Excluídos por quem?
Diante do sucesso do capitalismo, o recalque socialista sempre lança uma pergunta: “E os excluídos?”. Faço, então, outras perguntas: Excluídos por quem? O capitalismo rejeita pessoas que desejam trabalhar? Rejeita consumidores?
A verdade: Todo “excluído” que vemos vagando pelas ruas ou dormindo nos cantos das cidades foi excluído primeiro pela sorte e depois por sua própria família. Pela sorte porque é sim um acaso genético nascermos belos ou feios, saudáveis ou doentes, com ou sem algum talento notável, com ou sem um perfil intelectual produtivo. É uma questão de sorte nascermos numa família pobre ou com boa condição financeira. É uma questão de sorte nascermos num país atrasado ou num país desenvolvido. Aos que rejeitam essa realidade, recomendo dar uma olhada no que acontece na natureza. Sementes são dispersas aleatoriamente pelo vento e pelos animais. Apenas uma pequena minoria que teve a sorte de cair num pedaço de terra adequado chega a germinar; e, para chegar à fase adulta, cada plantinha também conta com a sorte para não ser comida ou pisoteada. Entre os animais, indivíduos de uma mesma espécie nascem em famílias mais ou menos bem sucedidas, em ambientes mais ou menos favoráveis. Grupos de uma mesma espécie têm índices de natalidade e de longevidade diferentes entre si em função da região que habitam. Um gnú sortudo nasce numa manada liderada por um macho que sabe onde estão os pastos mais vistosos e seguros. Um leão sortudo nasce num clã liderado por um macho forte e bom de briga, que não permite que outros leões invadam seu território para matar os filhotes. Porém, mesmo dentro de um grupo mais afortunado, a natureza também pode dar ao indivíduo poucas condições de sucesso. Nos grupos mais bem sucedidos, também nascem gnús e leões com limitações físicas que acabam lhes condenando a morte precoce – eis a natureza.
Ok! Ok! Somos seres humanos, aqueles animaizinhos que desenvolveram a compaixão com os mais fracos. Considerando isso, veremos que os nossos “excluídos” foram vítimas também de suas próprias famílias. O que vemos nas ruas são indivíduos que, por causa do envolvimento com drogas, por causa de problemas psiquiátricos ou mesmo por causa da vagabundagem foram rejeitados até por aqueles que os proveram.
embrando: A natureza, em toda sua cruel perfeição, não escolhe as famílias onde nascem os limitados e os desajustados. Obviamente, a questão financeira dá mais ou menos condições de uma família tratar e suportar os problemas de algum de seus membros. Dificilmente o filho esquizofrênico de uma família rica terminará seus dias na rua, assim como são grandes as chances de um indivíduo com o mesmo problema ser abandonado por sua família pobre logo na adolescência. Uma criança num lixão remete a uma pergunta: Onde estão seus pais? Onde estão aqueles que um dia tiveram uma relação sexual sem considerar as consequências?
Outra causa da “exclusão” é a realidade de que muitas pessoas simplesmente não se ajustam ao sistema produtivo. São pessoas saudáveis física e psicologicamente e que até possuem talentos específicos (quase sempre artísticos), porém, rejeitam a necessidade de saber apresentar e valorar seus trabalhos e suas ideias da forma como a sociedade espera.
Sem lamentações: Se uma pessoa deseja usufruir dos confortos produzidos pelo sistema de trocas voluntárias entre indivíduos e empresas (capitalismo), ela deve oferecer algo a esse sistema. Deve se mostrar útil. Tem que pagar pelo que necessita ou deseja. Se alguém não tem nada além de pulseirinhas e duendes a oferecer, sinto muito, terá que viver como hippie.
A mesma verdade: Cada um de nós passa a vida excluindo coisas e pessoas. Só mantemos junto de nós os amigos com os quais temos afinidades e a mulher que nos satisfaz. Só mantemos relações profissionais com aqueles que nos pagam ou que nos ajudam. Em família, sempre nos apegamos mais àqueles que nos dá mais atenção. Só apreciamos a arte dos artistas que nos emocionam. Até no Facebook só mantemos as “amizades” com aqueles que nos acrescentam alguma coisa. Qual mulher dormiria com o sujeito feio e gordo, que não pega ninguém, apenas para que ele não se sinta “excluído”? Nenhuma. Diante disso, podemos imaginar a quantidade de pessoas que excluímos ao longo de nossas vidas… Devemos considerar também um número incontável de produtos e serviços que deixamos de consumir por não nos interessar. Quem compraria uma roupa que não usaria só para dar uma “força” ao vendedor? Ninguém. Nem o mais saltitante socialista.
Vejamos, então, o papel do Estado nesta questão. Consideremos a obrigação constitucional da maioria dos países que diz que o Estado deve prover dignidade a todos − direito a moradia, direito a educação, direito a saúde. Por que o Estado não as cumpre? Porque é impossível. Impossível em qualquer lugar do mundo, sob qualquer tipo de sistema político e econômico. É impossível uma instituição, por mais “bem intencionada” e aparelhada que seja, saber e prover o que cada indivíduo necessita – e é arrogante toda iniciativa que tenta a salvação coletiva. É impossível porque nenhum esforço transforma alguém em algo diferente do que ele é. Como prova, temos os “excluídos” em países ricos e desenvolvidos como os escandinavos, onde há uma significativa parcela de pessoas, branquinhas de olhos claros, que vivem na sarjeta, a despeito de todo o aparato assistencial que é oferecido a elas. Por quê? Até a filantropia impõem suas condições: abrigos e clínicas de reabilitação cobram disciplina, cumprimentos de horários e bom comportamento. Muitos desajustados não aceitam. Preferem o relento a qualquer tipo de regra. O Estado deve tentar salvá-los à força?
A verdade é que, em países desenvolvidos (aqueles onde o livre mercado prospera), só permanece na pobreza aqueles que realmente não tem algo a oferecer aos demais, aqueles que são vítimas de sua própria natureza. Prova: A quase totalidade dos “excluídos” nos Estados Unidos é de americanos, pessoas que nasceram e gozam dos mesmos direitos constitucionais de todos os outros cidadãos, que falam a mesma língua, sendo negros ou brancos. São raros os imigrantes na sarjeta porque eles chegam na América para trabalhar. Com toda certeza, a grande maioria dos imigrantes, graças à força de vontade de cada indivíduo, consegue construir uma vida melhor do que a aquela que deixou em seu país de origem. Podemos comprovar isso também em São Paulo, que registra uma crescente comunidade de imigrantes do leste da África, pessoas vindas de países imersos na completa miséria. A cracolândia é feita dessas pessoas? Não. A cracolândia é feita de brasileiros vítimas de suas próprias fraquezas. Quanto à bandidagem, que fique claro: o crime é uma opção pessoal tanto entre ricos quanto entre pobres.
A mesma verdade: Nascer na pobreza apenas dificulta a vitória. Pobreza não é condenação. Os haitianos não escondem a felicidade pelos empregos de servente de pedreiro que conseguem logo que chegam ao Brasil − abraçam as oportunidades que os “excluídos” brasileiros rejeitam −, da mesma forma que muitos brasileiros agradecem pelos empregos “subempregos” que conseguem nos Estados Unidos – abraçando as oportunidades que os “excluídos” americanos rejeitam.
A trajetória de qualquer imigrante, em qualquer lugar do mundo, sempre será mais difícil do que a do cidadão local por razões óbvias, o que não significa que o cidadão local é culpado pelas dificuldades dos imigrantes. A vida é cruel, mas nunca injusta. Precisamos conquistar tudo o que necessitamos e desejamos. Cada um de nós nasce em condições diferentes e percorre caminhos distintos. Quem nasce numa família pobre terá que se esforçar mais para “vencer na vida”. Quem emigra para outro país terá que se esforçar em dobro para conquistar o emprego ocupado por um cidadão local; assim como o sujeito feio terá que ser muito criativo para conquistar a gata da festa cheia de bonitões − eis a vida.
Raras são as pessoas que conseguem conquistar tudo o que desejam. O autor que vos escreve adoraria ter 10 vezes mais do que tem, nem por isso culpa o “mundo injusto” por suas frustrações. A vitória é para uns poucos sim; e é assim que a natureza, que a sociedade, que a ciência, que a arte e que o mercado se desenvolvem. Para fazer um gol, o atacante precisa driblar o zagueiro e enganar o goleiro; e todos os aplausos vão para ele, não para os driblados e enganados.
Em vez de nos envergonhamos ou nos sentirmos culpados pelos “excluídos”, cada um de nós deveria rever a história para constatar que graças ao desenvolvimento do capitalismo este número de pessoas caiu drasticamente. Até poucos séculos atrás, a sociedade era quase totalmente feita de excluídos (sem aspas) pela nobreza ou pelo clero. A fome alheia não comovia ninguém. Foi o conjunto de ambições capitalistas que criou condições para que a maioria das pessoas deixasse de ser miserável para se transformar nos “consumidores que sempre têm razão”, como já disse Mises. Graças às ambições capitalistas − que necessita de consumidores −, hoje a sarjeta é povoada por uma minoria de indivíduos vítimas apenas de si mesmos. Os países que estão “excluídos” do progresso capitalista são vítimas deles próprios, por não terem desenvolvido coesão social, política e cultural suficientes – ou alguém pensa que as grandes corporações não gostariam de ter as dezenas de milhões de pessoas da África Meridional consumindo seus produtos?
Repetindo: o capitalismo é um sistema de trocas voluntárias entre pessoas e empresas, ou seja, quem deseja algo desse sistema, precisa oferecer algo a ele. Quem deseja o amor de tal mulher, terá que preencher os quesitos de seleção dessa mulher.
O que nos cabe, neste início de século 21, é expandir as liberdades individuais e econômicas para que os indivíduos tenham cada vez mais alternativas para tentar saciar suas necessidades e realizar seus desejos. Se você sente-se responsável pela “exclusão” de alguém, vá até esta pessoa e a ajude com o fruto de seu trabalho, mas não tente transferir seu sentimento de culpa aos outros; nem cobre que o Estado tente fazer, com o dinheiro dos outros, aquilo que você se nega a fazer com seu próprio dinheiro.
Houve quem dissesse que a pobreza é invenção do capitalismo e – até – isto não implica tratá-lo como um sistema de governo, muito menos ser equiparado como filosofia utilitarista.
Também não devemos nos enganar com os citados países excluídos do progresso capitalista porque, eles realmente foram excluídos. E tal exclusão se deu por eles não terem desenvolvido coesão social, política e cultural justamente pelo capital ou melhor, sua concentração nas mãos de poucos.
Cara, queria te parabenizar pelo texto. Está excelente!! Vai de encontro a essa vitimização e coitadismo que tanto assola nosso pais.
Parabens pela matéria, concordo muito.
Gostaria de parabenizar o autor, pois bateu o recorde de sofismas e falácias em um único texto.
Guilherme boa tarde.
Ficarei feliz se nos indicasse os sofismas/falácias.
Abraços.
Tenho lido seus ultimos textos e não há como não suspeitar de que eles são um tanto influenciados pelas acusações de culpa que os maníacos socialistas lançam contra a idéia de liberdade.
É curioso que eles passem o tempo todo acusando e se fazendo de vítimas em extensas perorações. Não fazem outra copisa se não aqcusar o sistema de livre iteração entre indivíduos como a causa de todos os males. Curiosamente igual reação não lhe é dirigida, e neste caso com absoluta propriedade e não através de meras fofocas, falácias e mentiras descaradas.
Uma da flagrante aberração foi por ultimo vociferada pelo PGR Janot que, segundo o que li, acusou a dita dura pela corrupção. Só por isso já se pode perceber a simpatia e compromisso que tem com seus padrinhos. Estes padrinhos são exatamente aqueles que a dita dura combateu (diga-se com ridicula frouxidão, comparando-se com os patrões destes facínoram que apadrinharam o PGR: todos partindo das dezenas de milhares trucidados pelo socialismo até as dezenas de milhões). São estes facínoras que torturaram, sequestraram, roubaram e mataram até inocentes indefesos que têem se envolvido em casos, os mais aberrantes, de corrupção. Eo sujeito ainda tem a fanfarra de dizer que a culpa é da dita dura que terminou há 30 anos. Sendo que nestes 30 anos TODOS os ocupantes do Poder estatal são simpáticos e comprometidos com osvelhos criminosos terroristas, ladrões, sequestradores e assassinos.
Ora, ha não muito tempo Lula e estes facinoras propuseram que as FARCs se tornassem um partido politico e recebessem uma plena anistia para os seus crimes, os mais perversos que nenhuma ditadura não socialista ousou praticar. Tais FARCs mantém por anos cidadãos até inocentes, meros camponeses, aprisionados e sofrendo torturas. Porém, ao mesmo tempo que tais facínoras clamavam santamente pelo perdão das FARCs que trucidadaram dezenas de milhares, inclusive inocentes indefesos, crianças, idoso e adultos, homens e mulheres, AO MESMO TEMPO que pediam a ANISTIA para estes maníacos terroristas os mesmos clamantes pediam a condenação de militares por supostamente terem torturado ou matado terroristas e seus propaganduistas.
Isso ninguém joga na cara destes dementes pelo Poder.
Somente dementes podem ser tão descarados, não podem ser normais, são psicopatas ou sociopatas.
Imagine-se no Brasil, quantos seriam aprisionados, torturados e assassinados no Brasil, caso estes facínoras financiados pela URSS e China, bem como treinados por varios paises dominados por seus pares ideológicos, incluso Cuba e Albania, para torturar e matar sem qualquer remorso mesmo inocentes indefesos por mero crime de consciência ou opinião???
Curioso que não se lance na cara destes facínoras, agora também descobertos como corruptos absolutos, as dezenas de milhares de crimes praticados por seus camaradas terroristas e NARCOTRAFICANTES das FARCs com quem constumam se encontrar em rapapés e reuniões em palácio de Estado.
Não é dificil perceber a índole criminosa destes socialistas com discuros comoventes que se auto santificam em seu pieguismo como se puras almas guerreiras pelo bem dos pobres e da humanidade. Eles atuam no NARCOTRAFICO, na mais escandalosa CORRUPÇÃO, em ASSASSINATOS, até de seus pares ao deles desconfiarem, em SEQUESTROS e assaltos.
Não espanta minimamente a quantidade de escandalos pela pratica de crimes hediondos que surgem pelo fato de tais maníacos estarem aboletados no Poder de forma praticamente ABSOLUTA.