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Mais um gay assassinado; e as lésbicas?

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homofobia-620x4201Quase todos os meses, tomamos conhecimento de mais um homossexual assassinado em parecidíssimas circunstâncias. A própria polícia, que tem cumprido seu papel investigativo e demais funções regimentais de forma elogiável, reconhece que nada pode quando a própria vítima se expôs levando um (ou mais) desconhecido ou perfil perigoso para dentro da sua intimidade – casa, apartamento -, local ermo ou estabelecimento precário. E as lésbicas, onde se inserem neste panorama?

As homossexuais, felizmente, têm assumido posturas/escolhas que, no geral, poupam-nas de mortes deste tipo, porque, apesar de haver as que se exponham com múltiplas experiências sexuais, não assumem o lamentável conhecido risco no âmbito gay. Embora a lesbofobia ceife, sem dúvida, vidas de lésbicas, as circunstâncias são completamente diversas dos crimes que vitimam gays. Além – felizmente – de pouquíssimas ocorrências, são preconceitos sexistas (de ex-maridos ou ex-companheiros preconceituosos ou desestabilizados, no geral, ante a escolha futura da mulher por se relacionar com outra) ou arroubos de passionalidade (discussões dentro das próprias vivências afetivas entre mulheres) que têm motivado assassinatos de homossexuais do sexo feminino.

Qualquer pesquisa séria – seja em bases de dados de ONGs (que coletam e divulgam somente notícias da grande mídia; por isto, menos confiáveis) ou governamentais (http://www.sdh.gov.br/assuntos/lgbt, por exemplo) – confirma que, no contexto das peculiares violências que geram mortes de LGBTTTs, com causa diretamente ligada ou não à homo(lesbo, trans)fobia, as lésbicas têm morrido muito menos do que gays e travestis, porque as suas expressões de vivência da sexualidade são bem diversas. O/a leitor/a tem tido notícia de lésbica assassinada, com requintes de crueldade, por ter levado uma desconhecida para casa? Idem com relação a latrocínios envolvendo mulheres homossexuais? Os profissionais da segurança pública sabem que não. Basta uma análise científica ou objetiva (isenta, pois, da lamentável passionalidade que cega alguns militantes) de inquéritos e processos-crime, como procedemos, para concluirmos que não é a exposição a riscos, como o possível contato com parceiras perigosas, que tem gerado os assassinatos de lésbicas. Daí esses, no quantitativo geral, constituírem as exceções e ligarem-se a circunstâncias completamente diversas. Nem a criminalização da homofobia, nem políticas públicas de destinação de verbas a ONGs resolverá o triste panorama das constantes mortes de homossexuais. Essas, quanto aos gays em específico, têm dependido mais de auto-amor/auto-estima, prevenção consciente e cuidado de si do que de qualquer outra medida. O repetido discurso de que a homofobia é a causa de todos os assassinatos de homens homossexuais, de tão incomprovado, tornou-se enfadonho.

Chegado é o tempo de reflexões que levem em conta a forma como estamos vivendo nossos desejos e nos relacionando, sem qualquer cunho moralizador ou de culpabilização das vítimas. O alerta é para os gays vivos mesmo e oxalá que as lésbicas prossigam preservadas como raras assassinadas.

 

  • Enézio de Deus é advogado e doutorando em Família Contemporânea pela UCSAL .   

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2 comentários em “Mais um gay assassinado; e as lésbicas?

  • Avatar
    07/10/2015 em 4:45 pm
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    As pessoas não entendem o obvio, os ambientes que homossexuais masculinos frequentam os deixam mais expostos a situaçoes de risco, e pior, a maioria dos que são mortos o são por problemas relativos a situaçoes ligadas ao seu dia dia, como programas não acordados, disputas por pontos de prostituição. São fatos que indicam que infelizmente muitos são mortos por outros homossexuais.

  • Avatar
    06/10/2015 em 10:49 pm
    Permalink

    Boa noite,

    No caso de homicídios de gays, não é o caso de se focar no perfil dos algozes em vez do das vítimas? Afinal, os homens gays se relacionam com homens, e as mulheres gays se relacionam com mulheres; é da natureza que homens sejam mais agressivos ou mais violentos em suas reações a ataques físicos, psicológicos, sociais etc., não?

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