O Califado Petista na América Latina
Por Daniel Rabetti
O Brasil assistiu indiferente às manifestações pró-Palestina compostas por uma maioria de entidades de esquerda, como MST, CUT, PC do B, PT e PSOL, em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Nessas manifestações, ficou clara a omissão da existência do grupo terrorista radical islâmico, Hamas em Gaza, e seus ataques de foguetes contra Israel – que culminaram no conflito. Somam-se às manifestações acusações antissemitas, onde Israel estaria realizando um genocídio do povo Palestino. Esta linha de raciocínio foi mantida pelo Itamaraty, assessoria de assuntos internacionais da Dilma e a própria Dilma. É interessante, porém, analisar a motivação destas entidades e as eventuais consequências para imagem do Brasil no exterior e ao povo Brasileiro.
A questão vital para entender melhor a posição do Brasil é saber se estes posicionamentos foram fomentados pela defesa dos direitos humanos, ou se, por sentimentos anti-Israel.
Abaixo forneço alguns elementos que provam que a primeira hipótese fica descartada.
1) Guerra Civil Síria
A Guerra Civil Síria, onde rebeldes tentam derrubar o ditador Assad do poder, levou ao assassinato de mais de 200.000 habitantes, sendo que, grande parte foram crianças. Dentre os mortos, estima-se que quase 2.000 Palestinos – mais do que os mortos em combate em Gaza. No Brasil, nenhuma manifestação foi realizada por essas entidades de esquerda ou pelo Governo Brasileiro.
2) Genocídio de Darfur
A guerra no Sudão do Sul, entre tribos fundamentalistas islâmicas e tribos não islâmicas, já sentenciou à morte milhares de pessoas. No Brasil, nenhuma manifestação foi realizada por essas entidades de esquerda ou pelo Governo Brasileiro.
3) Egito contra grupos islâmicos
O Atual governo Egípcio chegou ao poder em um golpe de estado contra lideranças fundamentalistas islâmicas da irmandade muçulmana, que controlaram o Egito por pouco mais de um ano. Além disso, destruiu os túneis que ligavam Gaza ao Sinai. Se a esquerda Brasileira defendesse os Árabes islâmicos ou a causa Palestina, se manifestariam contra ambas atitudes Egípcias. Nada foi feito ou proclamado.
4) ISIS – Levante Islâmico
O grupo radical islâmico sunita ISIS, é responsável pela fuga de mais de um milhão de pessoas, normalmente cristãs e outras minorias, do Norte e Centro do Iraque. Além de conquistar, violentamente, o leste da Síria. O ISIS é reconhecido como a mais cruel dentre todos grupos radicais islâmicos assustando até mesmo o pior militante da Al-Qaeda. A esquerda Brasileira não se manifestou, ainda, sobre as atrocidades cometidas pelo ISIS no Iraque e Síria. Provavelmente não irá.
5) Rússia na Criméia Ucraniana
A Rússia violou normas do direito internacional e a soberania Ucraniana no caso da Criméia, desencadeando uma série de restrições comerciais pelo Estados Unidos e União Européia. O Brasil assistiu calado Vladimir Putin operar brutalmente na anexação da Criméia Ucraniana.
Mais exemplos poderiam ser fornecidos, entretanto, não há necessidade. Fica provado que a esquerda Brasileira e o Governo de Dilma pouco se importam para massacres causados por grupos ou regimes extremistas no Oriente Médio e Rússia. A bandeira levantada de proteção aos direitos humanos é fajuta e hipócrita. Fica evidente a real motivação anti-Israel nas manifestações das entidades da esquerda Brasileira, na assessoria de assuntos internacionais, na chancelaria brasileira e nas atitudes da presidente Dilma.
Talvez você se indague o porquê deste alinhamento esquerdista contra Israel. Agora listo as possíveis causas, que isoladamente ou em conjunto, fornecem elementos para explicar a posição da esquerda Brasileira na questão.
1) Ignorância Geopolítica
O Brasil prova que não entende nada de assuntos geopolíticos internacionais, principalmente de questões referentes ao Oriente Médio. Faltam conhecimento histórico, geográfico e político à assessoria de assuntos internacionais da Dilma. Em uma entrevista ao SBT, sr. Marco Aurélio Garcia, quando perguntado sobre o que acontece em Gaza, não conseguiu fornecer nenhuma informação contundente sobre o conflito, respondendo apenas, “ah… isso aí é um genocídio”. Pobre Brasil que tem nas mãos de Garcia o controle do posicionamento diplomático Brasileiro.
2) Sobre as rédias da China, Irã e Rússia
O Brasil nada mais é que um boneco manipulado pela Rússia, Irã e China nas questões internacionais. Você talvez se recorde quando o Lula, em viagem ao Teerã, apertou a mão de Ahmadinejad em plena corrida nuclear armamentista do Irã. Depois, se uniu ao Assad da Síria – sim, aquele responsável pelo genocídio de 200.000 pessoas, com objetivo claro de oposição aos EUA e Israel – cadê o humanitarismo? Agora o Brasil se esforça para tentar enfraquecer Israel no Oriente Médio o que favoreceria a influência política do Irã na região. Em troca, o Brasil conseguiu acesso ao capital Chinês como foi no caso da venda da Petrobrás, e das influências políticas da Rússia na Organização Mundial de Comércio. Este alinhamento de interesses, ditam os passos do Brasil na região.
3) Esquerdismo antiquado
Por fim, o governo de Dilma e essas entidades de esquerda, mostram ao mundo que a essência do antiquadísmo socialista ainda vive. É evidente a influência da visão socialista da década de setenta nas atitudes da chancelaria brasileira e no comportamente internacional do Brasil. O Brasil se posiciona contra Israel, porque Israel representa a vitória de uma sociedade fundamentada em princípios que retoricamente se opõem aos da esquerda Brasileira, sendo eles:
– Pluralismo político-partidário: o parlamento Israelense abriga uma coalizão de partidos de oposição e do governo, dos mais distintos interesses e formações étnicas. Possui, historicamente, participação de todas as etnias que compõem o estado Israelense, como Judeus, Árabes, Druzis, Beduínos, Etíopes, para citar alguns. Estes partidos discutem medidas políticas, militares e econômicas em decisões conjuntas no Parlamento.
– Aproximação com os EUA: Israel é um parceiro militar e econômico incondicional dos Estados Unidos. Como não poderia ser diferente, o antiquadismo esquerdista se opõe a tudo que seja relacionado ao tio Sam e seus aliados.
– Empreendorismo e liberalismo econômico:Israel é o país que mais tem doutores por habitantes no mundo. Também é um país empreendedor e possui o maior número de empresas estrangeiras listadas nas bolsas americanas. O livro Start-up Nation: The Story of Israel’s Economic Miracle, de Dan Senor, popularizou Israel por possuir o maior número de start ups do mundo. Além disso, o país é um pólo tecnológico onde abriga empresas como IBM, Intel, Apple e Microsoft. Todas essas características são possíveis pois Israel é um país Liberal.
– Justiça Independente:Israel é reconhecido por ter um poder judiciário mais eficientes do mundo. Fundamentado nos moldes da justiça Britânica, Israel já condenou comandantes do exército por erros militares e primeiros ministros por corrupção política. Como foi o caso do ex-primeiro ministro Israelense Ehud Olmert que foi condenado à seis anos de prisão por corrupção passiva. Pergunto: e o mensalão?
As consequências por este posicionamento são várias e atingem duramente o povo Brasileiro.
O Brasil se distância dos Estados Unidos, da União Européia, Japão e Israel, os centros econômicos mais importantes do mundo. Com isso perdem-se oportunidades incríveis de crescer economicamente das vantagens nas relações bilaterais com estes países. O Brasil encontra-se cada vez mais refém de sua ideologia antiquada de esquerda, fazendo parte do eixo de países com quase nenhuma expressão internacional, como Irã, Síria, Bolívia, Venezuela e Cuba. Se destaca pela profunda inércia na liderança dos países da América Latina, deixando até mesmo o pequenino Paraguai se sobressair em assuntos internacionais. Além de ser o principal responsável pela péssima situação econômica de nossos vizinhos, como no caso da Argentina.
O sentimento que fica é que Brasil poderia fazer muito mais – não me refiro ao assistencialismo Cubano, no campo internacional. Infelizmente, o Brasil, que é reconhecido internacionalmente pelo seu pluralismo étnico, riqueza cultural e potencial desenvolvimentista, se vê congelado pelo enraizamento de uma ideologia esquerdista da década de setenta.
Não me espantaria, também, se o próximo passo do Brasil fosse a implementação de um califado petista na América Latina, visto que, o mesmo se aproximou de regimes autoritários extremistas na América do Sul e de grupos terroristas no Oriente Médio, possuindo, portanto, base política e conhecimento estratégico para fazê-lo. Associam-se ao Governo brasileiro os interesses esquerdistas de outros governos na América Latina, como de Maduro na Venezuela, Corrêa no Equador, Mujica no Uruguai e Morales na Bolívia. Além do mais, o Brasil se aproximou do Irã, Síria, Rússia, China e de grupos islâmicos radicais como o Hamas na Faixa de Gaza, abrigando até mesmo refugiados terroristas. Nestes países os regimes autocráticos coíbem qualquer tipo de manifestação contra o Estado. Não existe liberdade de expressão, o poder judiciário é controlado pelo Estado e a imprensa é censurada. Por fim, tristemente assistimos a queda da autonomia de instituições diplomáticas Brasileiras, como o Itamaraty, sob rédias tendenciosas de Marco Aurélio Garcia.
Caso o Governo brasileiro continue nesta direção, o que provavelmente fará, os Brasileiros poderão descobrir uma nova dura realidade.
*Professor Assistente na Interdisciplinary Center Herzliya. Brasileiro, vive em Israel desde 2009.
Muito bem escrito. O califado petista poderá ser implementado sim, espero que a Marina leve essa e deixe o PT de fora, ninguém aguenta mais.
Vergonha o Brasil se associar com terroristas. E a Dilma ainda quer ser reeleita. Só aqui mesmo.
Certooooooooo
Pois e ja tem atentado acontecendo!
O califado petista tem de tudo para ser implementado. ótimo artigo!