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Indivíduo & Coletivo

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ESTÊVÃO LIMA ARRAIS*

Vamos por parte. Cada pessoa é um indivíduo. Os indivíduos vivem juntos. Isso chamaremos de coletivo. Sendo o coletivo não apenas a soma de todos os indivíduos, mas também uma criação abstrata maior chamada de sociedade, cabe aqui acrescentar que o que o coletivo luta é pelo bem comum. Bem comum é tudo aquilo que nós desejamos que o Estado nos forneça de melhor qualidade: saúde, educação, segurança e outros pontos mais.

Só que há um pequeno problema nessa nossa equação. O coletivo, antes de ser coletivo é indivíduo e muitas vezes, para não dizer sempre, esse indivíduo, ou pessoa, jamais se preparou para lutar pelos seus direitos.

Ele, solitariamente, deveria seguir um processo de autoconhecimento pelos melhores princípios humanos: o respeito pela vida, afeição pela fé (contrário da dúvida, aquele que acredita) e a eterna busca de se tornar um indivíduo melhor, mais justo e solidário para com o próximo. O bem comum é uma coisa abstrata que temos a mania de cobrar a uma outra unidade abstrata, o Governo ou o Estado. Nenhum dos três termos citados existe de forma concreta, mas são talhados ou gerenciado por pessoas.

A questão é que de tanto escutarmos que apenas o coletivo soluciona os problemas, jogamos toda a responsabilidades e nossos desejos nele. Além disso, transferimos a responsabilidade para o Estado e aguardamos as mudanças.

Portanto, não somos preparados para atuar na vida política e social de forma individual: o que faz crer que, de forma independente e despreparada, aglomerando essa multidão, as coisas vão se resolver? Não adianta fazer manifestação se não compreender as formalidades legais do problema. Toda crítica deve ser seguida de uma solução, caso contrário, são palavras vazias e gasto desnecessário de saliva.

Os últimos protestos foram dessa forma: discutiam-se questões ligadas ao município e culpavam o governo federal da lástima social e nada de sugestões ou soluções pela parte reclamante. Apenas provas do despreparo individual. Uma pessoa pode fazer toda a diferença, quando bem preparada. A História não é escrita dessa forma? Quem foi Jesus Cristo ou Mahatma Gandhi senão apenas indivíduos que queriam um mundo melhor? Foram indivíduos que coordenaram coletivos, jamais o contrário.

São ideias individuais que norteiam e criam novas perspectivas para a sociedade. Somos eternamente responsáveis por todas as mazelas ao nosso redor, não apenas o Governo ou o Estado, aliás, os dois são apenas reflexos de nossas ações cegas e hipócritas: não basta pregar o amor e respeito ao outro em público, se quando se está sozinho, se enoja ao ver o desafortunado que dorme na rua e não há fundamento de falar de sustentabilidade se ainda joga lixo na avenida. Precisamos evoluir. Transcender. Deixar essa velha forma de indivíduos e nos tornamos seres humanos de verdade. Um a um.

*Acadêmico de Administração Pública, Gestão Pública e Gestão Social pela Universidade Federal do Cariri (UFCA)

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2 comentários em “Indivíduo & Coletivo

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    08/01/2015 em 2:37 pm
    Permalink

    Coletivismo, inveja e vaidade:
    Aqueles que se frustram com apropria individualidade preferem o coletivismo por assim sentirem-se melhor representados do que por aquilo que são. Daí representa-se em times e simbolos idiotas, sem qualquer fundamento real.
    O vaidoso é aquele que mais fortemente se frustra com a própria individualidade. Daí sua dedicação a valores postiços que possa simular.

    O fato é que a inveja é o sentimento que ataca impiedosamente os fracos, aqueles que odeiam a si mesmos por não corresponderem aos desejos de sua vaidade.
    Sim, a vaidade é a grande responsável por todas as desgraças e é conhecida desde a mais remota antiguidade.

    É a vaidade que permite que indivíduos sejam manipulados por qualquer sedutor e completamente controlados por ideologias imbecis, cujas contradições e afirmações bizarras são negadas em triunfante estupidez. Algo parecido com a idéia de Trotsky sobre “a moral deles e a nossa” de forma que se poderia parafrasea-lo numa defesa da “a verdade deles e a nossa”.
    Ou seja, a idéia de objetividade ética ou científica torna-se consensualmente uma bobagem para, assim, se construir relativismo tanto na ética quanto na ciência. Deste modo o certo e errado, justo e injusto, verdadeiro e falso ficam dependente unicamente de consensos grupais. Como se a realidade fosse meramente uma bobagem de gente chata. É exatamente sob este racioSSímio que ideologias se fortalecem. Afinal tudo passa a SER segundo aquilo que ESTÁ sob o consenso grupal. Então o indivíduo não busca mais o conhecimento na realidade através do raciocínio sobre o que sua consciência capta no mundo real, mas sim busca macaquear aquilo que é estabelecido para o grupo em que se insere. Ou seja, a sua consciência já não é sua própria, mas apenas uma macaqueação daquilo que é estabelecido como “consciência” do grupo, uma “consciência coletiva” que pretende fabricar realidades consensuais independentemente do mundo real.

    Uma doença mental! Uma esquizofrênia deliberada, onde o indivíduo de tão infeliz com sua individualidade, para si frustrante, adota a fantasia apoiada em ostentações de “consciência artificial” por uma coletividade. Assim o individuo tenta se convencer de que aquilo que percebe com sua consciência é falso e aquilo que lhe exibem como “consciência coletiva” é a realidade transcendental. Coisa de lunáticos desesperados por acreditar e obter convicções em franca oposição em raciocinar e obter conhecimentos.

    Em Eclesiastes esta lá as referências à vaidade humana, mostrando o quão antigo é este conhecimento.
    O vaidoso deseja ser sempre o melhor, quer ser valorizado por todos sobretudo para assim tentar convencer-se de seu valor. O que vemos é uma rasgação de seda entre os integrantes de um grupo qualquer formado por egos vaidosos sedentos de honrarias (ostentações de opiniões favoráveis). Tanto mais se subvalorizem, mais se dedicam a ostentações sobre alegados valores que possuem em ostensiva oratória consensual, sem nenhum raciocínio objetivo. Ao mesmo tempo tais grupamentos formados por características eleitas se dedicam a ostentar oratória depreciadora de reais valores por outros possuídos.

    Um caso visivel é o dos artistas que, desenvolvendo uma atividade banal, sentem-se induzidos a adotarem discursos sobre a superioridade e maravilha das “artes”. Facilmente se atribuem genialidade e não dispensam cerimônias de premiação e louvação dos “gênios” representantes do grupo. Não vemos tal necessidade de ostentação de premios e reconhecimento dentre profissionais efetivamente úteis. Não há divulgação ostensiva de “representantes de classe”, e nem mesmo assim os há, para atividades valiosas. Não se cria Troféus Imprensa e nem Oscars para cirurgiões, engenheiros, jardineiros, vendedores, pedreiros, marceneiros, pintores, odontologos, ortopedistas, oftalmologistas, torneiros e etc., etc. e etc..
    As atividades banais e pouco úteis é que fazem com que seus agentes necessitem da ostentação oratória e visual em apoio próprio para combater aquilo que a razão pode concluir. Claro que vaidosos em tais atividades, ansiosos por sentirem-se superiores, se desesperam em histeria para criar realidades consensuais através de ostentações postiças.

    Montaigne comenta o fato de líderes serem parcimoniosos com aqueles com quem se identificam: os líderes covardes são generosos com seus prisioneiros covardes; os líderes valentes admiram em seus adversário a valentia que possuem ao verem nestes alguém com quem se identificam.

    Não é diferente a razão de certos indivíduos, notadamente socialistas e afins, se solidarizarem com bandidos, com os piores facínoras, escondendo tal solidariedade em farisaísmo ou pieguismo religioso completamente arbitrário em termos de objetividade sobre justiça. Na verdade querem defender os bandidos, racionalmente identificados como desprezíveis. Então como racionalmente percebem impossível defende-los e estando neles vendo a si mesmos (daí a simpatia/identioficação) se camuflam sob a idéia da piedade religiosa (ideológica) ou alegações sobre “direitos humanos” somente para defenderem os facínoras com quem se solidarizam por conseguirem mais facilmente colocarem-se no lugar do bandido do que das vítimas. É fácil perceber estes apelos a moralismo postiço em amigos e familiares de facínoras quando estes são subjugados. Imediatamente estes que os amam passam a clamar por bons tratos e “direitos humanos” para os facínoras, chegam mesmo a clamar por justiça quando seus bandidos queridos sofrem revides ao arrepio da ideologia estatal ou divina. Chegam a ostentarem-se clamantes por justiça e a (in)devida punição àqueles que revidaram aos bandidos usando contra eles a mesma moral com que tratam os inocentes. Ou seja, é a mais ostensiva exibição de MORAL DUPLA – uma que exigem dos outros e outra que praticam dentro da sua comunidade grupal. Não fosse isso e efetivamente tivessem tal sede de justiça, teriam sido os primeiros a denunciarem seus queridos bandidos que roubam, agridem, sequestram e matam VITIMAS INOCENTES e INDEFESAS. Mas isso não acontece. Eles só são tocados pelo clamor de justiça quando seus facínoras queridos são subjugados por serem CULPADOS, agressores legitimamente (ilegalmente) revidados e não vítimas.

    O Estado é composto por AGRESSORES e adorado por postulantes, indivíduos que se querem valer da vida alheia para gaudio próprio, são os socialistas que, similarmente, tentam camuflar suas frustrações e ódio ao mérito alheio com apelos religiosos/ideológicos contra o justo sucesso alheio, como se a arbitrariedade moral ideológica fosse algo objetivo por partir do “além superior”. Exatamente! …o “além superior” esta acima de qualquer julgamento e contradições e arbitrariedades não podem ser assim consideradas por julgamentos de comuns mortais. O velho refrão de TODAS as ideologias: o “OBJETIVO SUPREMO” é o “FIM REDENTOR” de toda atrociodade e incoerência. Ou seja, tudo que é afirmado supremo torna-se redentor de todos os erros e atrocidades sob seu nome cometidas.

    Eis a manipulação da moral em detrimento da idéia de ética como um absoluto lógico. Desta forma inumeras são as morais e inumeros os momentos onde se aplicam segundo o INTERESSE da COMUNIDADE que as adotam dinamicamente como ostentação de VALORES POSTIÇOS, assim determinados por presumido CONSENSO.

    Valores para indivíduos em comunidades ou grupamentos têm realação com a vaidade.
    Vejamos o que diz Spinoza:
    (por Baruch Spinoza):
    .
    “Algumas características comuns a todos os homens e suas emoções passionais:
    .
    1) Que cada homem se esforça para conseguir que todos amem o que ele ama e que todos odeiem o que ele odeia.
    .
    2) Que cada um tem por natureza o apetite de querer ver os demais vivendo segundo ele mesmo é: e como todos têm este mesmo apetite, todos impedem-se uns aos outros de viver.
    Todos querem ser queridos, amados e admirados e justamente por isto acabam por se odiarem, mutuamente.
    .
    3)Se presumimos que um homem desfruta o prazer e a felicidade de uma coisa tal, que não podemos ou não conseguimos fazer e alcançar, passamos a nos empenhar esforçados para destruir a posse daquele prazer e felicidade que o tal homem tem.
    .
    4)Vimos desse modo que em virtude da natureza dos Homens, estes geralmente são dispostos a sentir comiseração e dó pelos desgraçados e a invejar, proibir, coibir e censurar os que são felizes: e que seus ódios e repulsas em relação aos que desfrutam a felicidade são enormes e sem limites.

    É uma realidade!
    A inveja é exatamente o ódio que o invejoso dedica ao invejado. Porem, meramente xingar o invejado não lhe basta, ele precisa transformar o xingamento em realidade e, claro, se valerá das morais ideológicas arbitradas exatamente na medida para seduzir vaidosos ansiosos por valores fáceis de exibirem.

    Não pór acaso as inúteis madames, esposas de ricaços, se dedicam à chazinhos de caridade, embora sejam fúteis peruas inúteis, geralmente sem habilidade outra que não gastar o dinheiro de seus maridos ou da herança. Essa inconformidade com a inutiilidade do próprio ser as força a buscarem os “valores” morais que as ideologias inventam para seduzir exatamente aqueles de menores valores ou que em si valores não reconhecem. Tais valores não são defendidos racionalmente, mas sim EMOCIONALMENTE através de apelos SENTIMENTAIS e PIEGUISMOS cretinos. É a emoção em franco combate contra a razão! …então quem teme pela razão frustrar-se, esquizofrenicamente toma a emoção como razão para julgar ou meramente aceitar afirmações comoventes.

Fechado para comentários.

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