fbpx

O terrorismo como forma de opressão e supressão da liberdade

Print Friendly, PDF & Email

O terrorismo se tornou a manifestação da brutalidade humana contra seu próprio povo ou seus inimigos. Ainda que o termo seja aparentemente novo e seu terror escancarado, as origens do terrorismo são tão antigas quanto a própria civilização. Desde a antiguidade, as sociedades foram majoritariamente estabelecidas por meio do terror, tendo sua fundamentação no medo, característica comum que percorreu a linha histórica até o presente. O primeiro império mesopotâmico fora pautado no terror, tal qual o dos assírios, o primeiro império militar da antiguidade. Portanto, o terrorismo pode ser considerado o tipo de guerra mais antigo que existe, haja vista que sua existência precede a das forças armadas estatais. Originado do latim “terrere” (“fazer tremor”), o terrorismo pode ser considerado uma arma de guerra psicológica, levando em consideração seu foco em causar terror, eventualmente resultando na opressão e supressão de um povo submetido a ataques que podem vir a ocorrer. A grande vitória do terrorismo se dá pela implantação do medo no subconsciente, travando uma guerra silenciosa entre o indivíduo e sua própria razão, altamente sensibilizada e sem resquícios de proteção.

É nos momentos de terror, onde a liberdade se faz distante e a força do indivíduo se vê violada e presa por intermédio da superioridade maligna, que apenas a possibilidade do “fazer terror” já aniquila quaisquer resquícios de uma luta contra a opressão. O bem-estar social se vê fortemente reprimido e submisso a uma mão invisível tirânica, onde não se pode identificar os seduzidos pelo discurso altamente emocional e psicologicamente alienado que apenas uma máquina de guerra tão perspicaz como o terrorismo pode causar. Um dos maiores problemas do terrorismo, para além de qualquer violação humana e a opressão da dignidade, é a completa aniquilação da liberdade. Parece inviável que até mesmo prisioneiros sejam totalmente livres, que dirá civis gozando de um dos seus direitos principais: o ato de ser livre. Os indivíduos, naturalmente dispostos a gozarem da liberdade, estão em alerta a todo instante para aquilo que possa ameaçá-la, de modo a repelir a invasão e confronto de sua independência.

O homem prontamente liberto tem sua individualidade constantemente violada na tentativa falha de capturá-la, seja por governantes perversos, ou, neste caso, pelo terrorismo, que aniquila direitos e explora o indivíduo seguindo preceitos supremacistas morais e emocionais. Um exemplo de terrorismo é o comportamento do Hamas, braço do ISIS, que, de forma infortuna, invadiu Israel, o único país livre e democrático em meio aos países árabes. Não é preciso mais ser um governante ou um Estado extremista para desestabilizar a liberdade de seu povo; basta ter o radicalismo em suas veias e o ódio em sua alma, que tomar a liberdade alheia se tornou altamente possível. Para além de conquistas territoriais, os conflitos eminentes do século XXI tem o objetivo de conquistar e dominar a autonomia do indivíduo, roubando de si não apenas sua pátria, mas aquilo que há de melhor em seu ser. Para além de roubar suas casas, tornou-se melhor roubar seus sonhos e sua esperança, sua dignidade, suas decências, questões estas que são mais valiosas para a humanidade do que meramente o aspecto material.

Não deveria ser palpável, portanto, a possível extinção de certos valores e indivíduos que fomentam o terrorismo e a sede de domínio mais almejada que meros territórios? Parece ser preciso caçar e escravizar, submeter o outro a suas escolhas coletivistas e romper com a individualidade do homem, extinguindo quaisquer resquícios de escolhas livres que poderiam ocorrer ali. A luta contra o terrorismo deixou de ser exclusiva de certas nações e se tornou uma luta em prol da humanidade e da persistência de sua autonomia. Voltou o diabo contra o salvador que é a liberdade, e já a vida eterna, o estágio de autonomia humana por que apenas um liberalista poderia lutar. Espectros políticos não deveriam entrar em jogo quando o lado certeiro se tornou tão visível e fácil de escolher, ainda que a humanidade esteja adoecida a ponto de cogitar que um terrorista poderia reivindicar o direito de um povo. A liberdade continuará sendo inevitável enquanto lutas aconteçam e atrocidades forem desvendadas, estigmas rompidos e sociedades de bem-estar defendidas. O livre-arbítrio sempre será oposição quando a opressão falar mais alto e suas idealizações repressoras escondidas por trás de discursos harmoniosos forem defendidas por um ramo de cegueira que guia parte da humanidade para uma fantasiosa vida de graças.

Quando algo parecer errado, questione se há liberdade ali. Se não houver, já se sabe a resposta. A autonomia do indivíduo é o futuro, é o que amedronta opressores e o que perversos não querem que seja descoberto. A luta por liberdade, sim, se tornou a maior rebeldia que há em pleno século XXI.

Referências bibliográficas:

Chaliand, Gérard, and Arnaud Blin. “História do Terrorismo.” (2004).

Pereira, Thaís da Costa. “A relação entre mídia e terrorismo.” (2014).

Mill, Stuart. Sobre a liberdade. Editora Hedra, 2017.

Friedman, Friedman. Liberdade para escolher. Leya, 2012.

*Maria Rita Borges Fernandes é uma jovem goiana de dezoito anos. Nascida e criada em Goiânia, atuou na União Juventude e Liberdade, entidade em que conseguiu um espaço de liderança tanto no estado de Goiás quanto no Rio de Janeiro e a nível nacional, e adentrou o IFL de Goiânia. Atualmente, cursa a faculdade de Direito na Pontifícia Universidade Católica de Goiás e está também no Instituto Damas de Ferro como redatora do podcast e articulista, além de ser integrante do Instituto Escafandristas.

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

Instituto Liberal

Instituto Liberal

O Instituto Liberal trabalha para promover a pesquisa, a produção e a divulgação de ideias, teorias e conceitos sobre as vantagens de uma sociedade baseada: no Estado de direito, no plano jurídico; na democracia representativa, no plano político; na economia de mercado, no plano econômico; na descentralização do poder, no plano administrativo.

Pular para o conteúdo