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Não negociamos com terroristas

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ISIS

Após o bárbaro atentado à redação do periódico satírico Charlie Hebdo, o mundo ocidental se uniu em defesa da liberdade de expressão – um dos seus mais caros pilares civilizacionais. Ainda assim, pudemos observar a leniência e quase compaixão (com os terroristas, claro) com que alguns ditos “intelectuais” reagiram a esse ataque absurdo à humanidade e à liberdade.

Afirmam alguns que a charge foi “desnecessária” e que não se deve zombar da religião alheia. Se foi ou não necessária eu não sei. Acho que isso é algo que somente os leitores da publicação devem poder julgar. A sensibilidade de certos grupos não deve ser tida como parâmetro para que estabeleçamos “limites ao humor”. O melhor e mais legítimo controle contra eventuais “passada dos limites” por parte de qualquer pessoa no exercício de sua livre expressão é o feedback social provido pelas pessoas no mercado. Não gostou do conteúdo de determinada publicação? Oras, não compre e convença os seus a fazerem o mesmo.

Temos em questão um falso conflito entre duas liberdades: de religião e de expressão. A verdade, no entanto, é que não se pode conceber liberdade de religião sem liberdade de expressão. Professar publicamente uma religião demanda que se expresse um determinado ponto de vista sobre os mistérios da vida e de deus. Foi justamente do questionamento das crenças estabelecidas que surgiram e se desenvolveram as religiões modernas.

Esquivar-se de defender a liberdade de expressão dos cartunistas e demais pessoas que porventura venham a ofender a sensibilidade de muçulmanos pode até ter como objetivo acalmar os ânimos no mundo islâmico, mas acabará servindo, na verdade, como um endosso a uma minoria de radicais. Estes, que já controlam a agenda de liberdades civis em seus próprios países, restringindo direitos fundamentais de mulheres, homossexuais e minorias étnico-religiosas, receberão um sinal verde para prosseguirem com seus atos de violência e terror também nos países onde (ainda) se desfruta de certo nível de liberdade individual.

A liberdade é um bem precioso que, uma vez perdido, dificilmente é recuperado em sua plenitude. O preço que se paga por ela é a eterna vigilância. O terror é um inimigo cruel e traiçoeiro, pois aposta justamente no imediatismo e na tendência conciliatória dos regimes democráticos. Justamente por isso, é fundamental que os cidadãos e os governantes do Ocidente defendam suas liberdades e enviem uma mensagem clara aos intolerantes: não negociamos com terroristas!

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Fabio Ostermann

Fabio Ostermann

Formado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também estudou Economia. Graduado em Liderança para a Competitividade Global pela Georgetown University (EUA) e em Política e Sociedade Civil pela International Academy for Leadership (Alemanha). Mestre em Ciências Sociais/Ciência Política na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Um comentário em “Não negociamos com terroristas

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    23/01/2015 em 8:34 am
    Permalink

    Maníacos terroristas sempre invocam um “OBJETIVO SUPREMO”, um “FIM REDENTOR” para suas atrocidades enquanto praticam suas atrocidades até contra inocentes.

    Até algum tempo atras os terroristas se diziam salvadores da humanidade ao afirmarem seu desejo de impor o Socialismo para o bem dos pobres, estes detentores de todo o mérito simplesmente por serem pobres. Nem vou questionar o julgamento do qual obtiveram a conclusão de que pobreza é mérito, um grande mérito, capaz de justificar atrocidades praticadas em nome de seus descontentes portadores. Embora curioso seja que tudo se justifique em nome de se acabar exatamente com o mérito daqueles que, possuindo-o, justificam tudo que seja feito para priva-los de tal mérito. É esquisita a forma com que ideologias justificam seus seguidores que parecem gostar mais dos meios do que dos próprios “objetivos supremos” que invocam como justificativa, sobretudo pelo fato de, mesmo não os realizando segundo os meios, ainda insistam nos meios.

    Inúmeros grupos terroristas e quadrilhas de ladrões se formaram sobre os auspicios do marxismo, invocando ora o socialismo e ora um “comunismo” impraticavel, injusto e não explicado como atingi-lo e nem seu funcionamento em alguns indispensáveis detalhes. Afinal, a promessa do ultimo profeta que o mundo conheceu é que o comunismo se daria quando houvesse abundância. Tudo prometido num emaranhado de alegações um tanto desconexas em franca demonstração de casuísmo ideológico.

    Com a derrocada da “pátria mãe” e a comprovação da estupidez ideológica que sustentava uma polarização e uma ameaça sobre a cabeça de populações, nada como criar-se outra disputa para manter as populações sob ameaça com uma nova polarização capaz de fazer pulular novos terroristas empunhando novos destinos redentores de suas atrocidades.

    Muitos foram os grupos terroristas que se fundamentavam em interpretações do “humanismo” marxista ou do “comunismo” não menos “humanista”.
    Teve-se por exemplos famosos as Brigadas vermelhas, o Baader-Meinhof, o Sendero Luminoso, os Sandinistas e entre tantos outros que existiram, menos famosos, ainda temos as existentes FARCs que humanitáriamente praticam o tráfico de drogas e sequestros de inocentes, para de vez em quando cometerem um atentado “humanista” e matar e mutilar cidadãos colombianos.

    Ocorre que caindo em desgraça a ideologia que fomentava grupos terroristas que praticavam atrocidades em nome da funesta ideologia, a tendencia seria a paz para fomentar reflexões e tal seria muito desfavorável ao PODER estabelecido. As bases do Poder estatal poderiam ser abaladas sem uma polarizção que pudesse conturbar os debates e as reflexões. Sem o fervor da porca ideologia marxista em suas inúmeras interpretações (como em toda ideologia, sempre sem principíos sólidos, mas com muitas alegações casuístas para seus alegados fins), os estrategistas do Poder incentivaram inúmeros antagonismos para semear a discórdia dentre as populações um tanto “orfãs” de maníacos terroristas a incentivar o fervor ideológico.

    Claro que pequenas cizânias e disputas polarizadas como entre pobres x ricos, negros x brancos, gays x heteros, mulher x homem e mesmo a ameaça “demoniaca” do aquecimento global e tudo mais, não foram suficientes para gerar grupos de maníacos terroristas suficientemente chamativos, mas foram fundamentais até que se produzisse os terroristas islâmicos para tomar as manchetes, acirrar rivalidades polares e assumir o debate mundial. Evidentemente tais terroristas islâmicos igualmente a TODOS os que já existiram desde a idade das trevas, reivindicam um ESTADO TOTALITÁRIO.

    …Pôxa! …que legal! estas coincidências sempre vão dar na ideia de um ESTADO TOTALITÁRIO!
    …sempre com líderes arbitrando sobre a vida das populações e explorando-as gostosamente.

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