Eu sou você amanhã
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
As providências mais recentes do governo Kirchner parecem conduzir a economia argentina ao dejà vu de anos atrás. A desorientada chefe de governo argentina está entrando, com toda a força, na guerra do protecionismo. Esta fórmula de proteger a produção local, não importa seu grau de eficiência relativo a toda a competição externa, não apenas com barreiras tarifárias, mas, também, com impedimentos de natureza burocrática, tem resultados conhecidos e, certamente, indesejáveis em médio prazo.
Agora, Cristina está colocando óbices à importação de produtos brasileiros teoricamente cobertos pelo Mercosul. A esquizofrenia portenha parece encontrar simpatias de Dilma Rousseff e no Partido dos Trabalhadores. O Brasil está oferecendo à Argentina uma linha de crédito equivalente ao valor das exportações brasileiras bloqueadas pela Argentina.
Aparentemente – e posso estar errado – a solidariedade de Dilma a Cristina se deve muito mais a uma simpatia pessoal de mulher para mulher ou de uma potencial ditadora a outra. Ainda mais porque Cristina sempre hostiliza os EUA, coisa que Dilma não tem podido fazer no nível em que gostaria.