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Duas escolhas; o mesmo destino; duas posturas diferentes do governo

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Marco Archer, também conhecido pela alcunha de “Curumim”, fez do tráfico de drogas, durante 25 anos, seu meio de vida.  Ele certamente sabia o que estava fazendo e conhecia perfeitamente os riscos que corria. Por ter morado por 15 anos na Indonésia, falava fluentemente o idioma local.  A atividade que escolheu para si, de livre e espontânea vontade, embora arriscada, era bastante lucrativa, o que o tornou um “bon vivant” – “Viajou pelo mundo todo, teve um monte de mulheres, foi nos lugares mais finos, comeu nos melhores restaurantes, tudo só no glamour, nunca usou uma arma, o cara é demais.”  Foi assim que Rodrigo Muxfeldt Gularte, seu companheiro de cela, o definiu. “Sou traficante, traficante e traficante.  Nunca fiz outra coisa na vida”, admitiu o próprio Marco ao jornalista Renan Antunes de Oliveira, em 2005.

Ainda segundo Renan, “A cocaína que ele levava na asa delta, quando foi preso, tinha sido comprada em Iquitos, no Peru, por 8 mil dólares o quilo, bancada por um traficante norte-americano, com quem dividiria os lucros se a operação tivesse dado certo: a cotação da época da mercadoria em Bali era de 3,5 milhões de dólares”.  Nada mau!  Não por acaso, Marco era rico, muito rico.  Tão rico que mantinha apartamentos em Bali, Hawai e Holanda.  Marco fez a sua escolha e pagou por ela com a vida.

Alex Schomaker Bastos escolheu uma vida diferente para si.  Aos 24 anos, estava se formando no curso de biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.  Filho e estudante dedicado, Alex andava de ônibus para cumprir o trajeto entre sua casa, na Zona Norte da cidade, e a faculdade, na Zona Sul.  Num dia, como outro qualquer, Alex foi assaltado e morto, alvejado por quatro tiros, possivelmente disparados por algum dos muitos “curumins” inimputáveis que, acobertados pelo famigerado ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente -, vagam pela Cidade Maravilhosa atormentando e barbarizando a vida das pessoas decentes.  Alex também fez sua escolha, e pagou por ela com a vida.

Os pais de Alex divulgaram uma carta emocionada em que dizem: “Lamentamos não conseguir seguir o que te ensinamos. Nós não perdoamos. Não perdoamos os assassinos, não perdoamos os governantes, não perdoamos as autoridades.  Mas temos que te dizer que estamos tentando ter confiança na Justiça. Que os seus assassinos serão presos e receberão uma pena justa.”  Infelizmente, até o momento, não se tem noticia dos assassinos.

Pois bem.  A presidente Dilma se disse consternada e indignada com a execução (legal) do traficante de drogas Marco Archer.  Dilma chegou a chamar seu embaixador em Jacarta para consultas, uma atitude diplomática claramente desafiadora, que coloca em crise as boas relações do Brasil com a Indonésia.  Dilma também prometeu fazer todo possível para livrar o outro brasileiro, Rodrigo Gularte, do corredor da morte daquele país. Faltou pouco para ela mandar hastear a bandeira nacional a meio-pau. Por outro lado, Não se ouviu, até agora, uma só palavra da “presidenta” em relação à morte trágica de Alex.  Não se sabe se Dilma ficou chocada, consternada, indignada, nem se tomou alguma providência prática para tentar evitar que outros jovens como Alex morram nas mãos de assaltantes armados.  Só para lembrar, o número de execuções (ilegais), no Brasil, anda pela casa dos 54.000 por ano.

Eis o tipo de gente a quem entregamos o poder e a responsabilidade de zelar por nossas vidas.  Socorro!!

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

14 comentários em “Duas escolhas; o mesmo destino; duas posturas diferentes do governo

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    21/01/2015 em 4:34 pm
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    O governo brasileiro é cínico. Não se manifesta ou faz corpo mole sobre fatos como a morte de opositores na Venezuela, decapitação de inocentes reféns do estado islâmico, morte de jornalistas/ chargistas pelo terror muçulmano e faz essa onda toda para defender um traficante que tinha consciência dos riscos que corria, ganhou muito dinheiro com isso e apostou na impunidade como se estivesse vivendo na nossa republiqueta de bosta. Tenho pena da mãe desse cidadão, mas ela teve o mesmo sentimento com as mães que tiveram filhos vítimas das estripulias de seu rebento? Quer saber? Bem feito para o vagabundo.

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    21/01/2015 em 11:37 am
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    https://www.facebook.com/PortalGazetaSocial/posts/778921612192209?comment_id=779190628831974&reply_comment_id=779353828815654&offset=0&total_comments=34

    Alguém já disse que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa.Posto isto, vamos ao meu ponto de vista a respeito da execução do brasileiro condenado à morte por tráfico de drogas. São muitos os pontos em desfavor do sentenciado. Ou melhor. nada o favorecia. E ele, o sentenciado, tinha conhecimento de todos os riscos. Já conhecia o pais como a palma da sua mão. Inclusive, segundo se sabe, falava fluentemente a língua local. O que ocorreu com este, hoje senhor, chama-se excesso de confiança na sorte. Segundo a própria reportagem, ele flanava tranquilamente por diversas paragens mundo afora, negociando o seu veneno lento, durante 25 anos. Quantas não devem ter sido as suas vítimas? E temos que levar em conta que, alem da sua sorte, por nunca ter sido pego em flagrante delito nos países por onde passou, o que sinceramente eu não acredito. Ele pode não ter se valido somete da sua sorte, senão da sua malandragem carioca para subornar muitos agentes, onde a propina fala mais alto. Não há o que se criticar sobre as leis na Indonésia. Principalmente se respeitarmos que cada país tem os seus próprios legisladores, e que as leis são criadas baseadas em diversos fatores. Alguns estão criticando o Governo indonésio por ter libertado centenas de terroristas, e condenado à morte os traficantes, incluindo um brasileiro. Mas ninguém se preocupou em esclarecer em que condições estes terroristas foram libertos, e se o crime de guerrilha está entre os que estão enquadrados como factíveis de receberem a pena capital. Para que todos os senhores que postaram, criticando as leis da Indonésia reflitam, vejam se pode haver maior descalabro nas leis de um país, do que, pelo menos até recentemente, só irem realmente presos, sem direito à Habeas corpus, aquele pai infeliz que, muitas vezes por estar desempregado, deixou de pagar a pensão do filho. Observando que, em muitas oportunidades a mãe já estava se desmanchando nos braços de um outro companheiro. E antes que venham me criticar com aleivosias (fingimento) de que o filho é dele, e não do novo companheiro, eu digo que: Esta lei deveria ser mudada. Pois quem assume uma responsabilidade, deve fazê-lo por completo. Deve assumir o Ativo, e o Passivo.

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    21/01/2015 em 11:31 am
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    Alguém já disse que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa.Posto isto, vamos ao meu ponto de vista a respeito da execução do brasileiro condenado à morte por tráfico de drogas. São muitos os pontos em desfavor do sentenciado. Ou melhor. nada o favorecia. E ele, o sentenciado, tinha conhecimento de todos os riscos. Já conhecia o pais como a palma da sua mão. Inclusive, segundo se sabe, falava fluentemente a língua local. O que ocorreu com este, hoje senhor, chama-se excesso de confiança na sorte. Segundo a própria reportagem, ele flanava tranquilamente por diversas paragens mundo afora, negociando o seu veneno lento, durante 25 anos. Quantas não devem ter sido as suas vítimas? E temos que levar em conta que, alem da sua sorte, por nunca ter sido pego em flagrante delito nos países por onde passou, o que sinceramente eu não acredito. Ele pode não ter se valido somete da sua sorte, senão da sua malandragem carioca para subornar muitos agentes, onde a propina fala mais alto. Não há o que se criticar sobre as leis na Indonésia. Principalmente se respeitarmos que cada país tem os seus próprios legisladores, e que as leis são criadas baseadas em diversos fatores. Alguns estão criticando o Governo indonésio por ter libertado centenas de terroristas, e condenado à morte os traficantes, incluindo um brasileiro. Mas ninguém se preocupou em esclarecer em que condições estes terroristas foram libertos, e se o crime de guerrilha está entre os que estão enquadrados como factíveis de receberem a pena capital. Para que todos os senhores que postaram, criticando as leis da Indonésia reflitam, vejam se pode haver maior descalabro nas leis de um país, do que, pelo menos até recentemente, só irem realmente presos, sem direito à Habeas corpus, aquele pai infeliz que, muitas vezes por estar desempregado, deixou de pagar a pensão do filho. Observando que, em muitas oportunidades a mãe já estava se desmanchando nos braços de um outro companheiro. E antes que venham me criticar com aleivosias (fingimento) de que o filho é dele, e não do novo companheiro, eu digo que: Esta lei deveria ser mudada. Pois quem assume uma responsabilidade, deve fazê-lo por completo. Deve assumir o Ativo, e o Passivo.

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    21/01/2015 em 10:19 am
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    Eu qualifico essa bizarra atitude da nossa diplomacia (leia-se: presidente da nação e seu pedido de clemência) como tresloucada, incabível, infundada, aloprada e criminosa, pois, mediante ameaça ostensiva de retaliação, fere a soberania da Indonésia.
    Se eu fosse o chefe da nação asiática, responderia à “doutora Dilma”: “Pois então, diante do seu abusivo e desrespeitoso pedido de clemência, decido, ademais de não acolhe-lo, cortas relações diplomáticas com seu país, Brasil. Assim, V.Exa. saberá doravante respeitar a soberania de todas as nações do globo”.
    Sinceramente, não entendo como o Itamarati se prestou a tão ignaro pedido-ameaça. Sinal de que esse órgão também está seriamente contaminado pelas tresloucadas e bizarras ideias desse desgoverno vermelho-vergonha!

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    20/01/2015 em 10:08 pm
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    Menores de 18 anos não são inimputáveis: a pena máxima, salvo engano, é de 3 anos, independentemente da gravidade do crime. Também acho pouco, mas obviamente é diferente de ser inimputável.

    • João Luiz Mauad
      20/01/2015 em 10:23 pm
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      Caro Eduardo,

      Eu sei que jovens acima de 16 anos não são absolutamente inimputáveis. Se você reparar o contexto em que a utilizei, a expressão “inimputáveis” aparece ali como uma figura de retórica. Uma hipérbole, para ser mais exato.

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      21/01/2015 em 8:32 am
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      São inimputáveis, pois que são apenas apreendidos não para cumprirem pena, mas para ressocialização.
      Menores de 18 anos não são presos para cumprir pena de punição punição, mas apreendidos para cumprir medida educativa. …rsrs

      Contudo estes reeducandos, que não ocupam celas e tão pouco têem sua estadia vigiada como em presidios, saem e voltam a roubar, matar, sequestrar e etc. por saberem-se inimputáveis.

      Loucos são inimputáveis, mas ficam em manicômios.

      É lindo ver que o Estado se preocupa com a vida de seus servos e por isso aplica multas, detenção e condenação a quem bebe uma latinha de cerveja e esta dirigindo perfeitamente bem. Afinal, ao beber uma lata de cerveja ou comer um bombom de licor torna-se um assassino em potencial que poderá matar no transito.

      …já facínoras que teem por profissão assaltar, roubar, matar, sequestrar, torturar e etc., estes não são assassinos em potencial. Afinal o Estado (a lei estatal) os libera para sairem da prisão em datas comemorativas e passarem a semana com amigos (outros facinoras) e familiares (por vezes idem).

      Ou seja, o Estado não considera que facínoras sejam criminosos em potencial e por isso os libera, mesmo que latrocidas, para saierem nas datas comemorativas. Já o cidadão que bebe uma latinha de cerveja ou come um bombom de licor, ESTE o Estado considera um CRIMINOSO em potencial e por isso o PUNE por PRESUNÇÃO.

      Eis a preocupação do Estado com a vida do povo!!!!

      Aliás se as possibilidades de crime são inocência, culpa e dolo, onde a ocorrencia pode ser uma fatalidade ou causada pela vitima, pode ser culpa por imprudência ou negligencia ou pode ser por premeditação ou intenção.
      …ai não satisfeitos em reconhecer as possibilidades reais inventa-se o “dolo eventual” APENAS PARA TORNAR UM CRIME CULPOSO, SEM INTENÇÃO, EM CRIME INTENCIONAL. Alegando que assumir o risco de causar é doloso. Porra, assumir o RISCO é CULPA e não DOLO.

      …MAS a SAFADEZA manipula palavras e significados. Assim, da mesma forma transformam um “passar a mão” em estupro. Ora, em vez de alterar significados, melhor estabelecer penas para as ações.
      …MAS É COMUM A CANALHICE DOS SULTÕES CONFUNDIREM O VOCABULARIO, MANIPULA-LO.
      Até crime sem vitima inventam, é o pré-crime e assim a vida imita a arte!!!
      fazem isso o tempo todo para ludibriar a massa estúpida e daí surge:

      – RECURSOS NÃO CONTABILIZADOS
      – DEMOCRATIZAÇÃO DA MIDIA OU CONTROLE SOCIAL DA MIDIA (Censura é palavra feia e anti democratica)
      – JUSTIÇA SOCIAL (seria feio propor injustiça para benefício especifico)
      – EM VEZ DE IMPOSTO, CONTRIBUIÇÃO E TAXA (inicialmente IPMF e depois CPMF)

      …e etc. etc. Complete-se a lista, são muitas manipulações vocabulares para igrupir a massa que papagueia qualquer idiotice sem qualquer análise.

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        21/01/2015 em 10:57 am
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        Oi Pedro. Estava com saudades dos seus comentários. Este seu texto, apesar ar de parecer mais com um desabafo revoltoso, está assim…… razoável. Apenas um senão: Talvez por você ser um cidadão culto, e possivelmente avesso à gírias, cometeu um pequenos deslize. O correto seria “Engrupir”, e não igrupir. Num próximo texto fique um pouco mais atento. Apesar de que os preparados não erram, se enganam.

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      21/01/2015 em 8:35 am
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      Não é pena é medida educativa.

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      21/01/2015 em 10:08 am
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      Caro Eduardo R., Rio:
      Concessa venia, devo discordar de você. Veja os determinantes legais a respeito:
      1. “ São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos
      às normas da legislação especial.”
      2. Artigo 27 do Código Penal:
      “ Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis,
      ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.”
      Parece óbvio que, inobstante a absurdidade do regramento legal, os menores de 18 anos são efetivamente inimputáveis, estando sujeitos apenas à legislação especial (do ECA), com pena máxima de 3 anos em instituição especial para sua recuperação e ressocialização.
      Um abraço.
      Um abraço.

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    20/01/2015 em 7:02 pm
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    Alguma vez alguém pediu clemencia para os nacional-socialistas que foram presos?
    …ora, se alguém pedisse seria recriminado moralmente.
    Enfim, tudo é devido à propaganda moral e ela é absolutamente CASUÍSTA, pois que sentimentalóide.

    Shopenhauer foi fantastico mesmo ao perceber o desejo de se obter a aprovação alheia em vez da própria.

    Nada como um pensador como Schopenhauer para sentenciar brilhantemente:

    – “A honra é a consciência exterior e a consciência é a honra interior. (…) é uma frase de efeito mais do que uma explicação clara e profunda. Por isso prefiro dizer que: “A honra é, objetivamente, a opinião dos outros sobre nosso valor e, subjetivamente, o nosso medo dessa opinião”. (…)”
    .
    – “A tentativa de compensar a superioridade espiritual por lemas falsos e convencionais leva-nos a obedecer normas que se chamam de “bon ton”, “fashionableness” mostra sua fraqueza no momento em que se choca com os verdadeiros valores, porque “Quando as boas maneiras entram, o bom senso se retira”.”
    .
    Arthur Schopenhauer escreveu bons pensamentos sobre a ideia de honra como a opinião da comunidade. Entendeu que humanos tendem a buscar a opinião alheia favorável a si moldando-se àquilo que é propagandeado como merecedor dessa admiração alheia ou opinião favorável. Isso é um tipo de ambição poderosa, maior mesmo que a ambição material cuja capacidade de usufrui-la é limitada. Não por acaso ricaços ambicionam o Poder, a fama ou uma glória qualquer, como a riqueza que nem mesmo consegue usufruir, uma posição de celebridade ou autoridade ou até mesmo tentar santificar-se em perorações alardeadas em ostensivo sentimentalismo a fim de aliciar simpatia sincera ou interesseira por parte da platéia.

    Vamos a Schopenhauer:

    “Afirma-se que aquele que dá valor à opinião dos outros aumenta a sua honra. Esta preocupação, no entanto, demonstra que sua fonte de felicidade não se encontra em nenhuma das outras classes de bens, logo, é nesta terceira que ele deve procura-la. Sua felicidade não é dada pelo que ele é nem pelo que ele tem e, sim, pelo que ele representa para os demais. (…)”
    .
    “Quando vemos um homem que passa a vida lutando incansavelmente e debatendo-se entre perigos e dificuldades, tendo como objetivo final crescer aos olhos dos outros, TEMOS A PROVA DA ENORME TOLICE HUMANA. Perseguem títulos, classe, postos, aspiram à riqueza, à ciência e à arte, a fim de obter o respeito alheio sem se aperceber da inutilidade disso para sua real felicidade.
    Valorizar excessivamente a opinião dos outros é um erro completo, mas muito comum, arraigado a nossa própria natureza ou como resultado da vida em comunidade. Por qualquer motivo, o certo é que isso exerce uma poderosa influência sobre o nosso modo de agir e a nossa felicidade que é a meta a atingir, tendo sempre em mente a pergunta: “O que dirão os outros ?”
    Justifica-se por que Virginius enfiou o punhal no peito da filha e por que os homens sacrificam a própria vida, a paz, a riqueza e a saúde em busca da glória póstuma. (…)”
    .
    “O hábito dos homens darem mais valor à opinião dos outros sobre si mesmos provoca, às vezes, uma inversão natural que faz do secundário o principal e leva este homem a criar o seu próprio ser segundo a cabeça dos outros e, não, de acordo consigo mesmo. Esta super valorização está ligada ao que chamamos vaidade: uma tolice voltada para o vazio e o fútil. (…)”
    .
    “O excesso de importância atribuído à opinião alheia acaba fazendo dela o objetivo principal, o que a transforma numa mania geral. Atrás de cada um de nossos atos, estará a opinião alheia como um juiz, o que a torna responsável por mais da metade de nossos medos, inseguranças e preocupações. Esta relação está no centro dos nossos problemas tornando-se um sentimento patológico, base de toda nossa vaidade, presunção e glória. (…)”
    .
    “A ingenuidade da nossa natureza, aqui apresentada, gera três descendentes: ambição, vaidade e orgulho. O orgulho é a convicção do próprio valor sob todos os aspectos; a vaidade, ao contrário, é o desejo de despertar nos outros tal convicção, acompanhada sempre pela esperança de consegui-lo.
    Assim, o orgulho é uma estima que vem de dentro, enquanto a vaidade é o esforço para conquistar algo exterior. (…) mas o que o vaidoso ignora é que o alto conceito que ele quer obter é conquistado mais facilmente com o silêncio do que com o discurso, por mais bonito que seja.”

    Não é por acaso que as ideologias se dedicam à tocar a vaidade, instigando o ciúme e a inveja para despertar a ferocidade da cobiça. Não é por acaso que as ideologias não passam de um amontoado de afirmações dogmaticas e efettivas contradições. Afinal, manipulando indivíduos e grupos não precisam de qualquer coerência ou verdade em suas alegações, pois que os fiéis desejam ardentemente que a ideologia seja verdade tanto quanto desejam crer que todos os alinhados assim creem. Começando por afirmarem a própria crença em tamanho amontoado de afirmações estapafurdias como incentivo que abranda a vergonha de outros também o afirmarem, pois que não o afirmam solitários.

    Não é outro o motivo para que as ideologias fanatizem e tornem violentos e totalitários os seus fiéis que dela necessitam psicologicamente e por tal, mesmo afirmando-se movidos por interesse altruístas, tomam a descrença alheia como se um mall a si mesmos, veem a descreça alheia em suas ideologias estapafurdias que afirmam serem a receita (conjunto/estudo de ideias) para atingir o “objetivo supremo” e por tal redentor, pois que tido como a “salvação da humanidade” que a tudo justifica.
    Na verdade os vaidoso seguidores de ideologias se fanatizam e tornam-se capazes de qualquer atrocidade apoiados pela “consciência externa” produzida pelas ideologias que justificam toda e qualquer ação com base nos fins “salvadores” que prometem como redenção para os seguidores violentos.

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    20/01/2015 em 6:56 pm
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    É a hipocrisia, a safadeza e mesmo a perfídia daqueles que se fazem senhores de populações, explorando-as, humilhando-as e tiranizando-as.

    Certamente em seus rapapés debocham da massa submissa, frouxa e completamente destituída de brio, ansiosa por senhores bonzinhos que maltratem aqueles a quem invejam e odeiam e lhes atirem algumas migalhas se possível.

    Se não me engano, Napoleão entendia que a política não se aproveita das boas intenções do povo, mas exatamente das más intenções deste.

    Há muito que a palavra OBSCURANTISMO (obscurantistas) desapareceu do vocabulário por ser politicamente demasiado incorreta. Afinal, reconhecer em pessoas uma indole que as faz desejar o mal e a desgraça a todos, para seu próprio conforto ao contemplar sofrimentos alheios, é absolutamente anti Rousseauniana. É bem mais bonito e encantador afirmar que todas as pessoas são lindas e maravilhosas e que só praticam o mal por descuido ou forçados pela malvada sociedade formada por pessoas maravilhosas.

    Enfim, a causa do obscurantismo é a INVEJA e a causa da inveja é a VAIDADE!

    O vaidoso quer sempre as honrarias, sempre ser o melhor segundo os conceitos morais estipulados. Assim os vaidosos tendem a valorizar preceitos morais fáceis de agregar a si. Preconizando os valores fáceis de serem exibidos no molde moral que estabelece os valores para uma comunidade. Ou seja, o vaidoso tende a ser um manipulador moral através de ostentações de apoio sempre sem argumentação racional, mas sempre com caretas e frenesi verborrágico emocional. Sijm, experimente-se questionar o custeio de facínoras pelas vitimas destes sugerindo trabalho forçado ou pena de morte e a argumentação será um falatório desconexo com apelos sentimentalóides e de cunho religioso (afinal deuses não precisam de fundamentar suas vontades e preferências: estão sempre certos e sempre concordam com seus fiéis, que invocam a interpretação certa que dão à suas palavras).

    Qual razão pode levar alguém a apiedar-se de bandidos enquanto não se apiedam das vitimas?

    É fato que torcedores jamais odiarão o juiz que rouba para seu time. Pode até aceitar que o árbitro rouba a favor, quando não consegue justifica-lo, mas jamais se encolerizará contra ele.
    Outro fato é que um torcedor facilmente se enche de colera contra árbitros que erram contra seu time e se a arbitragem rouba vergonhosamente contra seu time, então o ódio atinge níveis sem medida.
    …isso é da natureza humana, não dá para controlar.

    Não é diferente o caso de pessoas que solidarizam-se com os bandidos e não conseguem nutrir sentimentos pelas vitimas inocentes. Porém, racionalmente entendem que tal funesta tendência é errada e deve ser condenada pela comunidade das vitimas em potencial. Assim, assumir a simpatia e afinidade com bandidos levaria a desonra, ao repúdio por parte dos que se identificam com as vitimas, vendo-se facilmente no lugar destas e não do facínora.

    Como então defender o MAL?
    …simples: chamdo de BEM a tolerância a este.

    Assim, manipula-se os valores morais através de repetições, caretas de indignação e apelos emocionais em favor da bondade contrapondo-se à honestidade como superioridade moral. Assim figura o desprezo mundano de uma moral ascética em franca oposição à moral estóica.

    Logo, o sentimentalismo moral se faz oposição ao racionalismo moral e os valores sentimentais se fazem superiores e mais envaidecedores que os valores racionais.
    Com essa manipulação dos valores morais facilmente os obscurantistas podem se camuflar com a máscara da bondade para esconderem seu desejo de combater tudo que é bom, prazeroso e racionalmente virtuoso. Não é por acaso que se pratica tanto MAL em NOME do BEM. …é pura questão de manipulação moral.

    Repare-se que o “politicamente correto” é exatamente um apelo ao reino das trevas, ao mau humor, ao sentimentalismo chinfrim das sensibilidades exageradas e da chatisse em geral. Estar feliz e ostentar a felicidade e o bem viver é algo condenável pela moral sentimentalóide. Bonito mesmo para esta é a servidão, a resignação, a pobreza, o choro, a fraqueza, o julgar com o coração e etc..
    Se alharmos com atenção percebemos o quanto as coisas indesejaveis são apregoadas como moralmente superiores.

    Que explicação pode existir para aguém que defende a desgraça cubana apoiando-a pela alegada igualdade do povo? …esta igualdade nem mesmo existe, já que a alta hierarquia estatal, grupo reduzidissimo, acumula um gigantesco diferencial em relação aos que são EXPROPRIADOS pela ameaça de tropas armadas, e que trabalham e produzem para sustentar o luxo dos bondosos igualçitários que os escravizam e tiranizam.

    São obscurantistas!
    Sua inveja do sucesso que imaginam não serem capazes de atingir em sua vaidade estúpida, faz com que odeiem toda a possibilidade de uma DESIGUALDADE JUSTA e comprazem-se com a desgraça generalizada, por isso odeiam a liberdade que imaginam uma ferramenta que não são capazes de usar em próprio beneficio e a querem negar a todos os demais. Contudo, obscurantistas invejosos não odeiam o sucesso injusto ou obtido sem grande virtude.
    Veja que jamais os socialistas criticaram a riqueza dos seu líderes, mentores e ídolos. Não é por acaso! Aliás querem representarem-se nestes nababos e vingarem-se daqueles virtuosos forçados a inferioridade material de seus líderes nababos de pouca ou nenhuma utilidade ou virtude que justifique tal diferença material e de Poder.

    Um socialista que defende bandidos é flagrantemente um obscurantista, um demente perigoso atormentado por recalques e inveja.

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    20/01/2015 em 6:13 pm
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    Existe um efeito potencializador em todo este “imbróglio”. A exclusividade. Ler que um estudante, um ciclista, um trabalhador morreu aqui no Brasil infelizmente já virou corriqueiro. Agora, quando podemos ver uma execução (que aqui nunca
    ocorre, em meios legais claro)?

    Acredito que eticamente o governo brasileiro cumpriu seu papel no caso da execução, pois aqui ninguém é executado, então seria “normal” desejarmos ao criminoso tratamento semelhante. Porém acredito que se no país onde ele cometeu o crime o tratamento seja diferente eticamente o governo de lá também cumpriu seu papel.

    No fim das contas o caso todo “só” é um problema de paradigma, pois se a pena fosse uma “surra” (algo que nosso senso comum aceitaria) esta notícia nem surgiria ou talvez entrasse em “notícias bizarras”…

    Pra se ter uma noção de como a coisa toda está tão virada, nem em meu comentário corroborando o texto acima cito o estudante. Infelizmente estamos reclamando muito de um problema real, mas não estamos discutindo-o em um nível consciente…e isto já faz tempo…

    • João Luiz Mauad
      20/01/2015 em 6:23 pm
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      Caro Schuck,

      Como eu disse no meu comentário anterior, o pedido de clemência foi correto e oportuno. Nada da pantomima que veio depois disso se justifica. Foi um papel muito feio da diplomacia tupiniquim.

Fechado para comentários.

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