Luta de classes
O governo conseguiu uma importante vitória essa semana, ao aprovar na Câmara em primeiro turno a “PEC do teto”, por 366 votos a favor e 111 contra. Ainda falta aprová-la em segundo turno e passar pelo Senado, mas a margem da vitória anima todos aqueles que compreendem a importância da medida. De forma bem resumida, o maior problema do Brasil hoje é o descontrole dos gastos públicos. O PT deixou o governo literalmente falido, com um rombo gigantesco. Limitar o estrago para permitir que a economia retorne aos trilhos é a missão de vida do presidente Temer, e ele parece ciente disso.
Marx falava em uma suposta luta de classes entre capital e trabalho, mas estava errado. Economia não é um jogo de soma zero, e ambos podem ganhar com o aumento da produtividade. Mas existe uma luta de classes sim: aquela entre privilegiados do Estado e os demais, entre consumidores e pagadores de impostos. Como os recursos são escassos, a gestão pública precisa administrar conflitos de interesses. De um lado temos todos aqueles interessados em mais vantagens estatais, e do outro aqueles que trabalham para pagar a fatura. E mesmo do lado dos servidores públicos há muitos que entendem a insustentabilidade da situação atual e querem mudanças, até para preservar certas conquistas.
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