A propriedade privada em defesa da vida
A vida é, indiscutivelmente, o recurso mais escasso que um ser humano possui. Sob a perspectiva liberal, a propriedade privada desempenha um papel fundamental na proteção desse ativo singular, representando não apenas a materialização do tempo e do trabalho dedicados, mas também um meio de salvaguardar o que é verdadeiramente escasso no mundo.
A teoria liberal enfatiza os valores da responsabilidade individual e da liberdade de escolha como princípios orientadores da sociedade. Esses valores se alinham harmoniosamente com a visão de que a propriedade privada não é apenas um direito, mas uma obrigação moral para proteger o que é mais precioso – a própria vida. Afinal, o que é a propriedade privada senão a transformação da vida em recursos e bens?
No entanto, no cenário atual do Brasil, essa visão está sob ameaça devido a diversos desafios. O efeito Cantillon, um fenômeno econômico que descreve como a criação de dinheiro afeta a distribuição de riqueza, mina silenciosamente a relação entre trabalho árduo e a propriedade que deveria protegê-lo. A inflação age como um ladrão sorrateiro, corrói o poder de compra dos indivíduos e reduz a eficácia da propriedade privada como guardiã do valor da vida.
Além disso, o Estado burocrático brasileiro, com sua carga tributária esmagadora, desencoraja a poupança e o investimento e obriga os cidadãos a dedicarem meses de trabalho árduo apenas para cumprir suas obrigações fiscais. Essa realidade contrasta profundamente com a visão liberal da propriedade privada como um escudo contra o desperdício de recursos preciosos – ou seja, a própria vida.
É crucial compreender que a propriedade privada não apenas protege o indivíduo, mas também contribui para a prosperidade geral da sociedade. A liberdade de empreender e investir é a força motriz por trás do crescimento econômico, da inovação e da criação de empregos. No entanto, quando os esforços de um indivíduo são sufocados por impostos excessivos e políticas monetárias expansionistas, a economia sofre, o que prejudica a todos.
Nesse sentido, cada pessoa deve ser livre para buscar seus próprios objetivos, contanto que não prejudique os direitos dos outros. A propriedade privada, nesse contexto, é a garantia de que os frutos do esforço pertencem ao indivíduo e não podem ser arbitrariamente retirados.
Em conclusão, a vida é, sem dúvida, o recurso mais escasso no mundo, e a propriedade privada é o meio pelo qual se pode protegê-la e dar-lhe significado. O Brasil enfrenta desafios significativos e tem a capacidade das pessoas de protegerem seu tempo e esforço investidos prejudicada. É imperativo que os indivíduos e o governo reafirmem seu compromisso com esses valores fundamentais, a fim de preservar o ativo mais valioso de todos: a vida.
*Leonard Batista – Associado III do Instituto Líderes do Amanhã.