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Liberdade por inteiro

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O debate público brasileiro tem trazido cada vez mais para o centro da discussão a capacidade dos ideais da liberdade de orientarem as decisões econômicas do país. A candidatura e eleição do atual presidente, cuja plataforma econômica foi declaradamente liberal, contribuíram fortemente para isso.

Muitos brasileiros votaram conscientes de que o país que possui uma carga tributária de 35,1% do PIB – a segunda maior da América Latina, perdendo apenas para Cuba – e é um dos mais difíceis para se empreender (109º) no ranking doing business precisa entregar mais para a população e consumir menos da riqueza dos indivíduos e empresas. No entanto, outras mazelas de um país que carece de liberalismo nos afligem: somos o 105º país no ranking de liberdade de imprensa e o 123º em segurança em avaliação realizada pelo Fórum Econômico Mundial, apenas para citar algumas.

A esperança dos brasileiros com um novo direcionamento na agenda econômica em uma guinada em direção a uma economia de mercado foi temporariamente suspensa pela pandemia global. Além disso, infelizmente o governo parece não estar disposto a renunciar a uma relação conflituosa com a imprensa e a um discurso oposto a liberdades individuais em relação à chamada “agenda de costumes”. O otimismo em meio a esse “conflito de identidade” que ocorre no âmago do governo vem da reação de uma parte da população que não parece satisfeita com “meia liberdade” e quer ver o Brasil liderado por um projeto integralmente liberal.

Ludwig von Mises, economista e sociólogo expoente da chamada “Escola Austríaca”, em seu livro As Seis Lições, deixa claro que um erro comum sobre o liberalismo é supor que a liberdade econômica possa ser apartada das demais liberdades – seja na esperança de se construir um Estado interventor na economia e liberal nos costumes, seja com uma visão inversa. A impressão que temos é que mais e mais brasileiros acordam para essa realidade.

Ligando as lições de Mises à perspectiva objetivista de Ayn Rand, temos que a autonomia do indivíduo é uma derivação da sua capacidade de perseguir a felicidade por meio de sua razão, determinação e auto interesse. A prosperidade é, então, a consequência prática dessa autonomia aplicada em um sistema de trocas voluntárias no qual todos podem se desenvolver da maneira que entenderem mais vantajoso para si.

O crescente anseio dos brasileiros por conhecer mais do ideário liberal foi aguçado pelas propostas do liberalismo no espectro econômico, mas o desejo por liberdade tem apenas aumentado na medida em que aprendemos enquanto nação o quanto ela pode nos oferecer se comparada à perspectiva do paternalismo estatal a que estamos acostumados. Liberdade econômica não pode ser conciliada com cerceamento de direitos dos indivíduos.

É de Ayn Rand a célebre frase: “Não existem contradições. Sempre que você achar que está diante de uma, verifique suas premissas. Você vai descobrir que uma delas está errada”. Estamos descobrindo enquanto nação que não existe meio liberalismo, assim como não existem meias verdades. A boa notícia é que cada vez mais indivíduos decidem lutar para ter liberdade por inteiro.

*Marco Antônio Loureiro é associado I do Instituto Líderes do Amanhã.

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