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Legitimação do mal

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Jornalistas indianos expressaram solidariedade às vítimas do ataque, em Nova Déli, em 09/01/2015. Cartaz de Shekhar Gurera.

Os recentes atos terroristas perpetrados na França por fundamentalistas islâmicos levam a reflexões importantes, pois envolvem situações globais que atingem indivíduos isoladamente ou mesmo populações inteiras.

Para começar, lembremos que a liberdade é essencial à vida, uma espécie de oxigênio que permite viver com dignidade. É fruto da sociedade ocidental capitalista, do Estado Liberal que evoluiu para o Estado Democrático de Direito. É um bem precioso que foi conquistado aos poucos, lembrando que sistemas totalitários como o comunismo e o nazismo extinguiram a liberdade e massacraram os que tentaram exercê-la, assim como os regimes ditatoriais.

Mas existe limite à liberdade de expressão? Pode a mídia ser antissemita, racista, achincalhar, insultar, tripudiar sobre valores, incluindo os religiosos? E não me venham dizer que não posso perguntar isso ou que estou do lado do terror. Tenho direito de me expressar livremente enquanto o ministro petista Berzoini não baixar a cesura total.

Que fique bem claro de minha parte que as charges sem graça e de péssimo gosto jamais justificariam a chacina dos chargistas levada a cabo pelos irmãos terroristas Chérif e Said Kouachi, na redação do jornal Charlie Hebdo, em Paris. Defender o terrorismo e legitimar o mal é característica da esquerda primitiva e acéfala que culpa os franceses, os Estados Unidos, os judeus, a islamofobia, a direita pelos brutais assassinatos em nome da fé. Tudo indica que os grupos fundamentalistas, sendo totalitários, expansionistas, tribais, medievais, atraem irresistivelmente a esquerda que encontra naquelas organizações fanáticas ecos do seu próprio modo de ser, identificando-se com as mesmas.

Seguiram-se às mortes dos jornalistas o assassinato de quatro judeus em um supermercado Kosher pelo terrorista Amedy Coulibaly e sua amante, Hayat Boumeddiene. As quatro vítimas chamavam-se: Yoav Hattab, 21, Yohan Cohen, 20 (que salvou uma criança de três anos quando lutou com o terrorista), Philippe Braham, 45 e François Saada, 64.

Lembra Gilles Lapouge sobre os judeus na França (O Estado de S. Paulo, 14/01/2015) que, “fundidos na sociedade francesa e sentindo-se franceses até a raiz dos cabelos, seus talentos (Bergson, Lévi-Strauss, Mendés France, Léon Blum, Montaigne e outras milhares de centenas de pessoas) levaram à incandescência o gênio da França, à beleza de sua civilização – excluindo, claro, o vergonhoso espetáculo da ocupação nazista (1940 – 44) quando o general Pétain empreendeu uma campanha de perseguição aos judeus”.

Contudo, passado um dia ou dois dos ataques terroristas, tudo voltou ao normal e as afrontas, as agressões e ameaças aos judeus se multiplicaram. Uma contradição, sem dúvida, pois se milhões de franceses foram às ruas para defender a liberdade de expressão, por que alguns negam a outros a liberdade de existir?

Um dos irmãos Kouachi também matou o policial Ahmed Merabet, um mulçumano que, ferido e deitado no chão, pediu clemência, mas levou um tiro na cabeça. Coulibaly, um dia antes de entrar no Koscher, atirou em dois policiais, sendo que a agente Clarissa Jean-Philippe, de 25 anos, morreu.

Os franceses acorreram às ruas para defender um valor que lhes é caro, a liberdade, ou para defender sua sobrevivência. Afinal, o ato terrorista se deu dentro do seu território e atingiu o chamado Quarto Poder. Porém, há uma legitimação do mal que não é só apanágio da esquerda diante das facções jihadistas ou guerra santa. Afirmo isso porque houve mais espanto do que manifestações mundiais quando emissários de Bin Laden derrubaram as Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001. Atualmente, ninguém se comoveu com o sequestro e assassinato de três jovens israelenses, ao que tudo indica, pelos terroristas do Hamas, cujo objetivo é dar fim a Israel. Mulçumanos matam mulçumanos e fica por isso mesmo entre eles. O Boko Haram sequestra jovens que são estupradas, mantidas como escravas, vendidas, além de dizimar populações inteiras a ferro e fogo, algo que parece apenas uma notícia longínqua que não interessa a ninguém. Outras facções do Islamismo radical seguem atuantes, como o Talibã, e agora entra em cena o Estado Islâmico com seus degoladores, crucificadores de cristãos, experts em todo tipo de atrocidades. Isso se dá sob a indiferença, legitimação ou aceitação das maiorias, que aguardam sua vez de se submeter. Afinal, Islã quer dizer submissão.

Está na hora do mundo se movimentar para valer em vez de ficar esperando a ação dos Estados Unidos para depois criticá-la. E nem menciono o Brasil porque aqui a governanta quer diálogo com o terror, como se isso fosse possível, enquanto já se diz que fundamentalistas recrutam jovens em nossas favelas. Só falta Maria do Rosário declarar que terroristas desumanos têm direitos humanos.

[divide]

fonte da imagem: Wikipédia

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Maria Lucia Victor Barbosa

Maria Lucia Victor Barbosa

Socióloga

Um comentário em “Legitimação do mal

  • Avatar
    17/01/2015 em 9:48 am
    Permalink

    Ressalto:

    “Está na hora do mundo se movimentar para valer em vez de ficar esperando a ação dos Estados Unidos para depois criticá-la”

    Exatamente isso!!!
    É comum pessoas que reclamam proteção das forças policiais atacarem os policiais com acusações de demérito moral.

    É lindo para um pulha exigir que a polícia o proteja de bandidos e ao mesmo tempo se PAVONEAR MORALMENTE criticando a violência policial.

    Sim, os pavões moralistas querem duas coisas contrarias ao mesmo tempo: querem que as forças policiais combatam os bandidos e ao mesmo tempo sejam carinhosas para com estes.
    Eles, estes desprezíveis PAVÕES, não se importam com coerência mas apenas em afagarem a própria vaidade moldando-se casuísticamente ao momento e desprezando toda e qualquer racionalidade e senso de justiça. O objetivo é apenas ostentarem-se sob o valor do momento da forma mais conveniente possivel.

    É lindo isso! Lembro-me de um sujeito, num botequim, que criticava revides dizendo que com o amor se mudaria o mundo. Atacava os EUA por atacarem os Talibãs dizendo que assim só os desumanizaria e que tinha que, sim, assisti-los e melhor entende-los abrindo o coração para eles e assim eles mudariam de atitude. …e blá blá blá.
    Toda aquela conversa mole, piegas, sentimentalóide e fedorenta moralmente.
    Envolvi-me no debate e logo um evangélico se achegou. Em pouco tempo o cândido católico fechou o focinho cândido e partiu para a discussão com o evangélico que se aproveitou dos meus argumentos e tripudiou do cândido e bondoso católico que logo partiu para um confronto …e eu? …Eu fui embora me rindo da hipocrisia e safadeza destas “grandes almas boazinhas”. Preferi não ficar lá e ter que apartar briga de “cândidos bozinhos” que disputavam quem era o mais pacífico e bonzinho.

    Afinal, eu não dou qualquer valor a bondade, valor moral tem a honestidade.

    “FAZ MAIS O BEM UM HONESTO MALVADO DO QUE UM BONZINHO SAFADO!”

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