ESG: narrativas ideológicas versus realidade objetiva
As narrativas desse nosso “novo mundo de uma nova consciência”, dos discursos falaciosos e da pós-verdade, além de serem insuportáveis, conduzem à falência moral e à deterioração de nossa saúde econômica, social e mental.
Importante e alertadora pesquisa nos EUA aponta que empresas com classificações altas em métricas ambientais, sociais e de governança, agora amplamente propaladas, poluem tanto quanto as empresas com classificações baixas. Elementar, meu caro Watson!
Todos aqueles que me prestigiam e me leem sabem de minhas restrições ao genuíno “capitalismo selvagem” do badalado ESG. A turma progressista “prafrentex”, compartilha uma devoção ungida para com o nobre ESG. Advogar em causa própria sempre foi um dos esportes favoritos praticados na várzea verde-amarela.
Decerto, a efetiva coqueluche do momento transformou-se em uma indústria para lucrar, e a qualquer preço. Diga-se de passagem, custo alto para a sociedade.
Metas ambientais, de impacto social positivo, e de boa governança, desde sempre foram benéficas, quando implementadas sob o farol da realidade, da racionalidade e, em especial, frente ao atual demagógico cenário, da honestidade.
Até cego debaixo d’água conhece que o ESG foi apropriado politicamente, constituindo-se em um ingrediente fundamental a ser enfatizado nas ruidosas batalhas da nefasta guerra cultural presente. Os pesquisadores do referido estudo descobriram que, mesmo usando apenas pontuações ambientais, em vez de toda a panóplia do ESG, isso “leva a uma deterioração substancial no desempenho verde”.
Ainda, inexiste uma forte relação entre a satisfação do funcionário ou qualquer uma dessas coisas, e a intensidade de carbono, ou seja, as economias de emissões em toda a cadeia de produção a montante e, objetivamente, como medir essas emissões de forma eficaz.
Evidente que as metas do glorioso ESG não são projetadas para medir o impacto de uma empresa nas mudanças climáticas. Além disso, diferentes investidores têm distintas prioridades em termos dessa “sopinha de letrinhas”.
Deixem-me ser, mais uma vez, claro e pontual. O objetivo central de uma empresa é criar e ofertar soluções melhores e inovadoras para os consumidores-clientes, assim satisfazendo-os e, ao mesmo tempo, agregando resultados positivos para os cidadãos e para todo um tecido social. Se atingido tal objetivo, a empresa alcança lucratividade superior, a fim de continuar inovando – pelo salvador processo da destruição criativa -, e gerando melhorias para o ambiente, para o campo social e para uma governança adequada e sadia.
Imaginem, só por alguns instantes, a parafernália de regulamentos a cumprir e, essencialmente, a adição de custos impostos às pequenas e médias organizações!? Emprego, atividade econômica, renda e prosperidade, descendo ladeira a baixo. Que mundo é esse?! Eu sei: impostor, imoral e irreal, em que o forçado ESG encaminha o atraso e o subdesenvolvimento. Quem viver verá.
Nesse nosso “novo mundo de uma nova consciência”, descaradamente, o que importa é totalmente secundário e desimportante. O que importa, verdadeiramente, é focar naquilo que, de fato, melhora a vida dos consumidores e de toda a comunidade envolvida nesse intento. Como seria salutar nos concentramos nas coisas que estão sob nosso real controle! Isso é, funestamente, a única coisa que não se mede no atual “Santo Graal progressista”. Escárnio.