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Façam o que eu digo, não o que eu faço

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JOÃO LUIZ MAUAD *

Obama se parece cada vez mais com Lula.  Seu principal lema parece ser: “façam o que eu digo, não o que eu faço”.  Não acreditam?  Então vejamos o que disse ele em dois tempos e duas situações distintas, uma como governante e outra como oposição.

Nesta quarta feira, a Veja.com divulgou um resumo da entrevista de Obama à rede de televisão CNBC, a respeito dos embates no Congresso sobre o orçamento. Segue um trecho:

Em entrevista à rede de televisão norte-americana CNBC na tarde desta quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos Barack Obama afirmou que Wall Street precisa estar “verdadeiramente preocupada” com o que está acontecendo em Washington. “Quando se tem uma situação em que uma facção está disposta a colocar o país em default, é porque estamos com problemas”, disse Obama.

Na entrevista, o presidente disse estar “exasperado” com o Tea Party, a ala conservadora do Partido Republicano, afirmando que a hostilidade desse grupo afeta não somente o funcionamento do governo, mas a saúde da economia. “Estou exasperado com a ideia de que, a não ser que eu diga a 20 milhões de pessoas que elas não poderão ter plano de saúde, eles (os republicanos) não vão colocar fim à paralisação. Isso é irresponsável”, disse o presidente.

Obama também criticou a difícil tarefa de manter a governabilidade num cenário de completo impasse entre os dois partidos. “Se isso virar um hábito, nenhum presidente que vier depois de mim será capaz de governar com eficiência”, afirmou. “Sei que o povo norte-americano, e acredito que as empresas também, estão cansadas dessa governança de crise a crise. Será ainda pior se nos colocarem em default pela primeira vez na história”, disse o presidente, referindo-se à possibilidade de calote de suas obrigações com os juros da dívida, caso o estado fique sem recursos para pagar os investidores de títulos públicos.

Obama também se disse irritado com o fato de os republicanos terem se recusado a retirar demandas que levaram o governo à paralisação. “Estou irritado? Absolutamente irritado”, disse ele, acrescentando que a paralisação foi totalmente desnecessária.

Agora vejam o que ele disse, em discurso proferido no Congresso, em 2006, quando ainda era senador e o parlamento discutia o aumento do teto da dívida, durante o segundo mandato de George W. Bush:

“O fato de que estamos aqui hoje para debater o aumento do limite da dívida americana é um sinal de fracasso das nossas lideranças. É um sinal de que o governo dos Estados Unidos não pode pagar suas próprias contas. É um sinal de que agora dependemos da assistência financeira de países estrangeiros para financiar as políticas fiscais irresponsáveis do nosso governo…. O aumento do limite da dívida da América nos enfraquece nacional e internacionalmente. Liderança significa responsabilidade pelas próprias decisões. Em vez disso, Washington está jogando o ônus de suas más escolhas de hoje nas costas dos nossos filhos e netos. A América tem um problema com a dívida e uma falha de liderança. Os americanos não merecem isso. Eu, portanto, sou contra o aumento do limite da dívida.”

Ao contrário da escatologia da mídia liberal (termo aqui usado no sentido americano do mesmo), a verdade é que o Congresso dos Estados Unidos vem operando de forma absolutamente democrática, de acordo com as regras vigentes.  O que está fora de ordem é o comportamento malsão de Obama, que, com discursos irresponsáveis como o que vai acima, insiste em jogar a opinião pública contra os congressistas.

Quisera eu que os nossos políticos discutissem os temas importantes da nação como fazem eles, sem barganhas por cargos, liberação de verbas ou “mensalões”, mas apenas defendendo o que consideram melhor para o país.

* DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL

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