futuro. Assim, diferentemente dos outros animais que possuem a vida dividida em ciclos de momentos e que não se reconhecem como indivíduos, o ser humano tem a capacidade de se reconhecer como indivíduo, de enxergar toda a extensão de sua vida, de modo a conectá-lo permanentemente ao seu passado e impondo ao seu presente a constante preocupação com o futuro[5].

Dessa forma, a vida e a sobrevivência de um ser humano passam necessariamente pela constante relação entre sua individualidade, o eu, e a realidade objetiva, tendo a razão como intermediadora destas. Por consequência, a dissonância entre eu e a realidade objetiva afeta negativamente a escolha de valores do ser humano, sendo prejudicial à sua sobrevivência[6].

Por 70 mil anos o homo sapiens construiu uma longa cadeia de conceitos, elevou a sua capacidade de raciocínio lógico e criou um emaranhado de realidades intersubjetivas[7] que se moldaram à sua natureza e expandiram a capacidade de convivência entre indivíduos autônomos da espécie. O Cristianismo, o Judaísmo e o Islamismo, assim como outras crenças particulares, foram responsáveis pela pacificação de grandes grupos de indivíduos, apesar de protagonizarem séculos de guerras. O capitalismo, com a unificação na moeda, o mercado como local de trocas e de extravaso dos desejos mais primitivos humanos, deu palpabilidade ao contrato social, retirando o ser humano da selvageria e elevando o padrão de vida mesmo daqueles derrotados pelas leis do mercado[8].

É importante denotar que o sucesso destas ordens intersubjetivas vem do fato de elas respeitarem o individualismo humano. Não porque foram criadas para isso, mas porque emergem diretamente da ordem espontânea[9] vinda da interação entre milhares de indivíduos. Ou seja, há total conformação entre estas ordens intersubjetivas e a interação eu e realidade objetiva de cada indivíduo e, mesmo que alguns indivíduos não concordem com elas, há ainda uma espécie de consenso acerca de suas existências.

Essa ordem espontânea pode ser entendida, no entanto, como caótica, assim como toda a natureza que a cerca. Não há nela garantias, direitos ou justiça – não aparentemente. O Estado viria a aparecer, então, como mediador naqueles momentos em que houvesse discordância entre indivíduos sobre questões já intersubjetivamente consolidadas. Dessa maneira, as imperfeições inerentes aos seres humanos seriam diminuídas, bem como os impactos de sua falibilidade.

No entanto, a desigualdade de características dos seres humanos e a consequente desigualdade de resultados entre os mesmos acabou por provocar aqueles indivíduos que por algum motivo acreditavam ser dever do Estado não só fazer da população menos triste, mas sim fazê-la feliz, se questionarem: por que continuar maquiando o mundo, se posso retirar dele toda sua feiúra[10]?

A grande estratégia

A ideia de uma sociedade guiada por uma autoridade central para um estado de perfeição não é nova. O grande filósofo Platão pregou durante sua vida a ideia de um Estado Perfeito, uma forma de civilização que durante uma certa Idade Áurea existiu e com o crescimento das civilizações se fez decadente. Para Platão, é dever dos sábios subverterem a decadência histórica das nações em busca do Estado Perfeito das sociedades, captando em seu estado natural a essência da humanidade[11]. Hegel, já no século XIX, anunciou o pensamento dialético (tese + antítese = síntese) e o aplicou no mesmo determinismo histórico defendido por Platão. Essa equação viria, poucos anos mais tarde, a cativar os jovens Karl Marx e Friedrich Engels, incentivando-os a criar o materialismo histórico dialético.

A cosmovisão marxista pode ser entendida sob os seguintes ditames: não há nada mais além das relações de produção e tudo aquilo que vêm delas (materialismo); houve nos primórdios da humanidade uma forma de comunidade perfeita destruída pelo processo de civilização (naturalismo); esse estágio de perfeição social é possível de ser atingido (utopismo), a chegada deste estágio social é inevitável (determinismo histórico); a consciência dos indivíduos é determinada por sua existência social (coletivismo) e que essa consciência social serve somente para defender sua classe, sendo portanto irreconciliáveis diferentes consciências sociais – luta de classes (dialética)[12].

As ideias de Marx ainda hoje são vigentes, apesar de muitos que não se consideram marxistas ou até repudiam o marxismo continuarem repetindo ou até vivendo conforme suas ideias. Essa “conscientização” silenciosa é um dos aspectos fundamentais do movimento intitulado neomarxismo de Antônio Gramsci e da Escola de Frankfurt, que viria a dominar os pensamentos humanos do pós-guerra até os dias atuais.

Os neomarxistas mantinham suas ferrenhas críticas ao estágio em que se encontrava a sociedade, chamada por eles de capitalista, mas também desacreditavam de alguns aspectos do marxismo. Gramsci se opôs ao determinismo histórico marxista, deixando claro que não existia a pretensa inevitabilidade da revolução, sendo importante que se aja no sentido de guiar a sociedade a seu estado de perfeição. Além disso, o filósofo criticou o pensamento raso de Marx acerca da exploração do proletariado, que se daria não somente através da exploração do trabalho, mas também e principalmente pela opressão cultural de grupos que pudessem subverter sua hegemonia[13].

A crítica ao historicismo e materialismo do clássico marxismo encontrou ecos na Escola de Frankfurt, que, através de Max Horkheimer, criou a Teoria Crítica, cuja função seria conscientizar os grupos oprimidos pela hegemonia cultural burguesa das funções instrumentais da ciência e cultura clássicas (manutenção da burguesia no poder)[14]. Essa conscientização se daria através da implementação, tanto na mídia quanto na educação, de vertentes críticas tanto das ciências quanto da cultura.

Preliminarmente deve-se fazer uma pequena explicação do porquê de o título deste capítulo ser tão assertivo, quiçá pejorativo. Em um caldeirão onde mistura-se utopismo, coletivismo e materialismo, o fim deixa de ser o ser humano (sem valor individual algum) e passa a ser a Utopia, servindo as ideias somente como forma de instrumentalização para este fim. Quais ideias seriam estas, então, só se poderá saber com as circunstâncias e os resultados, desde que voltadas ao fim utópico estipulado. Nas palavras de Karl Popper, na consideração utópica “qualquer ação racional deve ter alvo certo. É racional no mesmo grau em que visa a seu alvo consciente e consistentemente, e em que determina seus meios de acordo com esse fim[15]”.

Não se deve, porém, enxergar esse ideal de instrumentalização da sociedade como uma estratégia inerentemente má. A concepção marxista e neomarxista de sociedade enxerga todas as interações sociais como formas de instrumentalização, negando completamente a neutralidade. Assim, não existiria a dita liberdade de expressão e de pensamento, de forma que as consciências dos “oprimidos” já seriam moldadas pelas classes ou grupos hegemônicos. A instrumentalização das consciências com o viés crítico neomarxista seria somente uma forma de corrigir a ideologização anterior para os fins devidos, quais sejam, a igualdade entre todos os indivíduos[16].

Karl Popper delimita que a crença em uma sociedade planejada depende de uma entidade sobrenatural, acima de todos os indivíduos pertencentes à sociedade, que pode ser chamado de Mecânico Utópico[17]. Essa é uma das primeiras grandes contradições das filosofias que delimitam a igualdade como fim da sociedade: naturalmente elas demandam desigualdade através da necessidade de grandes e poderosos líderes que possam planejar tal sociedade.

O Mecânico Utópico tem uma função difícil a ser cumprida. Nenhuma sociedade aceitará a total subversão de sua ordem social em somente um ato, para um único e determinado fim. Mesmo que existam cidadãos totalmente comprometidos com o “bem-estar geral”, “interesse comum” ou “bem comum”, a maioria ou uma grande parcela da população ou não concordará com a ideia de igualdade ou ao menos sentirá que as coisas são como deveriam ser. Há, então, gradações de concordância ou consenso na sociedade, em que algumas funções do Estado serão unanimemente consideradas essenciais e em outras haverá discordância maior[18]. Existirão então diversos indivíduos em uma sociedade democrática que concordarão com os meios aplicados, mas não com os fins sociais das medidas; outros concordarão com os ditos fins, mas discordarão da forma de consecução dos mesmos; e haverá os que discordarão tanto dos meios quanto dos fins. Aí reside o maior dos problemas: para que um fim social seja alcançado, para que o Estado Ideal se estabeleça, é necessário que todos os indivíduos de uma sociedade concordem integralmente com os meios aplicados e os fins buscados. É neste momento que começa a grande estratégia iniciada por Gramsci e finalizada pela Escola de Frankfurt.

A ruína do indivíduo

O primeiro passo seria então a inserção nos indivíduos de valores destrutivos à ordem atual, para que possam finalmente pensar com “liberdade de pensamento”. Inicia-se dando um nome à ordem, que de forma alguma pode ser vinculada à natureza do ser humano ou às vontades dos indivíduos, para que possa ser tratada como inimigo comum. O nome escolhido fora Capitalismo, motivo de todos os males da humanidade[19].

Após, deve-se culpar o individualismo por toda a desigualdade que produz, como se este não fosse intrínseco à natureza humana. Delimitam-se, então, todos aqueles valores essenciais à pretensa ordem e atribuem-se a grupos de indivíduos, como se não fossem as características per se que levassem ao dito sucesso, mas sim um determinado ser. O objetivo seria negar a liberdade de escolha que todos os indivíduos possuem e sua consequente responsabilidade, indicando que não são eles os precursores de seus próprios destinos.

Por último, consequentemente à negação do individualismo, atribui-se toda a ambição frustrada de indivíduos pertencentes a determinados grupos sociais a esse “sistema” e aos grupos “dominantes”, como se qualquer insucesso individual fosse culpa daquele mesmo ser que deu “sucesso” a alguns indivíduos pertencentes aos grupos intitulados “dominantes”.

Do dia para a noite subverte-se tudo em que os indivíduos acreditam, em uma abrupta inserção de valores que nunca foram escolhidos por eles. O uso da palavra alienação é recorrente. Sempre que um indivíduo diz ou pensa em algo pertencente à ordem espontânea anterior e à sua consciência, essa palavra é dita como forma de invalidar o indivíduo, como se o mesmo não tivesse capacidade de pensar sozinho, como se todas as conclusões que tivera fossem erradas e contra o seu bem-estar. Sob este ponto, residiria no Estado ou no grupo ao qual este pertence a capacidade concreta de dizer o que é realmente bom ou ruim para um indivíduo.

Elegem-se valores objetivos, independentes da subjetividade dos indivíduos, de forma que daí emerge um sistema de castas sociais: os dominantes (homens, brancos, heterossexuais, ricos, etc), que oprimem as minorias (mulheres, negros, homossexuais, pobres, etc). Ambições que nunca foram dos indivíduos pertencentes às ditas minorias passam a existir na forma de ambição frustrada[20]. Mulheres que nunca quiseram ser como os homens passam a odiar os homens por, supostamente por culpa dos mesmos, não poderem ser iguais a eles; negros que nunca quiseram ser como os brancos passam a odiar os brancos por, por culpa dos mesmos, não poderem ser iguais a eles; e etc. Tudo isso sem responder a uma importante questão: o que é ser branco? O que é ser negro? O que é ser mulher? O que é ser homem? Onde está o indivíduo em meio a tantos blocos de gente? Suas características pertencem a si ou pertencem a todos?

A resposta a essas perguntas vem através da criação intencional e forçada de identidade nesses grupos. Conceitos novos são criados e atribuídos a certos grupos[21], bem como diferentes rituais[22] e slogans que simulam uma união de todos os indivíduos pertencentes a estes[23], reforçando a existência óbvia de semelhanças entre seus membros e dando uma falsa impressão de coesão fundamental. Nascem, então, as classes sociais – uma multidão solitária formada por indivíduos que negam sua identidade em favor da falsa identidade de um grupo[24]. Karl Popper intitula este movimento como o retorno ao Tribalismo. Kohlberg denota que esse mesmo fenômeno pode ser enxergado em indivíduos adolescentes. O ato de questionar a existência de ordem superior, anterior a si mesmo, leva o indivíduo ao relativismo ético, que, conciliado com a sociabilidade humana, acaba por apoiar a auto-estima dele na legitimação de pequenos grupos e não em sua autoconsciência[25]. É, conforme David Riesman, a substituição do antigo “giroscópio interior” – que guia o indivíduo na busca de valores – por um sistema novo, uma espécie de “radar interior” – que informa as tendências mais modernas e mais aplicáveis aos grupos aos quais o (já não) indivíduo busca se conformar[26].

Conceitos são esvaziados e ganham novos sentidos, perdendo sua força racional e mantendo sua conotação sentimental[27]. Sem a racionalidade dos conceitos, pessoas diferentes acabam por dar sentidos diferentes às palavras, impossibilitando a comunicação racional[28]. A conceituação nova é, então, instituída para “grupos sociais” específicos, de modo que a comunicação dos pertencentes ao grupo seja otimizada e a comunicação entre grupos diferentes seja extinta[29]. Conceitos científicos, principalmente no campo das Ciências Humanas, são subvertidos de tal forma que ganhem sentimentos negativos ou positivos, dependendo de qual ideologia representam, fazendo com que se perca o caráter desapaixonado das ciências em geral[30]. George Orwell explica bem este recurso chamando-o de novilingua[31].

A ligação natural entre o eu e a realidade objetiva, enfim, tem sua derrocada. Com o coletivismo não há mais eu, nós[32]. Tudo em que o indivíduo acredita é negado, de modo que sua ligação com a realidade objetiva feita através da razão também não mais existe: ele nunca fora capaz de pensar, ele nunca enxergou a essência dos conflitos por estar inserido neles. Seus fins, os valores escolhidos por si para guiar sua vida, não valem de nada, tendo sido substituídos por valores objetivos do grupo ao qual pertence. Assim como suas derrotas não dependem de sua individualidade, suas vitórias não pertencem a ele também[33].

Sem se sentir capaz de refletir, de julgar e escolher valores, o indivíduo perde completamente o senso de controle sobre a realidade à sua volta. Sem se reconhecer como indivíduo, ele perde sua dignidade de viver. Sem conhecer a realidade objetiva que está a sua volta, ele se torna incapaz de viver[34].

Com sua consciência rasgada em duas[35], o que é e o que deveria ser, o indivíduo se protege com a única arma que tem: a hipocrisia. Aos hipócritas só resta culpar o outro por erros que eles mesmo cometem por serem humanos[36] (ou talvez por esses “erros” serem mera fantasia). A sensação geral de paranoia se estabelece na sociedade. Sempre atentos, os indivíduos só aguardam, preparados e armados, para a próxima atitude manipuladora dos grupos dominantes (que pela quantidade e diversidade de grupos, podem ser qualquer pessoa). Nas palavras de Darehndof, queríamos uma sociedade de humanos autônomos, criamos uma sociedade de humanos assustados e agressivos. Procurávamos Rousseau, encontramos Hobbes[37].

Aos que não conseguem se proteger deste duplipensar[38] por meio da hipocrisia, sobra-lhes só conviver com o sentimento mais característico da ruína do indivíduo: a culpa. O reconhecimento legítimo da injustiça em se tratar o outro de forma que destruiria o eu. O reconhecimento de que assim como o outro, o eu não existe mais.

Ao final, se o indivíduo não renuncia a esta ordem planejada, duas atitudes são possíveis. Aos que se sentem culpados, a inevitabilidade do suicídio – o ato final de um processo que já ocorrera há muito tempo. Aos hipócritas, manifestações escandalosas e chamativas contra conceitos abstratos essencialmente negativos como machismo, corrupção, violência, racismo, golpe, impeachment, extremismo, impunidade, preconceito, etc. Rituais tribais antigos travestidos de tendências modernas – o velho e conhecido misticismo, alegre, agasalhado com a frieza eloquente de uma nova ciência. Se antes o homo sapiens rezava para um ou vários deuses, agora ele reza para o Estado.

Eis o conflito inerente à filosofia da igualdade: sempre que o indivíduo se presta a agir sob seus interesses, seus julgamentos, suas percepções, ele estará tornando a vida de todos os outros seres indigna; toda vez que se presta a pensar conforme e em benefício da sociedade, estará tornando a sua vida indigna. Ou ele morre em favor de todos, ou todos morrem em seu favor. Se para o bem da sociedade, todos os indivíduos devem morrer, de que será composta a sociedade e para quem será feito o bem, senão para os que a governam?

[1] RAND, Ayn. The Virtue of Selfiness: The Objectvistic Ethics. New York: Ed Penguin, 1964. P 14

[2] Ibidem 15-16

[3] Idem

[4] Idem

[5] Ibidem p 18

[6] Ibidem p 19

[7] Intersubjetivo é algo que existe na rede de comunicação ligando a consciência subjetiva de muitos indivíduos. Se um único indivíduo mudar suas crenças, ou mesmo morrer, será de pouca importância. No entanto, se a maioria dos indivíduos na rede morrer ou mudar suas crenças, o fenômeno intersubjetivo se transformará ou desaparecerá. Fenômenos intersubjetivos não são fraudes malévolas nem charadas insignificantes” HARARI, Yuval Noah, 1976. Sapiens – Uma breve história da humanidade: tradução Janaina Marco Antonio – 7ed – Porto Alegre, RS:L&PM, 2015

[8] HARARI, Yuval Noah. Op Cit p 125

[9] “Apesar de nossa civilização ser o resultado de uma acumulação de conhecimentos individuais não é pela composição de todos esses conhecimentos num cérebro individual, mas sim pela materialização em símbolos, hábitos e instituições, ferramentas e conceitos, isto é, um corpo de conhecimentos que nem ela nem ninguém possui perfeitamente.” HAYEK, Friedrich A. Sensory Order. Chicago: University of Chicago Press, 1952

[10] POPPER, Karl. A sociedade aberta e seus inimigos: tradução de Milton Amado. Belo Horizonte. Ed Itatiaia: São Paulo. Ed da Universidade de São Paulo, 1974. 2v p 173

[11] Ibidem p 39

[12] MISES, Ludwig von. Teoria e História. Tradução de Rafael Sales de Azevedo – São Paulo: Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2014. P 81-86

[13] BOBBIO, Norberto. O Conceito de Sociedade Civil/ Norberto Bobbio: Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1982

[14] HORKHEIMER, M. e ADORNO, Theodore. Dialectic of Enlightenment, New York: Seabury, 1972. p 246

[15] POPPER, Karl. Op Cit. p 173

[16] HAYEK, Friedrich A. O caminho da servidão / F. A. Hayek. – São Paulo : Instituto Ludwig von Mises Brasil, 2010. p 16

[17] POPPER, Karl. Op Cit. p 175

[18] HAYEK, Friedrich A. Op Cit. p 79

[19] “O preconceito e o fanatismo da opinião pública se manifestam com mais clareza pelo fato de ela vincular o adjetivo “capitalista” exclusivamente às coisas abomináveis, e nunca àquelas que todos aprovam. Como poderia o capitalismo gerar coisas boas? Tudo o que tem valor foi produzido apesar do capitalismo, mas as coisas ruins são excrescências do capitalismo”. MISES, Ludwig von. Mentalidade Anticapitalista / Ludwig von Mises. – São Paulo : Instituto Ludwig von Mises Brasil, 2010. p 11

[20] “O conflito é o resultado da tendência de se definir pessoas para além de suas próprias fronteiras, visando-se proteger um ponto de vista específico” DAHRENDOF, Ralf. Law and order (Hamlyn lectures) 1. Great Britain — Social conditions —1945- I. Title II. Series. p 4

[21] “Feminismo” oprimido contra “machismo” opressor, “Movimento Negro” oprimido contra “racismo” opressor, “Movimento LGBT” oprimido contra “homofobia” opressora, “Anti-fascistas” oprimidos contra “fascistas” opressores, etc

[22] Nesse contexto emerge a “magicalização” do parto e da menstruação, do inexistente sentimento de “sororidade”; o reavivamento dos rituais africanos, do uso de estampas tribais, a exaltação do funk, do jazz, do samba; A bandeira LGBT, a Parada gay, etc

[23] Slogans como “mexeu com uma mexeu com todas”, “we can do it”, “sem advogado não há justiça”, “somos todos Daniel Alves/Maju”,”eu não mereço ser estuprada”, “a carne mais barata no mercado é a negra”,            “quanto vale o médico”, etc.

[24] RIESMAN, David. The Lonely Crowd: A Study of the Changing American Character. New Haven ND London, Yale University Press

[25] KOHLBERG Lawrence e HERSH, Richard H. Theory into Practice, Vol. 16, No. 2, Moral Development. (Apr., 1977)

[26] RIESMAN, David. Op Cit. p 26

[27] “Ela (a técnica envolvida) consiste na criação de um termo artificial, desnecessário e (racionalmente) inútil, desenvolvido para substituir e obliterar alguns conceitos legítimos – um termo que parece um conceito, mas se afirma como uma “venda-casada” de elementos díspares, incongruentes e contraditórios; elementos que não foram obtidos de alguma ordem lógica conceitual ou contexto; uma “venda-casada” em que a característica que a define é sempre aquela que é não essencial a ela mesma. Este último é a essência do truque” (tradução livre). RAND, Ayn. Extremism or the Art of Smearing, em Ayn Rand’s Capitalism: the Unknown Ideal. Estados Unidos: Penguin, 1986.

[28] HAYEK, Friedrich. Op Cit. 157-158

[29] Daí o nascimento da tão falada expressão “lugar de fala”. Para que se compreenda o que é dito por um indivíduo, então, deve-se entender a qual classe esse pertence para que se possa, depois, interpretar suas palavras através da ideologia de sua classe. Nesse sentido:

“Se um homem exprimir opiniões discordantes com a ideologia de uma classe específica, isto significa que ele não pertence a esta determinada classe. Não é necessário refutar suas ideias por meio do raciocínio discursivo; basta desmascarar sua origem e sua afiliação de classe. Isto resolve a questão” – MISES, Ludwig von. O conflito de ideologias – o marxismo contra as massas.

[30] Idem.

[31] “Não vês que todo o objetivo da Novilíngua é estreitar a gama do pensamento? No fim, tornaremos a crimidéia literalmente impossível, porque não haverá palavras para expressá-la. Todos os conceitos necessários serão expressos exatamente por uma palavra, de sentido rigidamente definido, e cada significado subsidiário eliminado, esquecido. Já, na Décima Primeira Edição, não estamos longe disso. Mas o processo continuará muito tempo depois de estarmos mortos. Cada ano, menos e menos palavras, e a gama da consciência sempre um pouco menor. Naturalmente, mesmo em nosso tempo, não há motivo nem desculpa para cometer uma crimidéia. É apenas uma questão de disciplina, controle da realidade. Mas no futuro não será preciso nem isso. A Revolução se completará quando a língua for perfeita. Novilíngua é Ingsoc e Ingsoc é Novilíngua” ORWELL, George. 1981. Londres: Martin Secker & Warburg Ltd

[32] “É um pecado escrever isto. É um pecado pensar usando palavras que mais ninguém usa e coloca-las num papel que mais ninguém verá. É sórdido e malévolo. É como se falássemos sozinhos, para nenhum outro ouvido exceto o nosso. E bem sabemos que não existe transgressão mais grave do que fazer ou pensar algo por si sós. Nós violamos leis. As leis dizem que os homens não podem escrever, exceto se o Conselho de Vocações solicitar que o façam. Que sejamos perdoados!” RAND, Ayn. O Cântico. p. 37

[33] Esse é um pecado muito maior, nascer espertos demais. Não é bom ser diferente de nossos irmãos, mas é maligno ser superior a eles. RAND, Ayn. Op cit. p 41

[34] BRANDEN, Nathaniael. The Virtue of Selfiness: Mental Health versus Mysticism and Self-Sacrifice. New York: Ed Penguin, 1964. p 37

[35] “Se um homem persegue e deseja contradições – se ele quer ter o bolo e come-lo também – ele desintegrará sua consciência; ele tornará sua vida interior em uma guerra civil de forças cegas engajadas em conflitos negros, incoerentes e sem sentido (o que é, incidentalmente, o estado interno da maioria das pessoas de hoje em dia)” RAND, Ayn. Op Cit p 24

[36] BRANDEN, Nathaniael. Op cit p 37

[37] DAHRENDOF, Ralf. Op cit p 4

[38] “Saber e não saber, estar consciente de sua completa sinceridade ao exprimir mentiras cuidadosamente arquitetadas, defender simultaneamente duas opiniões que se cancelam mutuamente, sabendo que se contradizem, e ainda assim acreditar em ambas; usar a lógica contra a lógica, repudiar a moralidade e apropriar-se dela, crer na impossibilidade da Democracia e que o Partido era o guardião da Democracia; esquecer o quanto fosse necessário esquecer, trazê-lo à memória prontamente no momento preciso, e depois torná-lo a esquecer; e acima de tudo, aplicar o próprio processo ao processo. Essa era a sutileza máxima: induzir conscientemente a inconsciência, e então, tornar-se inconsciente do ato de hipnose que se acabava de realizar. Até para compreender a palavra “duplipensar” era necessário usar o duplipensar” ORWELL, George. 1981. Londres: Martin Secker & Warburg Ltd

*Igor Damous é advogado criminal. 

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