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Direitos humanos petralhas

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metralha_irmaosO ano que passou, que na realidade morre com este fim de carnaval, nos deixou uma lição: os petralhas introduziram a nova versão de direitos humanos que pretendem vender ao eleitorado e ao público em geral: só valem os direitos humanos dos amigos ou de seus protegidos. Os dos outros nem sequer são mencionados.

A Ministra dos Direitos Humanos do governo Dilma foi clara sobre isso. Só se pronuncia quando os direitos humanos em questão são os dos membros do seu partido, ou os dos “descamisados”, que os petralhas dizem representar. Mas imaginar que os militantes petistas são sensíveis aos direitos humanos de todos os brasileiros é um “sonho de uma noite de verão”, como diria Shakespeare. […]

O PT pôs em execução, já nos dois governos de Lula, uma estratégia para dominar totalmente a sociedade brasileira. Lula e seus assessores montaram um plano totalitário para roubar dos cidadãos deste país, de forma eficaz e quase automática, sua privacidade, colocando-os nas mãos de um Estado policial. Este projeto foi denunciado com clareza e coragem pelo delegado Romeu Tuma Júnior em seu livro, lançado no final do ano passado no Rio e intitulado: Assassinato de reputações – Um crime de Estado (Rio de Janeiro: Topbooks, 2013, 557 páginas).

O projeto não é novo no universo mais amplo do comunismo populista latino-americano e já funciona maravilhosamente bem na Venezuela chavista. Vale a pena lembrar que o Ministério desse país que trata da identidade dos cidadãos e que guarda todas as informações sobre o que eles possuem e o que desejam funciona há vários anos em Havana e não em Caracas. Os jornalistas internacionais relatam que no país sul-americano governado por Maduro existem cerca de 40 mil funcionários cubanos que fazem a ponte entre a sociedade venezuelana e a burocracia totalitária de Havana. Esse é um dos motivos para as manifestações de protesto dos jovens venezuelanos nas ruas das grandes cidades.

[…] Romeu Tuma Júnior afirma que no Brasil Lula implementou um esquema semelhante, fazendo da Polícia Federal o principal instrumento para a consolidação dessa entidade que se apropria de todas as informações dos cidadãos, dando ao Estado a possibilidade de instaurar contra qualquer pessoa processos falsos, a fim de desmontar a oposição e destruir os laços de solidariedade entre as pessoas. Projeto totalitário que Orwell já havia imaginado em seu romance 1984 como sendo executado pelo Ministério da Verdade. O principal instrumento institucional é a Polícia Federal, convertida em Polícia do PT, além de outras instituições que lhe estariam subordinadas, como a Receita Federal.

O projeto totalitário do PT inclui a criação da identidade única em que aparecem em um chip controlado pela Polícia Federal todas as informações de qualquer cidadão: identidade, número de identificação fiscal com acesso a todos os dados financeiros da pessoa física ou jurídica, título de eleitor, número da previdência social, etc. É o chip dos sonhos dos totalitários. Não foi realizado por restrições orçamentais e porque o PT encontra no Congresso ainda quem se oponha a esta monstruosidade. Soma-se a isso o controle da internet e das comunicações, inclusive dos órgãos de imprensa.

Para Tuma Júnior, Lula e os petistas encontraram uma fonte de inspiração: o mecanismo montado pelo regime militar para controlar os movimentos sociais do qual Lula participou como informante do regime nos anos 70 (com o pseudônimo de “Barba”). Claro que o mecanismo de informações montado pelo general Golbery do Couto e Silva, como o próprio Tuma Júnior afirma, tinha apenas um caráter de reunir informações de segurança para o Estado. Não se constituía, de forma alguma, num mecanismo totalitário para, com base nas informações recolhidas, montar falsos dossiês ou intentar ações judiciais fraudulentas (coisas que, pelo contrário, o PT pôs em prática sem nenhum remorso. Uma das vítimas destes processos falsos foi o próprio delegado Tuma Júnior, que havia sido Secretário Nacional de Segurança Pública do governo Lula, mas que se indispôs com ele ao criticar a politização da Polícia Federal e a criação dos mecanismos fantasmas mencionados).

[…] Considero que outra fonte desse modelo totalitário é o controle total das informações sobre os cidadãos montado em Havana, pelo regime de Chávez e com a colaboração dos irmãos Castro, que os assessores de Lula conhecem muito bem.

Entre estes cabe mencionar dois: os ex-guerrilheiros José Dirceu (que está preso em Brasília com regalias semelhantes às que Don Pablito Escobar tinha em sua prisão de “La Catedral”, na periferia de Medellín) e Franklin Martins (que atua como assessor de imprensa de Dilma Rousseff).

Vamos ver no que tudo isso vai dar em um país onde a grande imprensa foi mexicanizada pelo governo populista e corrupto dos petralhas e no qual a oposição é tímida e não tem coragem de dizer tudo o que poderia ser denunciado na campanha presidencial que já começou. Só restam os protestos dos jovens que saíram às ruas em junho do ano passado e podem voltar a ocupá-las por ocasião da Copa do Mundo. As redes sociais dão testemunho, atualmente, da indignação das novas gerações com as práticas corruptas e cínicas dos governantes.

*PROFESSOR UNIVERSITÁRIO, PESQUISADOR

Tradução/adaptação LIGIA FILGUEIRAS

Artigo na íntegra: Derechos humanos petrallas y otras aberraciones totalitarias

fonte da imagem: wikipédia

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Ricardo Vélez-Rodríguez

Ricardo Vélez-Rodríguez

Membro da Academia Brasileira de Filosofia e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, professor de Filosofia, aposentado pela Universidade Federal de Juiz de Fora e ex-Ministro da Educação.

Um comentário em “Direitos humanos petralhas

  • Avatar
    06/03/2014 em 10:56 pm
    Permalink

    O outro elo da corrente é o e-social que, como o nome indica, é algo tenebroso. Possibilitará o controle econômico total do indivíduo, com informações como número de telefone, número de conta bancária, nome dos filhos, etc., etc., etc.. É 1984 chegando, minha gente… Será implantado em etapas, começando em abril/2014, e possibilitará total controle econômico dos indivíduos. Tudo pelo “social”.

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