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O Brasil perdeu a Copa: Mas o que muda, mesmo, em nossas vidas?

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etadiovazio

A derrota do Brasil por 6 gols de diferença para Alemanha (7 a 1) em casa é, sem dúvidas, algo triste para o brasileiro, essencialmente para um país, como o nosso, que enxerga os 11 jogadores de verde e amarelo como representantes de todos os 200 milhões que, aqui, habitam. Porém, estas atitudes coletivistas, que alguns enxergam como motivo de glória, na verdade, servem para supervalorizar de questões pouco importantes (como um jogo de futebol), ainda que em detrimento de algo que realmente tenha importância.

Para quem assistiu à semifinal viu características como: desespero; falta de equilíbrio e imaturidade; dificuldade em estabelecer prioridades; mais emoção do que técnica (que os profissionais em campo detém, apesar do atual momento). Se a ideia era representar os brasileiros, hoje, a seleção obteve o ápice da representatividade.

É óbvio— ao menos deveria— mas o que estava em jogo para o país, além de um jogo de futebol? – “Ah mais eu gosto de futebol e do meu País”. Bacana, é compreensível que esteja insatisfeito com o resultado de hoje. Mas ver as pessoas se esperneando, chorando excessivamente. Perderam algum ente querido? Os empregos? A chance de viverem em um regime democrático? (por enquanto, não) Ou só perderam, mesmo, a noção de prioridade?

Nada disso tem a ver com patriotismo. A seleção tem seu espaço nele, mas muitos só lembram que são brasileiros durante as copas. Negligenciar a sujeira, a destruição das contas públicas, a transformação de órgãos públicos em quintais partidários é tudo normal, absurdo é perder de goleada em casa.

Nossas jabuticabas

O economista Mario Henrique Simonsen dizia ”se só existe no Brasil e não é jabuticaba só pode ser besteira” e estas besteiras vão continuar enquanto chamarmos de movimento social um grupo de vagabundos — pessoas que não trabalham e não querem trabalhar— que invadem propriedades, enquanto acharmos normal conviver com mascarados que quebram tudo por onde passam, junto com uma molecada, sem noção nenhuma de transportes públicos, que defende passe livre. “Ora, mas são bem intencionados”. São ou este é o discurso?

A justiça brasileira pune um grupo privado que vende ingressos superfaturados que são de uma entidade privada, mas inocenta do crime de quadrilha um grupo do executivo do setor público que desviou R$ 100 milhões para comprar o legislativo (vulga tentativa de golpe de Estado). Indignação tem que ser por um técnico que perde uma copa, não com governantes que torraram de bilhões em estádios inúteis ou com uma “chefa” da nação que tenta se apropriar politicamente de uma copa e usa um espaço público para fazer campanha partidária.

O Brasil é mesmo um país cheio de jabuticabas que vão de um deputado federal gay (eleito com apenas 11 mil votos) que usa boina de Chê Guevara até um Ex-Presidente da República que se diz vítima de julgamento político do STF, de juízes que ele mesmo nomeou. Não nos esqueçamos da hipocrisia dos milionários socialistas que defendem Cuba de suas coberturas de Paris, como analisou o livro Esquerda Caviar (Rodrigo Constantino).

Mas, apesar da derrota horrível de hoje, Felipão deu uma lição a muitos governantes e Brasileiros, quando afirmou “ora de quem é a responsabilidade senão daquele que chamam de técnico”. Dilma deve tê-lo aplaudido nesta hora, pena que vai se “esquecer” disso na hora de falar de seu governo. Se continuarmos a achar normal todas estas peculiaridades, supervalorizando coisas de pouca importância o Brasil vai continuar a ser um país em que a burrice tem um passado glorioso e um futuro promissor, como dizia Roberto Campos.

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Wagner Vargas

Wagner Vargas

Graduado em Comunicação Social pela Universidade Anhembi Morumbi, Mestrando em Administração e Gestão Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV- EAESP), onde graduou-se em cursos de especialização em economia. Também é Sócio-Diretor da Chicago Boys Investimentos e atua com Assessoria de Imprensa, Comunicação Estratégica, Relações Públicas nos mercados: Siderúrgico, Varejo, Mercado Financeiro, Telecomunicações e em campanhas políticas. Integrante dos Conselhos de Economia e Investimentos em Inovação da CJE/FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), também é especialista do Instituto Millenium, onde produz entrevistas e artigos para o blog da Revista Exame.

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