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A Direita no Brasil e sua demanda reprimida

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direita

Não resta dúvida de que há muito espaço para as mentalidades liberais e conservadoras no Brasil e que haja uma grande demanda reprimida por indivíduos que assumam tais posições na política, na mídia, na educação e na cultura.

Em 2013 vimos livros de autores liberais e/ou conservadores entre os mais vendidos, como “O Mínimo que você precisa saber para não ser um idiota” (de Carvalho, Olavo, Editora Record, Rio de Janeiro/RJ, 2013) e “Esquerda Caviar”, do economista Rodrigo Constantino.

Também houve a conquista de mais espaço nas grandes mídias, como a entrada do jornalista Reinaldo Azevedo, junto com Rodrigo Constantino (que também entrou para a equipe de colunistas do Blog da maior revista do país: a Veja, que já contava com Reinaldo Azevedo) e do jornalista e sociólogo Demétrio Magnoli no jornal Folha de São Paulo, que já contava com o filósofo Luiz Felipe Pondé.

Falando da Revista Veja, temos o compositor e cantor Lobão no time de colunistas, logo após conquistar enorme sucesso de vendas com seu livro “Manifesto do Nada na Terra do Nunca”, onde, principalmente, faz diversas críticas à esquerda brasileira, diversos ícones desta e sobre sua área de atuação. Também aproveitando o gancho de Veja, um de seus principais colunistas (desde 1999), Diogo Mainardi, entrou em 2012 para a equipe de apresentadores do programa dominical Manhattan Connection, transmitido pela Globo News (canal de TV por assinatura).

Todos estão situados à direita, sejam conservadores e/ou liberais. Essa expansão de formadores de opinião da “direita conservadora” e dos liberais resultou na atração de diversos leitores ávidos por entrar em contato com opiniões, posições e pensamentos dessas “escolas”, ajudando a desmistificar muito do que se fala sobre a direita.

Mesmo que ainda estejamos numericamente em desvantagem, e não me surpreenderá se em cada 10 formadores de opinião 8 forem esquerdistas, começa-se a notar a formação de uma minoria organizada da direita para combater a massa arrogante da esquerda. E bota arrogante nisso, pois enquanto a minoria precisa de organizar e estudar muito, ou seja, se preparar seriamente, a massa acredita que possui o monopólios de todas as virtudes e que somente o que pensa está correto, não se preocupando com essa preparação.

Logo, enquanto vemos indivíduos melhor preparados entre conservadores e liberais, na esquerda há a clara manifestação dos discursos emocionais, falaciosos e desprovidos de lógica e razão. Um grande exemplo disso é quando confrontamos os esquerdistas com fatos históricos, dados, pesquisas, estudos, fontes, lógica e razão e temos de volta a negação da credibilidade de toda fonte apresentada e de destruir a credibilidade do debatedor através de ataques pessoais ao invés de apresentação de argumentos para refutar o que foi exposto.  Quando tais táticas não funcionam e surgem as agressões diretas é que ficam ainda mais óbvias a falta de preparo e a arrogância dos esquerdistas e idiotas úteis.

Quando, por exemplo, ao defender os índices de Cuba e ser confrontado com os fatos de que já eram altos antes da revolução e que apesar de um pequeno aumento perderam muitas posições nos rankings das organizações que os medes, somado a apresentação de fontes que legitima tais dados, os esquerdistas não fogem ao comportamento citado.

Por esse comportamento e pela constantes agressões as liberdades individuais que a esquerda tem cedido mais espaço (ainda que não tão maior) às ideias de conservadores e liberais. E há a percepção da esquerda desse aumento do espaço para a direita e isso é fácil de notar quando reparamos nas reações da esquerda sempre que há aumento da visibilidade ou conquista de espaço na mídia de um conservador e/ou liberal. Bastou Reinaldo Azevedo entrar para a Folha de São Paulo e outros colunistas do próprio jornal fizeram ataques, o mesmo a Rodrigo Constantino que também entrou para a equipe. Bastou Lobão entrar em evidência e criticar a esquerda expondo suas falácias e vícios, para que Emir Sader escrevesse um artigo criticando o compositor, cantor e escritor, que respondeu com maestria. Há até blog dedicado a difamar o colunista da Veja, Diogo Mainardi, e cuja criação ocorreu após a entrada deste para o Manhattan Connection, do qual já participava da mesa de debates desde antes de 2010 quando ainda era na GNT e o jornalista morava em Veneza.

O que dizer então da apresentadora do SBT Brasil, Rachel Sheherazade, uma conservadora apresentando o principal jornal televisivo de uma grande emissora? Que absurdo! Pior ainda saber que ela chegou lá por mérito, algo que a esquerda odeia. No fim de 2013, rendeu votos de um esquerdista conhecido, Paulo Ghiraldelli Jr., para que em 2014 fosse estuprada.

Imagina então quando a mesma emissora, o SBT, contrata um liberal em ascensão na televisão, o comediante Danilo Gentilli, que terá um Talk Show nos moldes do que apresentava na TV Bandeirantes. A revolta com Gentilli já era grande por suas críticas públicas ao esquerdismo e suas sátiras sobre personagens como a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula e outros tantos. Quando vazou a notícia sobre a possibilidade de contratação pelo SBT a revolta e desespero foram tantos que indivíduos da Militância em Ambientes Virtuais (MVA) do Partido dos Trabalhadores (PT), militantes pagos pelo partido para fazer propaganda e atacar “inimigos” na internet (normalmente utilizam perfil falso), denunciaram falsamente seu perfil no Facebook até que este saísse do ar. O perfil foi recuperado e blindado contra tais ações.

Ao serem questionados sobre o episódio com Gentili, os responsáveis pela cibermilitância e imprensa do PT mostram posições distintas. Enquanto o responsável pela imprensa, Geraldo Magela, afirma que pode ter sido uma ação isolada de determinado grupo, o responsável por essas ações, Alberto Catalice, afirma que Gentili é um difamador e que o PT é vítima de censura. Vale ressaltar dois pontos:

1 – Magela também disse que não é possível controlar essas coisas. Ora, Magela, como você tem um serviço que não conseguem controlar? Vai-me dizer que cuidam do partido igual o fazem com o país? Isso é absurdo. Não ter controle algum sobre os próprios funcionários.

2 – Catalice, por favor, me responda: como é sofrer censura em um país governado há 11 anos pelo próprio partido?  Quem censura o PT sendo que há diversos veículos financiados pelo Governo Federal e jornalistas, autores, atores, etc, em todos os lugares que são defensores do partido? Vai começar a pensar antes de falar a partir de quando? Ou você é desonesto intelectual mesmo?

Por fim, 2013 finalizou com o Globo News Painel tendo a participação só de conservadores e liberais para discutir justamente sobre o tema deste artigo. Participaram: Reinaldo Azevedo, Luiz Felipe Pondé, o sociólogo Bolivar Lamounier e o jornalista William Waack (responsável pela condução do debate)

Chamo a demanda de reprimida, pois por muitos anos houve sim repressão e censura aos autores, escritores, colunistas, jornalistas, enfim, personalidades ou não, indivíduos com entrada na mídia e visibilidade que assumissem posições conservadoras e/ou liberais. Tudo isso ocorreu através de campanhas difamatórias, sufocamento político e econômico de veículos midiáticos, ataques de militantes organizados, demonização do pensamento e manutenção e expansão de falácias de interesse da esquerda.

Há muito espaço para expansão e divulgação das posições, pensamentos e argumentos conservadores e liberais no Brasil e esse é um dos principais temores da esquerda, que é capaz de fazer qualquer coisa para impedir.

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Roberto Barricelli

Roberto Barricelli

Assessor de Imprensa do Instituto Liberal e Diretor de Comunicação do Instituto Pela Justiça. Roberto Lacerda Barricelli é autor de blogs, jornalista, poeta e escritor. Paulistano, assumidamente Liberal, é voluntário na resistência às doutrinas coletivistas e autoritárias.

5 comentários em “A Direita no Brasil e sua demanda reprimida

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    25/01/2014 em 6:49 pm
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    Mas quem disse que o Magnoli é direitista ????

    Ele é um esquerdista mas é do tipo raro, culto e que consegue argumentar, sabe se portar num debate civilizado, bem diferente dos 99,99% dos esquerdistas que conhecemos.

    É por isso que chegamos a confundir e achar que é direitista.

    Sobre esse artigo que você comenta, Prudêncio, não entendi tão afrontoso à nossa direita, interpretei mais como sendo o conceito de “direita” que temos hoje no pais, aquele preconceituoso que a esquerda conseguiu emplacar e não a direita que conceituamos (liberal/conservadora e etc).

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    19/01/2014 em 6:25 pm
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    Faltou citar o Paulo Martins, em suas excelentes apresentações no Jornal da Massa do SBT Paraná. Estaria o SBT se tornando um jornal de direita, com uma visão mais liberal e conservadora?

    • Roberto Barricelli
      20/01/2014 em 12:16 pm
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      O SBT está, aos poucos, aumentando a participação da direita em seu quadro, um importante espaço midiático. contudo, creio que seja por questões comerciais e não ideologia. Independente disso, torço para que a direita continue dando audiência e os espaço aumenta cada vez mais, não apenas no SBT, mas em outros veículos de comunicação também.

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    18/01/2014 em 4:02 pm
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    Artigos como esse, e a estratégia de fusionismo mais ampla que ele implica, são no mínimo contraditórios, pois a filosofia do liberalismo surgiu como uma insatisfação com a imposição de instituições políticas e culturais coercitivas ao indivíduo. Muitas tradições da época foram contestadas e o indivíduo se viu livre de muitas correntes, o que até hoje é uma luta constante.

    Ao tentar aproximar sem grandes cuidados e ressalvas o liberalismo do conservadorismo, o Instituto deixa de lembrar essa gênese do liberalismo para travar uma batalha fútil com o que chama de esquerda. Por acaso é um objetivo do Instituto defender que conservadorismo significa conservadorismo individualista? Que conservadores respeitam a filosofia liberal? Que o conservadorismo não tenta submeter o indivíduo à instituições coercitivas e agressoras da liberdade, pondo a Ordem e a Tradição acima da Liberdade e da Igualdade (de autoridade)?

    Sabe-se que existem liberais que se consideram conservadores nos costumes, que acreditam que a família e a religião são a base da sociedade. Mas para serem considerados liberais, estas pessoas não colocam a Tradição nem a Ordem acima da Liberdade ou da Igualdade (de autoridade). Se colocarem, não podem honestamente se considerar liberais. Assuntos de ética cinza, como aborto, tutela, e afins, são mais complexos e não se definem claramente parte do liberalismo, e talvez nunca sejam resolvidos plenamente.

    É óbvio que hoje em dia a palavra esquerda no Brasil quer dizer muitas vezes uma ideologia liberticida, mas somente quando ela faz apelos à agressão de direitos individuais ou ao uso do estado para agredir esses direitos. Fora isso é intelectualmente desonesto dizer que o liberalismo não compartilha de objetivos com a esquerda. O liberalismo fazia parte da esquerda após a revolução francesa, e mais tarde veio a se distanciar, e se aproximar da direita.

    Mas isso não quer dizer que liberalismo é direita. E aí entra a segunda confusão deliberada do Instituto. Não existe nada de liberal no discurso de ícones da direita a não ser uma vaga interpretação de responsabilidade individual, mas quando se debatem temas espinhosos como drogas, carceragem, racismo, classismo, estes conservadores logo demonstram que não são liberais, não defendem o indivíduo acima da Tradição e da Ordem.

    Grandes autores liberais se esforçaram em demonstrar que não eram, e porque não eram, conservadores. Hayek é um exemplo clássico, e Vargas Llosa um exemplo mais recente. Ao imantar o liberalismo com o conservadorismo, conflacionando as duas ideologias em uma união de direita, o Instituto atenta contra a razão e a história.

    Eu como um liberal desconhecido e sozinho vos digo: é deprimente ver este fusionismo zumbi. O liberalismo é uma filosofia para os outros, que sai de si e defende os direitos dos indivíduos não serem pisoteados por vontades alheias. Os potenciais aliados da direita são adeptos de piostear esses direitos quando lhes convêm, exatamente do jeito que a esquerda autoritária que o Instituto tanto critica.

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    17/01/2014 em 1:05 pm
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    Barricelli, só tem alguém destoando um pouco nessa figura legal aí que é o Magnoli. Andou pisando na bola num artigo, atribuindo ao PT a definição de partido de Direita por estar impregnado de todos os vícios políticos que sempre foram praticados no Brasil. Com um “direitista” desses não precisamos de inimigos. Parabéns pelo belo artigo!

Fechado para comentários.

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