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Propósito organizacional ou proposição de valor para os clientes?

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Sou um sujeito com características do perfil comportamental dominante, pragmático e avesso a tendências “momentosas” e/ou modismos. Chega a ser hilário o destaque que a senha mágica “propósito” alcançou nos últimos tempos no meio empresarial.

Costumo seguir a sabedoria acumulada. O grande Peter Drucker afirmava que a principal finalidade de uma empresa é ter clientes e suprir suas necessidades e desejos, deixando-os satisfeitos. Para ele, a única fonte de lucro é o cliente.

Nesse sentido, embora o propósito organizacional seja importante para energizar funcionários e demais partes interessadas em um negócio, clientes-consumidores, de fato, não estão necessariamente tão preocupados com os motivos pelos quais suas empresas fornecedoras produzem determinados produtos e serviços. Seguindo minha “velha” lógica, penso que o papel essencial de uma empresa é o de criar, ofertar e entregar um valor superior, ou seja, benefícios e soluções para um grupo específico de clientes.

Portanto, a primeira e vital tarefa dos líderes de um negócio é identificar quem e quais são as características-chave dos clientes, quais são seus desejos, necessidades e dificuldades, a fim de atende-los de uma melhor forma do que os concorrentes em determinados mercados/segmentos.

Penso que é uma proposição de valor, clara e objetiva, com uma capacidade de execução eficiente para entregar tal promessa de valor, aquilo que faz uma empresa prosperar e ganhar dinheiro de maneira sustentável. O propósito inspira todas as partes interessadas, porém, não necessariamente resolve os problemas do cliente e/ou melhora sua vida.

Portanto, antes de se pensar em nobres propósitos para serem pendurados em quadros na parede e/ou para se tornarem motes para entrevistas e artigos de negócios, primeiro procure entender profundamente os desejos e as necessidades dos clientes, ouvindo o silêncio e descobrindo como criar e entregar benefícios superiores. Foque na entrega de verdadeiras soluções para os problemas dos clientes. Faça o básico, embora isso, evidentemente, não seja tão trivial.

Não tenho nenhuma brecha de dúvida de que começar investigando o que o cliente pragmaticamente necessita e suas preferências é mais prioritário do que iniciar criando uma grandiosa visão do “porquê” de uma empresa existir. A realidade demonstra que tanto os valores como também os desejos e as necessidades dos clientes-consumidores se transformam. Assim é a vida real.

Diga não à gigantesca indústria de consultores de “propósito organizacional”! Acredite no essencial básico, ou seja, saia do exclusivo centro motivacional, e ponha as duas mãos na massa, focando obstinadamente na compreensão dos problemas e das dificuldades específicas dos clientes. Busque entregar soluções para os clientes, isto é, aquelas mais eficientes, mais baratas, mais fáceis de usar, mais rápidas, mais atrativas, entre outras.

Nosso mundo atual é, inegavelmente, das narrativas. Como um pragmático, rezo na cartilha dos acontecimentos fáticos, no conjunto de recursos e de capacidades, e nas competências reais, na especialização e na capacidade de evoluir de uma empresa para entregar as soluções que os clientes necessitam para resolverem os problemas de seus clientes. Sucesso empresarial chega para aqueles eficientes, que fornecem benefícios superiores e satisfazem melhor aos clientes.

Muito embora seja importante ter um sentido claro do “porquê” de uma organização existir, seja pragmático, resolutivo, na direção de garantir que uma empresa seja capaz de ter as soluções e de executá-las com eficácia a fim de resolver os genuínos problemas dos clientes. Faça isso. Somente depois disso, dedique-se a construir uma nobre e grandiosa visão para o seu negócio.

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Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

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